S&P corta rating de 20 bancos e CCR faz venda bilionária; balanços e mais 10 no radar

CCR e demais acionistas vendem STP para DBTrans, da Fleetcor, por R$ 4 bilhões, enquanto a Oi negociará trocar dívida por ações, segundo O Globo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto o mercado brasileiro segue de olho na possibilidade de Lula virar ministro, o noticiário corporativo segue movimentado, com recomendações e rebaixado da S&P de diversos bancos. Veja os destaques desta sexta-feira (15):

Gerdau
A Gerdau (GGBR4) soltou resultado, registrando prejuízo líquido ajustado de R$ 41 milhões no quarto trimestre, enquanto o Ebitda ajustado ficou em R$ 911 milhões. A receita líquida somou R$ 10,4 bilhões no período, ante estimativa de R$ 11,1 bilhões da Bloomberg. A companhia projeta capex de R$ 1,5 bilhão em 2016, queda de 35%.  

CCR
A companhia de concessões de infraestrutura CCR (CCRO3) e os demais acionistas da STP, que opera o serviço de pedágios Sem Parar, acertaram contrato para venda de 100 por cento da empresa para a DBTrans, pelo valor de 4,086 bilhões de reais. A DBTrans pertence à norte-americana FleetCor Technologies e atua no ramo de meios de pagamento para o mercado de transporte rodoviário de cargas.

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A CCR venderá sua parte na STP, equivalente a 34 por cento do capital da empresa, por 1,4 bilhão de reais, de acordo com fato relevante divulgado nesta terça-feira. A companhia havia informado em meados de janeiro que tinha recebido proposta pela fatia na STP e analisava uma oportunidade de venda. Na época, analistas do Credit Suisse afirmaram que uma venda poderia ajudar a CCR com os desafios de amortização da dívida de curto prazo. A Raízen Combustíveis, joint venture entre a Cosan e a Shell, também acionista da STP, receberá 408,6 milhões de reais pela sua participação, de acordo com comunicado separado.

A concessionária de rodovias Arteris receberá 191 milhões de reais. Entre os outros acionistas da STP, cujo Sem Parar é considerado o principal sistema de identificação automática de veículos do país, estão CCBR, CIPEF e GSMP, de acordo com o site da companhia. A conclusão do negócio está sujeita ao cumprimento de determinadas condições suspensivas, entre elas a autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Fleetcor, dona da DBTrans, é líder em cartões de combustível e soluções de pagamento para empresas e tem operações na América do Norte, América Latina, Europa, Austrália e Nova Zelândia.

Bancos
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou na segunda-feira o rating em escala global de sete bancos brasileiros e treze em escala nacional após piorar a Bicra (Avaliação de Risco-País da Indústria Bancária do Brasil do grupo 5 para o 6. A entidade também rebaixou a “âncora” do setor, ou seja, a nota de partida para classificar os bancos de “bbb-” para “bb+”. 

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Em escala global, estes foram os sete bancos brasileiros rebaixados: Daycoval, Paraná Banco, Banpará, Pine, China Construction Bank (Brasil) Banco Múltiplo, Banco Pan, Indusval. A agência disse que espera um processo de ajuste mais prolongado no Brasil, incluindo uma correção mais lenta na política fiscal, assim como mais um ano de contração econômica aguda. A S&P vê a tendência de risco econômico e do setor no Brasil como negativa. 


Santander 
O Santander Brasil (SANB11) completou na segunda-feira a compra da empresa de meios de pagamento ContaSuper, por R$ 150 milhões. 
A ContaSuper, empresa fundada pelos brasileiros Marcio Salomão e Alfredo Moraes, tem 360 mil clientes e pode alcançar 1 milhão este ano, disse o presidente-executivo da companhia, Ezequiel Archipretre, em teleconferência. A companhia iniciante oferece conta digital com direito a transferências, DOCs, TEDs, saques nacionais e internacionais e compras online ou em lojas físicas por meio de um cartão. O Santander Brasil já tinha comprado 50 por cento da empresa em janeiro do ano passado.

Cosan Logística
A Cosan Logística (RLOG3) aprovou na segunda-feira o grupamento de suas ações na proporção de uma para quatro. A companhia também aprovou o aumento de capital de R$ 580 milhões, com emissão de 1.054.545.455 ações ordinárias. A operação será feita por meio de subscrição privada, ao preço de R$ 0,55 por ação. O aumento de capital visa fazer frente ao compromisso assumido pela companhia de aportar, no mínimo, R$ 500 milhões em capitalização que vem sendo estruturada pela Rumo Logística (RUMO3), conforme aprovado em reunião de 18 de fevereiro, informa a empresa. As ações da Cosan Logística adquiridas a partir do dia 15 de março não farão jus ao direito de preferência na subscrição do aumento de capital.

Oi
Segundo o jornal O Globo, a Oi (OIBR4) negociará trocar dívidas por ações. A companhia vai negociar com credores transformar dívidas em ações com um deságio que pode ficar entre 70% e 80%. A proposta será feita pela assessora financeira americana PJT Partners, contratada na semana passada. Segundo o jornal, a Oi tem pressa para que processo ocorra logo, afirma o jornal. O foco da Oi a curto e médio prazos é resolver seu nível de endividamento, diz o jornal, citando uma das fontes. A companhia não busca mais consolidação com a TIM Participações (TIMP3). Oi não tem planos de pedir recuperação judicial, diz O Globo, citando as fontes. 

Petrobras
PricewaterhouseCoopers LLP teve vitória em decisão judicial nos EUA em processo aberto por investidores da Petrobras (PETR3PETR4), que reclamam que a auditoria fez vistas grossas para a fraude na empresa. O juiz Jed Rakoff, da corte de Manhattan, desconsiderou muitas, mas não todas as reclamações do processo. Rakoff não decidu sobre o mérito e caso seguirá com menos reclamações, informou a Bloomberg. 

Kroton
A Kroton Educacional (KROT3) teve lucro líquido ajustado de 408,8 milhões de reais no quarto trimestre, avanço de 21,9 por cento na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou nesta terça-feira.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em 518,1 milhões de reais, avanço de 29,4 por cento na mesma base de comparação.

BR Malls
O lucro líquido da BR Malls (BRML3) atingiu R$ 40,6 milhões no quarto trimestre, enquanto o Ebitda ajustado atingiu R$ 330,8 milhões. A receita líquida somou R$ 40,6 milhões. O Itaú BBA espera reação ligeiramente positiva a “mais um trimestre com dados operacionais resilientes”.

Direcional
A Direcional Engenharia (DIRR3) registrou lucro líquido de R$ 30,8 milhões no quarto trimestre de 2015, com queda de 49,2% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a receita líquida da companhia caiu 27,8%, para R$ 398 milhões. O Ebitda ajustado totalizou R$ 62,3 milhões, queda de 22,6%. As vendas líquidas contratadas atingiram R$ 104 milhões no quarto trimestre, queda de 24%. O Itaú BBA espera reação neutra a resultados amplamente “em linha”.

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Contax
O Conselho de Administração da Contax (CTAX4) aprovou o plano de migração para o Novo Mercado.

Fibria
O conselho de administração da Fibria (FIBR3) aprovou a emissão, pela companhia, de Nota de Crédito à Exportação (NCEs), que servirão de lastro para operação de captação de recursos via mercado de capitais, por meio da distribuição pública de CRA a serem emitidos pela Eco Securitizadora, no valor total de até R$ 1,350 bilhão.

Segundo informa a ata do conselho enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a captação proposta tem por objetivo financiar as atividades da companhia vinculadas ao agronegócio, assim entendidas as atividades relacionadas com a produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos ou insumos oriundos da transformação de essências florestais, utilizados no âmbito do programa de exportação de papel e celulose.

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OGPar
A OGPar (OGXP3) divulgou que o poço de Tubarão Martelo produziu 240.849 barris em fevereiro. 

SulAmérica
A Sul América (SULA11) foi elevada de underweight para neutra pelo JPMorgan. 

 BB Seguridade
A ação da BB Seguridade (BBSE3) foi rebaixada para market perform pelo Itaú BBA.

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(Com Reuters e Agência Estado) 
 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.