Ações de Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) puxam Ibovespa para baixo após dados da China

Mineradoras e siderúrgicas recuam por conta de performance do minério e travam alta do índice

Vitor Azevedo

(Gearstd/Getty Images)

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Mineradoras e siderúrgicas são destaque entre as quedas do Ibovespa desta terça-feira (28) e pesam no índice, que cai 0,74%, aos 104.778 pontos, por volta das 15h40. Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) caem, respectivamente, 2,71%, 0,44% e 2,33%.

A baixa dessas companhias é explicada, principalmente, pela queda do preço do minério de ferro na China, que recuou após a produção de aço da China recuar 2,3% em dezembro. No porto de Qingdao o preço da commodity desvalorizou mais de 3% durante a madrugada.

“A menor produção levou também ao aumento do estoque de aço na China”, comenta Henrique Esteter, especialista de mercados do InfoMoney.

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Vale (VALE3)

Sobre a Vale, pesa também a informação de que a Samarco, sua joint venture com o grupo anglo-australiano BHP, e seus credores não chegaram a um acordo sobre uma recuperação judicial em um primeiro momento. As negociações, entretanto, devem continuar, afirmaram ambas as partes em comunicados na segunda-feira.

Em abril de 2021, a Samarco pediu proteção à Justiça, com dívidas de R$ 50,5 bilhões, em meio a uma batalha com credores donos de bônus emitidos pela empresa. Em julho, os credores rejeitaram uma proposta feita pela Samarco, e novas propostas feitas posteriormente por cada um dos lados não levaram a um acordo.

Em outubro, o prazo da recuperação judicial da Samarco foi estendido para até 9 de abril de 2022.

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A Vale, bem como as siderúrgicas e mineradoras, não são as maiores quedas porcentuais do índice. “Vale e siderúrgicas são empresas que possuem muito peso no Ibovespa. Só a Vale, se você for somar a Bradespar (BRAP4), representa mais de 10% da pontuação”, explica Esteter.

As maiores quedas, ao meio dia, estavam com Assaí (ASAI3), Intermédica (GNDI3) e Hapvida (HAPV3).

Altas

Do outro lado, entre as maiores altas, estão Cielo (CIEL3), BrMalls (BRML3) e CVC (CVCB3).

As companhias de shopping são destaque entre as altas, surfando ainda na publicação de ontem feita pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) de que as vendas nos centros de compras cresceram, de forma real, 10% no Natal 2021 na comparação com a mesma data do ano passado.

“As ações de shoppings conseguem se manter em campo positivo devido às divulgações de dados sobre vendas acima da expectativa no Natal. Já a BR Malls também foi alvo de compras de investidores institucionais, o que ajudou a impulsionar o papel para a maior alta do Ibovespa”, explica Alexsandro Nishimura, head de conteúdo e sócio da BRA.

Além da BrMalls, Iguatemi ([ativo=IGTA3]) e Multiplan (MULT3) também estão no campo positivo.

Ibovespa cai, a despeito de altas no exterior

O principal índice da bolsa brasileira caia, até por volta das 13h, ignorando as movimentações do mercado externo. As bolsas americanas, pela tarde, porém, passaram a operar mista. Dow Jones sobe respectivamente, 0,30%. S&P 500 opera estáve. Nasdaq recua 0,54%. Os índices europeus, por sua vez, avançam em bloco, com DAX, da Alemanha, CAC, da França e STOXX 600, de todo o continente, subindo, na mesma sequência, 0,81%, 0,57% e 0,62%.

“O clima continua positivo nos mercados globais, uma vez que disseminação da Ômicron não tem feito com que os governos tomem medidas restritivas duras até agora. Como a variante parece mesmo ser uma versão mais branda da doença, analistas entendem que a nova onda da Covid não será um risco para a recuperação econômica global”, comentaram os analistas da XP Investimentos em relatório publicado mais cedo.

Pesa no índice, além da performance das mineradoras, também a divulgação de índices. A FGV divulgou pela manhã que a confiança dos setores de serviço e comércio recuaram em dezembro ante novembro.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no início da manhã, que a taxa de desemprego recuou para 12,2% no  trimestre encerrado em outubro, ante 12,6% no segundo trimestre. Apesar da melhora aparente, com a diminuição do número de desempregados, também há pontos negativos.

“Vimos de fato a aceleração dos empregos, mas o nível de renda é ainda bem baixo. A renda média do trabalho é a menor da série histórica iniciada em 2012”, comenta Esteter.

O Credit Suisse, em relatório, foi na mesma direção, apontando ainda que a criação de empregos, apesar de superar o consenso, desacelerou na comparação com os meses anteriores.

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