Ações da Vale, NotreDame e Hapvida caem mais de 2%; Locaweb salta 24% em dois pregões após anúncio de desdobramento

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de alta para o Ibovespa, ainda que modesta, nesta terça-feira (12), com o fluxo externo voltando a prevalecer  e os investidores escolhendo ações vistas ainda como baratas.

O petróleo fechou em alta, com os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI) para fevereiro subindo 1,83%, a US$ 53,21 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex) e os preços do Brent para entrega em março com ganhos de 1,65%, a US$ 56,58 por barril em Londres. O movimento ocorre em meio a uma oferta mais apertada e expectativas de queda nos estoques dos Estados Unidos, o que compensou preocupações com os casos de coronavírus pelo mundo.

A Arábia Saudita planeja cortar sua produção em 1 milhão de barris por dia (bpd) adicionais em fevereiro e março para evitar que os estoques cresçam.

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Contudo, os papéis das petroleiras não acompanharam o movimento e fecharam com perdas.  Os papéis de Petrobras (PETR3, R$ 31,18 -0,35%;PETR4, R$ 30,63 -0,75%) tiveram leve queda após chegarem a subir 2% mais cedo, enquanto a PetroRio (PRIO3, R$ 76,50, -1,73%) fechou em baixa de mais de 1% após chegar a subir 6,28% no intraday. No ano, contudo, os papéis PRIO3 ainda acumulam ganhos de 9%.

No radar da PetroRio, a companhia informou que recebeu da Truxt Investimentos correspondência na qual informa que a gestora passou a deter 20.451.976 ações ordinárias do capital social da PetroRio, que representa 14,01% do capital social da petroleira.  A Truxt informa que o investimento: (i) não visa alterar a estrutura administrativa da Companhia; (ii) não é titular de outros valores mobiliários e instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações da Companhia, além do supracitado, sejam de liquidação física ou financeira; e (iii) não faz parte de qualquer acordo ou contrato que disponha sobre direito de voto ou compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia.

No Ibovespa, Embraer (EMBR3, R$ 9,29, +7,90%),  Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 20,15, +6,05%) Rumo (RAIL3, R$ 20,69, +5,29%) e Cyrela (CYRE3, R$ 28,96, +4,93%) registraram os maiores ganhos, com alta entre 4% e 8%. Um pouco mais atrás, estiveram os ativos da Ambev (ABEV3, R$ 16,80, +4,35%); em relatório, o Credit Suisse destacou que, em um ambiente dda desafiador para o setor de bebidas, a fabricante de bebidas segue com um alcance de distribuição “incomparável”, apontando que a capacidade de distribuição da empresa é uma vantagem competitiva em relação a seus principais concorrentes, Heineken e Grupo Petrópolis.

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A Copel (CPLE6, R$ 67,07, -3,23%) teve um novo dia de queda, com os investidores seguindo a repercussão sobre os maiores riscos de governança corporativa para a estatal após publicação de carta do acionista controlador, o Governo do Estado do Paraná. Na carta, o Governo do Estado: (i) condicionou a aprovação da migração da empresa do Nível 1 para o Nível 2 de Governança Corporativa B3 à realização de uma oferta secundária de ações de titularidade do Estado do Paraná em conjunto com a oferta a ser realizada pelo BNDESPAR e (ii) solicita distribuição de dividendos extraordinários “no maior valor possível levando-se em consideração as necessidades de fluxo de caixa da Copel ao longo de 2021″.

As ações de Vale (VALE3, R$ 99,19, -2,74%) e siderúrgicas como Gerdau (GGBR4, R$ 27,52 -2,76%), Usiminas (USIM5, R$ 16,48 -1,38%), por sua vez, registraram uma sessão de volatilidade e, durante a tarde, passaram a registrar perdas, mas ainda acumulando alta expressiva durante o ano. Já a CSN (CSNA3, R$ 38,08, +0,45%) fechou com leves ganhos.  O dia foi de forte queda para o dólar, com baixa de 3,29%, a R$ 5,3221 na compra e R$ 5,3226 na venda, também impactando o setor.

Também entre as (poucas) quedas expressivas do Ibovespa na sessão, após a disparada de quase 40% para NotreDame (GNDI3, R$ 98,67, -2,74%) e de mais de 27% para Hapvida (HAPV3, R$ 17,72, -2,64%) em dois pregões em meio às negociações para a fusão entre as empresas, os investidores embolsaram parte os lucros e os papéis caíram mais de 2%.

Fora do índice, duas ações ganham destaque: os papéis da Moura Dubeux (MDNE3, R$ 10,27, +2,60%) saltaram até 13% após prévia operacional do quarto trimestre, mas amenizaram fortemente a alta e fecharam com valorização de 2,60%, enquanto os ativos de Oi (OIBR3, R$ 2,45, +5,15%;OIBR4, R$ 2,99, +4,55%) avançaram cerca de 5%.

A incorporadora pernambucana Moura Dubeux registrou vendas de R$ 305 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 50% em relação ao mesmo período de 2019. Já o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) associou-se a um fundo gerido pelo Banco BTG Pactual para apresentar oferta vinculante pela unidade de fibra ótica da empresa brasileira de telecomunicações Oi, segundo pessoas a par do assunto ouvidas pela Bloomberg.

Ainda em destaque, as ações da Locaweb (LWSA3, R$ 98,10, +11,29%), que registraram um novo dia de disparada de cerca de 11%: em apenas 2 pregões, os papéis saltaram 24,10%. Na manhã da véspera, a companhia anunciou o desdobramento das suas ações, com o objetivo de elevar a liquidez dos papéis e tornar o preço mais atrativo a um número maior de investidores. Ainda é necessária a aprovação dos acionistas. A proposta da Locaweb é de um desdobramento na proporção de uma ação ordinária para quatro, sem qualquer alteração no valor do capital social. Vale destacar que, desde a estreia da ação da companhia em 4 de fevereiro de 2020, a ação já disparou mais de 400%.

A Locaweb ainda concluiu a aquisição da Vindi, plataforma de gestão de assinaturas e pagamentos recorrentes no Brasil, que será incorporada à sua operação de vendas. Fundada em 2013, a Vindi oferece soluções no modelo de assinaturas e combina um software de cobrança recorrente com uma plataforma de pagamento.

Confira mais destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
EMBR3 7.89779 9.29
CRFB3 6.05 20.15
RAIL3 5.29 20.69
CYRE3 4.92 28.96
NTCO3 4.80652 51.46

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
CPLE6 -3.23186 67.07
GGBR4 -2.75 27.52
GNDI3 -2.74027 98.67
VALE3 -2.73 99.19
HAPV3 -2.63736 17.72

Marfrig (MRFG3, R$ 14,21, + 1,79%)

A Marfrig  anunciou na segunda-feira início de ofertas de compra em dinheiro de até US$ 1,25 bilhão em títulos com vencimentos em 2024 e 2025. As ofertas expiram em 8 de fevereiro e estão condicionadas “à conclusão em termos satisfatórios à Marfrig, de uma oferta de notas sênior”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado.

JBS (JBSS3, R$ 24,63, +1,57%)

A Pilgrim’s Pride, controlada pela JBS, e a Tyson Foods anunciaram na segunda-feira acordo para encerramento de processo em que um grupo de compradores de carne de frango acusava ambas de violarem a lei de defesa da concorrência dos Estados Unidos ao inflarem os preços dos produtos.

A Pilgrim’s Pride vai pagar US$ 75 milhões para encerrar as queixas de compradores que adquirem produtos diretamente da empresa. O valor a ser pago pela Tyson não foi revelado. Nenhuma das empresas admitiu responsabilidade nas acusações. Ambos os acordos precisam ser aprovados por um tribunal em Chicago.

Os acordos não afetam as queixas de compradores “indiretos”, que incluem redes como Chick-fil-A, Kroger e Target, bem como de consumidores.

O acordo da Pilgrim’s é o maior já acertado em mais de quatro anos de processos abertos por restaurantes, supermercados e distribuidores de alimentos sobre acusações de fixação de preços na indústria de carne de frango. Outro processo similar está pendente em um tribunal federal de Minneapolis que acusa Tyson, outra unidade da JBS e outros produtores de carne suína de conspiração para inflar preços por meio de limitação da oferta.

Moura Dubeux (MDNE3, R$ 10,27, +2,60%)

A incorporadora pernambucana Moura Dubeux registrou vendas de R$ 305 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 50% em relação ao mesmo período de 2019, segundo prévia operacional divulgada na segunda-feira (11). O número de unidades vendidas subiu mais de 90%, passando de 398 para 761.

A companhia lançou seis empreendimentos nos últimos três meses do ano (Beach Class Summer Residence, Orquidário, Olhar Caminho das Árvores, Mirat Martins de Sá, Verdano e Artiz), totalizando um Valor Geral de Vendas (VGV) líquido de R$ 450,7 milhões. A Venda Sobre Oferta (VSO) dos lançamentos atingiu 30,2% no período.

O Credit Suisse destaca que a Moura Dubeux iniciou mais uma vez a temporada de números operacionais do setor de construção civil e incorporadoras com números animadores e que devem ajudar a gradativamente trazer um maior interesse para a empresa.

Na avaliação dos analistas, o mercado continua a dar sinais de força e as vendas líquidas de R$ 305 milhões vieram acima das expectativas do banco suíço. Do total, cerca de R$ 127 milhões foram do segmento de desenvolvimento e o restante da operação de condomínio. Os analistas ainda destacam que estes indicadores colocam o Nordeste em um mesmo patamar de recuperação do que os outros estados.

Os lançamentos também vieram fortes e a expectativa é de que 2021 seja ainda mais forte com uma estimativa de lançamentos na casa dos R$ 1,4 bilhão. A geração de caixa ficou em R$ 49 milhões no quarto trimestre e reforça a tese de forte geração de caixa com a redução da divida pós abertura de capital.

O Credit reafirmou a recomendação em outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 15, ante os R$ 9,92 de fechamento de segunda (11).

Cemig (CMIG4, R$ 14,66, -0,41%)

A estatal Cemig  afastou do cargo uma série de gestores de sua área de Suprimentos e Logística, após ter recebido uma denúncia feita junto ao Ministério Público de Minas Gerais, disse a companhia à Reuters nesta terça-feira.

A Reuters havia publicado mais cedo, com informação de fontes, que a empresa controlada pelo governo mineiro decidiu afastar uma série de funcionários de carreira com cargo de gerência na semana passada, sem detalhar motivos. Procurada, a companhia disse que tomou a iniciativa após ser procurada pelo MPMG, que requisitou informações sobre uma denúncia, sem fornecer maiores detalhes sobre o caso.

“A Cemig esclarece que o afastamento em caráter preventivo do superintendente e de quatro gerentes da Superintendência de Suprimentos e Logística, todos funcionários de carreira da empresa, foi motivado por denúncia recebida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)”, afirmou.

Oi (OIBR3, R$ 2,45, +5,15%;OIBR4, R$ 2,99, +4,55%)

O Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) associou-se a um fundo gerido pelo Banco BTG Pactual (BPAC11) para apresentar oferta vinculante pela unidade de fibra ótica da empresa brasileira de telecomunicações Oi, segundo pessoas a par do assunto ouvidas pela Bloomberg.

A unidade, batizada de InfraCo, deve receber outras duas outras ofertas vinculantes, uma da Highline do Brasil, subsidiária local da Digital Colony, e outra da Ufinet, empresa da qual a italiana Enel possui uma fatia, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões não são públicas.

A Oi  planeja vender até 51% de sua subsidiária por um valor de no mínimo R$ 20 bilhões para a empresa inteira.

O CPPIB, o BTG, a Oi e a Digital Colony não quiseram comentar. A Ufinet não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.

A Oi tem trabalhado para vender ativos durante sua recuperação judicial, que começou em 2016, e levantou R$ 1,4 bilhão com a venda de torres e data centers no ano passado.

Em dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro aprovou a venda da unidade de telefonia móvel da empresa para a Telefonica SA, Telecom Italia SpA e America Movil SAB por R$ 16,5 bilhões, negócio que ainda precisa da aprovação do regulador Anatel e do órgão antitruste Cade.

Localiza (RENT3, R$ 71,08, +2,10%) e Movida (MOVI3, R$ 20,43, +0,10%)

O Bradesco BBI comentou a saída da Ford do Brasil. O banco afirma que a decisão pode ser levemente negativa para as principais empresas de aluguel de carros, já que o movimento poderia levar à desvalorização dos carros da Ford com o aumento das despesas de depreciação. No entanto, o banco avalia que essas empresas podem ter começado a reduzir sua exposição à Ford desde o fechamento da fábrica de São Bernardo em 2019. O banco destaca que a Ford reduziu as vendas diretas de carros de 110.821 em 2019 para 62.080 em 2020.

O Bradesco mantém avaliação de outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) para Localiza e Movida. Para a Localiza, mantém preço-alvo de R$ 90, frente os R$ 69,62 do último fechamento, e de R$ 30 para a Movida, frente R$ 20,41 do último fechamento.

IMC (MEAL3, R$ 3,88, +1,84%)

A International Meal Company informou que recebeu a renúncia de Rodrigo Neiva Furtado e José Agote a cargos em seu conselho de administração, que deverão ser ocupados por Luiz Fernando Ziegler de Saint Edmond e Lucas Santos Rodas.

Log-in (LOGN3, R$ 15,79, +3,75%)

A Log-In Logística Intermodal informou que a subsidiária TVV venceu edital da Companhia de Docas do Estado do Espírito Santo para explorar provisoriamente a área número cinco do Porto Organizado de Vitória.

Enjoei (ENJU3, R$ 13,40, +11,67%)

A Enjoei comunicou que Marcos Antonio Pinheiro Filho será diretor financeiro e de relações com investidores da companhia.

O executivo possui mais de 15 anos de experiências em finanças, compliance, e relações com investidores. Ele foi CFO da Smiles (SMLS3) até janeiro de 2020 e liderou áreas de finanças de grandes empresas no Brasil. Também foi executivo na Gol (GOLL4).

Guilherme Soares Almeida deixa o cargo de diretor de relações com investidores e Angela Aparecida Ferrante deixa o cargo de diretora financeira. Eles permanecem na administração da companhia sem designação estatutária.

Itaú (ITUB4, R$ 32,18, +0,31%), Bradesco (BBDC3, R$ 24,10, +0,04%;BBDC4, R$ 27,09, -0,07%) e Santander (SANB11, R$ 45,16, +1,01%)

Na semana passada, o Morgan Stanley realizou sua conferência anual em Miami com representantes de bancos de países latino-americanos, que contou com nomes de Brasil, México, Colômbia e Chile. Dos bancos brasileiros, participaram Itaú, Bradesco e Santander.

O Morgan Stanley afirma que os bancos brasileiros parecem positivos com as perspectivas para 2021, devido à recuperação econômica mais acelerada do que o esperado, forte resposta fiscal e volta da mobilidade. As perdas de empréstimos vêm sendo menores do que o esperado.

Os bancos esperam alta de entre 3,5% e 4% do PIB em 2021, e taxas de juros de 2,5% ao final do ano. Também esperam alta de 7% e 10% de empréstimos em 2021.

Presentes na reunião, Bradesco, Itaú e Santander, afirmaram que esperam crescer em ritmo acima da média. Mas ressaltaram a necessidade de ajuste fiscal para garantir uma recuperação forte.

Os bancos preveem que as margens irão se manter estáveis, ou aumentar em 2021, à medida que o fim do auxílio emergencial levará a mais busca por crédito com altas taxas de juros, impulsionadas também pela alta dos juros referenciais.
Com a retomada da economia, os bancos esperam ganhar mais com taxas. O Morgan afirma que o Bradesco parece ter os planos mais ambiciosos de cortes de custos para 2021. Itaú e Santander esperam altas nos gastos abaixo da inflação neste ano.

O Morgan Stanley diz esperar bom desempenho dos bancos brasileiros, e diz acreditar que a expectativa sobre ganhos por ação é demasiado negativa para o período de 2021 e 2022, por superestimar o impacto das fintechs, e subestimar o superciclo de commodities no país.

Ultrapar (UGPA3, R$ 23,64, -0,71%)

A Ultrapar Participações informou que, em 11 de janeiro, sofreu um ataque cibernético em seu ambiente de tecnologia da informação e preventivamente interrompeu alguns sistemas, afetando parcialmente as operações de suas subsidiárias.

A companhia afirmou que prontamente acionou seus protocolos de controle e segurança para bloquear o ataque e minimizar eventuais impactos e está operando em regime de contingência.

“A Ultrapar está avaliando a extensão desse incidente e atuando para mitigar seus efeitos, empreendendo todos os esforços para normalizar suas operações, e manterá o mercado informado de qualquer informação relevante relacionada a este evento”, destacou a empresa.

(Com Bloomberg, Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.