Os 5 assuntos que vão agitar os mercados nesta quarta-feira

Confira ao que se atentar na abertura do mercado brasileiro

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta quarta-feira (19) é de ganhos para as commodities, com destaque para o minério de ferro. Já no Brasil, o noticiário político é movimentado em meio ao desenrolar da tensão entre Michel Temer e Rodrigo Maia com a disputa pelos dissidentes do PSB. No noticiário corporativo, atenção para a precificação do IPO do Carrefour. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

Enquanto os mercados europeus operam próximos à estabilidade e os asiáticos têm ganhos nesta quarta-feira, o dólar tem alta leve contra maioria das divisas emergentes, após dois dias de queda com o fracasso de Donald Trump para a implementação do Trumpcare. Já o euro devolve parte da alta recente antes do encontro de do BCE amanhã, com investidores atentos a possível sinais sobre estímulos –  ainda que a mudança possa não ser iminente. 

Entre os destaques de ação, os papéis grupo varejista francês Carrefour recuavam mais de 2% na bolsa de Paris, nesta quarta-feira, após a oferta IPO das operações no Brasil ter sido precificada no piso da faixa indicativa de R$ 15 a R$ 19. 

No mercado de commodities, o petróleo tem leve alta e se sustenta cima de US$ 46 pelo 5º dia seguido em meio a sinais mistos sobre estoques americanos, que teriam subido pela API e devem ter queda segundo dados governamentais que saem 11h30. O minério de ferro também tem alta em Qingdao e Dalian. 

Às 8h05, este era o desempenho dos principais índices:

*CAC-40 (França) +0,17%

*FTSE (Reino Unido) +0,06%

*DAX (Alemanha) +0,01% 

*Hang Seng (Hong Kong) +0,56% (fechado)

*Xangai (China) (fechado) +1,42% (fechado)

*Nikkei (Japão) +0,10% (fechado)

*Petróleo WTI +0,41%, a US$ 46,59 o barril

*Petróleo brent +0,59%, a US$ 49,13 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian +3,70%, a 532 iuanes

*Minério de ferro 62% spot negociado no porto de Qingdao, na China, +2,03%, a US$ 70,24 por tonelada

2. Noticiário Político

O noticiário político tem como destaque a tensão entre o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após o presidente oferecer espaço no PMDB para dissidentes do PSB que negociam com o presidente da Câmara para se juntarem ao DEM. 

Para desfazer o clima de tensão, os dois se encontraram na noite de ontem e, na saída do encontro, muitos aliados de ambos minimizaram o episódio. Porém, a interlocutores, Maia deixou clara a sua insatisfação, informa a coluna do Estadão: “o governo só quer lealdade se for a favor dele”, reclamou (confira mais clicando aqui). 

Também em destaque, o presidente Michel Temer encaminhou à Justiça Federal respostas às 22 perguntas formuladas pela defesa do ex-deputado Eduardo Cunha no processo em que o ex-presidente da Câmara é acusado de chefiar um esquema de corrupção envolvendo repasses de recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). As perguntas foram enviadas à Temer, que foi ouvido na condição de testemunha, no início do mês. Entre as respostas a Cunha, Temer diz desconhecer a participação de Cunha no esquema de cobrança de propina para liberação de recursos do FI-FGTS. Também diz não ter conhecimento do pagamento de vantagens indevidas feitas pelo ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, a Moreira Franco, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, para a liberação de financiamentos com recursos do fundo à construtora.

Já no noticiário político-econômico, a Folha de S. Paulo informou que o governo federal quer arrecadar R$ 30 bilhões com venda de hidrelétricas da Eletrobras e pretende usar um terço do valor para compensar o aumento no preço da energia para o consumidor em razão dessa privatização. A equipe econômica tem pressa para reforçar o caixa da União e ajudar no cumprimento da meta de deficit de 2018. Para 2017, o governo conta com R$ 11 bilhões da venda de quatro usinas da Cemig que não renovaram contratos e foram retomadas pela União, diz jornal. Já a colunista do G1, Cristiana Lôbo, informa que o BNDES vai comprar a Cedae do governo do Rio por R$ 3 bilhões e preparar a privatização. 

3. Agenda econômica

Em destaque na agenda de indicadores, a Receita Federal divulga os dados de arrecadação do mês de junho, às 10h30. -A arrecadação deve ter subido para R$ 102,7 bilhões, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, dos R$ 97,7 bilhões do mês anterior. Já o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal às 12h30. Entre os dados já divulgados, atenção para o IPC-Fipe, que teve deflação inesperada até 15 de julho de 0,15%,ante estimativa de leve alta de 0,02% da Bloomberg. 

Já nos EUA, às 09h30, serão divulgados os dados de novas construções de junho, além de concessões de alvarás. Às 11h30 os olhos estarão voltados para os dados de estoque do petróleo semanal, com expectativa de baixa de 3,5 milhões de barris. 

4. Especial Setores na InfoMoneyTV

O InfoMoney dá continuidade hoje ao “Especial Setores do 2º Semestre” com as análises das empresas de consumo cíclico e não cíclico. Entre as ações que serão comentadas, destaque para Ambev, Pão de Açúcar, Natura, Magazine Luiza, Lojas Americanas, B2W, Lojas Renner, Cia Hering e M.Dias Branco. Participarão do programa o analista Marco Saravalle, da XP Investimentos, e Adeodato Volpi Netto, head de mercados de capitais da Eleven Financial. A transmissão ao vivo começa às 16h (horário de Brasília) na InfoMoneyTV.

Ontem, foram analisadas as ações da Vale, siderúrgicas e as empresas de papel e celulose. O convidado do programa foi o analista Marcos Assumpção, do Itaú BBA. Clique aqui para assistir. 

O InfoMoney também preparou a prévia de resultados do segundo trimestre, que tem início nesta quarta-feira. Confira clicando aqui

5. Noticiário corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, a WEG inaugura a temporada do resultados do segundo trimestre. O lucro líquido somou R$ 272,2 milhões, ante estimativa média de R$ 274,0 milhões dos analistas consultados pela Bloomberg. Já a Petrobras informou que iniciou as tratativas com a Odebrecht para revisar o acordo de acionistas da Braskem, segundo comunicado divulgado pela estatal. A Gafisa, por sua vez, divulgou prévia operacional. As vendas contratadas ficaram em R$ 127,1 milhões no segundo trimestre, uma queda de 1,8% em relação aos mesmos meses de 2016, informou a companhia. As vendas brutas caíram 8,1%, para R$ 240,8 milhões e não houve lançamentos no período.

Porém, o destaque fica para o IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) do Carrefour. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) confirmou que a ação foi precificada em R$ 15,00 no IPO, movimentando R$ 5,1 bilhões.

(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.