Eletrobras e HRT caem 10%; Natura e MMX são derrubadas por autuação da RF

Por outro lado, Banco do Brasil, Santander, Gol e CSN figuraram entre os destaques positivos da Bovespa nesta terça-feira

Felipe Moreno

Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí

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SÃO PAULO – Terceira queda seguida do Ibovespa, que terminou a terça-feira (8) com recuo de 1,30%, aos 61.127 pontos. Na ponta positiva, destaque para os papéis da Gol (GOLL4), com ganhos de 4,10%, aos R$ 13,20, ao passo que as ações Eletrobras (ELET6) tiveram perdas de 9,35%, aos R$ 9,69. 

Aumentou-se o risco de racionamento, fazendo pesar nas ações do setor elétrico, especialmente as distribuidoras de energia (puras ou integradas). Com isso, os ppéis das empresas do setor despencaram. A ordinária da Eletrobras, listadas sob ELET3, também cairam forte: queda de 8,44%, cotados a R$ 6,40.

Outros papéis ligados ao setor elétrico também sofreram nesta terça. É o caso de Eletropaulo (ELPL4), R$ 14,80, -4,39%), Cesp (CESP6, R$ 17,71, -5,50%) Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 33,65, -4,38%) e CPFL Energia (CPFE3, R$ 20,15, -2,14%).

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A falta de chuvas e a má gestão do setor energético nacional fizeram o País chegar a uma situação limite: o Brasil está às portas de um racionamento ou mesmo de desabastecimento de energia elétrica e de gás. O alerta foi dado depois que a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência sobre os baixos níveis dos reservatórios, que será realizada na próxima quarta-feira.

As hidroelétricas brasileiras estão gerando menos energia do que são capazes, porque há pouca água disponível. Os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste estão no nível mais baixo dos últimos dez anos – apenas 29,8% do total. Essa região produz 70% da energia do País, e a projeção para os próximos meses é de uma quantidade de chuvas menor do que nos anos anteriores. 

Com a queda nos reservatórios das hidroelétricas e o acionamento de usinas termelétricas, que são mais onerosas, as distribuidoras de energia afirmaram que tiveram em dezembro um custo adicional de R$ 800 milhões. Em novembro, foram R$ 650 milhões a mais. O custo total previsto com o acionamento “extra”, caso a seca se prolongue até março, será de R$ 3,85 bilhões. 

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Receita Federal derruba Natura e MMX
As ações de Natura (NATU3) e MMX Mineração (MMXM3) desabaram nessa sessão, após as companhias serem autuadas por conta de impostos não pagos. A empresa de cosméticos viu seus papéis recuarem 4,65%, para R$ 55,20, enquanto a mineradora de Eike Batista perdeu 3,60% de valor de mercado, aos R$ 4,29. 

A queda da Natura é explicada por uma autuação aplicada pela Receita Federal, com valor aproximado de R$ 627,86 milhões por IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) de 2008 devidos à Receita. 

Por sua vez, a a MMX foi multada no valor de R$ 3,758 bilhões, referentes ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de 2007. As autuações referem-se à alienação de ações de emissão da Centennial Asset Participações pelo fundo estrangeiro Centennial Asset Minig Fund, que, diz o comunicado, não beneficiou a MMX e aos aumentos dos capitais sociais da MMX Minas-Rio Mineração e da LLX Minas-Rio Mineração. De acordo com a nota, essa alienação gerou apenas resultados não tributáveis.

Santander e Banco do Brasil sobem nessa sessão
Chamou a atenção nessa sessão o desempenho dos papéis do Santander (SANB11) e do Banco do Brasil (BBAS3) – que figuraram entre as maiores altas do Ibovespa. O banco espanhol viu sua unit avançar 1,89%, aos R$ 15,07, enquanto a estatal viu sua ação registrar ganhos de 1,15%, terminando o dia aos R$ 26,45. 

Nesta manhã, o Banco do Brasil encerrou o seu programa de recompra de ações. A instituição adquiriu 20,2 milhões de papéis de sua própria emissão, pelo valor médio de R$ 22,83 por ação, totalizando R$ 461,2 milhões. 

Neste pregão, estrategistas do Bank of America Merrill Lynch recomendaram exposição as ações do setor financeiro, elevando a recomendação de under-weight (desempenho abaixo da média) para equal-weight (desempenho em linha com a média), e citou o Bradesco (BBDC4) como o banco que mais deve se beneficiar da esperada recuperação da atividade econômica e de mudanças nos termos de implementação do acordo de Basileia III. 

CSN sobe na manhã, mas vira para o negativo
Impulsionadas pela perspectiva de alta nos preços do aço, os papéis da CSN (CSNA3) registraram alta de 3,67% pela manhã desta terça, mas não sucumbiu à pressão negativa no início da tarde e fechou em queda de 0,90%, aos R$ 12,15.  

A siderúrgica planeja aumentar o preço de alguns de seus produtos no dia 18, publicou na última noite o Valor Econômico. No fim da última semana a Reuters também noticiou que a empresa se preparava para aumentar o preço do aço, mas não informava nenhuma data específica, apenas que o reajuste viria neste mês.

Os aumentos também divergem entre as notícias. Citando fontes familiarizadas com o assunto, o Valor diz que o reajuste será de 7% a 8% nas bobinas laminadas a quente e de 3% a 4% nas laminadas a frio e os produtos galvanizados. A Reuters informou que o reajuste seria de cerca de 7% nos laminados a frio e de aproximadamente 3,5% nos laminados a quente e galvanizados.

Segundo dados consolidados do terceiro trimestre de 2012, as bobinas laminadas a quente são o principal mercado da siderúrgica. Procurada pelp InfoMoney, a empresa disse que não comentaria o assunto.

“O grande destaque positivo, independente de onde for, é a possibilidade do reajuste”, diz Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos. Para ele, o fato de mais um veículo de informação dar a notícia dá mais credibilidade ao fato. Müller lembra que o preço do aço tem sido um ponto de preocupação para as siderúrgicas como um todo, colocando em dúvida a rentabilidade das empresas. 

HRT cai forte
Devolvendo parte dos ganhos reportados nos últimos dias, as ações da HRT Participações (HRTP3) recuaram 10,44%, a R$ 5,06. A queda repercurte a ata da reunião do Conselho Administrativo da companhia, realizada na segunda.

Na ata da reunião, o principal destaque é a confirmação das negociações de farm out – venda de participação – no poço de exploração na Namíbia. “A HRT já havia sinalizado uma mudança nas regras para venda de ativos do local como forma de diminuir os riscos da operação”, comenta Roberto Altenhofen, analista da Empiricus Research.

Segundo o documento, o Conselho autorizou o conselheiro Wagner Elias Peres a conduzir as negociações referentes ao farm out dos ativos e aprovou a outorga de garantia bancária à Manica Group Namibia pela sua subsidiária HRT África.

O movimento de queda dos papéis da HRT também é justificado pela realização dos ganhos recentes, visto que eles ainda acumulam alta de 12,26% em 2013 mesmo com a queda desta terça, amparada em rumores sobre uma possível compra de participação da empresa, segundo Altenhofen. Apesar da valorização, a variação considerando-se os últimos 365 dias continua negativa em 33,03%.