Ação da Suzano salta 6% com recomendação; CVC e aéreas disparam até 9% e Petrobras sobe 2%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (15)

Lara Rizério

(divulgação)

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SÃO PAULO – A sessão foi de ganhos para o Ibovespa em meio ao maior ânimo com o progresso no desenvolvimento de vacina pela Moderna animando os mercados. Contudo, o índice perdeu forças durante o pregão, com os investidores de olho nos novos surtos do coronavírus e na tensão entre EUA e China.

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 24,20, +2,37%; PETR4, R$ 23,34, +1,92%) subiram seguindo o petróleo após API indicar queda de estoques americanos e também de olho na reunião da Opep+. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados anunciou nesta quarta-feira que aumentará sua produção em agosto, relaxando o nível de cumprimento do acordo multilateral para conter a oferta.

Os países envolvidos, porém, garantem que já acontece um aumento na demanda, por isso avaliaram que o impacto nos mercados deverá ser modesto.

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Até agora, o acordo era por um corte de 9,7 milhões de barris por dia, desde maio. A partir de agosto, o corte deve diminuir para “8,1 ou 8,2 milhões” de barris por dia, segundo a entidade. O grupo comentou, contudo, que esse seria um piso e que o corte, na prática, pode ficar um pouco acima disso, chegando talvez a 8,4 milhões de barris. O WTI sobe 1,4% e o brent tem alta de 1,3%.

A Vale (VALE3, R$ 61,79, +0,15%), por sua vez, abriu com ganhos, mas perdeu força, em uma sessão de leve alta do minério de ferro – a commodity negociada em Qingdao com pureza de 62% teve alta de 0,3%, a US$ 112,70. Os investidores ainda aguardam pelo PIB da China às 23h.

Na véspera, vale ressaltar, os papéis VALE3 subiram 7% com a alta do minério e dados da China da balança comercial, com importações e exportações acima do esperado.

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Dados da administração alfandegária chinesa revelaram que as importações de minério de ferro subiram 9,6% no primeiro semestre deste ano e atingiram 547 milhões de toneladas. As importações de junho foram de 101,7 milhões de toneladas, alta de 35% em relação ao mesmo mês de 2019.

Ainda no setor de commodities, a Suzano (SUZB3, R$ 38,85, +5,97%) subiu quase 6%: a companhia é a nova “top pick” do Bradesco BBI no setor de papel e celulose.

Entre as maiores altas percentuais, destaque para a CVC (CVCB3, R$ 21,70, +8,71%), que chegou a subir 10%, enquanto Azul (AZUL4, R$ 22,73, +4,51%) e Gol (GOLL4, R$ 21,95, +6,97%), saltaram até 7%. As ações do setor aéreo e de turismo foram as que mais sofreram na pandemia por conta das operações bem menores em meio às medidas de isolamento social. Com uma vacina no radar, há maior otimismo de uma reabertura mais ampla dos mercados, mas também adiciona volatilidade aos ativos.

As empresas de saneamento, por sua vez, sobem em meio à sanção presidencial do novo marco legal do setor, com destaque para a Sabesp, com alta superior a 5%. Bolsonaro fez vetos em onze dispositivos do texto aprovado pelo Congresso que serão analisados de perto pelo mercado. Vale destacar que, logo após a aprovação do projeto de lei pelo Senado, as ações SBSP3 não tiveram um bom desempenho na bolsa, com os investidores embolsando os lucros e também contabilizando os desafios que ainda existem para a privatização da companhia.

Entre os vetos, está um artigo que daria sobrevida aos contratos das empresas estaduais públicas de saneamento. O trecho autorizava que as estatais renovassem por mais 30 anos os contratos de programa (sem licitação) atuais e vencidos, desde que isso ocorresse até março de 2022. O prazo também valeria para formalização das “situações de fato”, quando há prestação de serviço sem contrato assinado.

Essa sobrevida aos contratos, agora barrada, é considerada importante para as estatais porque o novo marco legal proíbe que novos contratos sem licitação sejam fechados. Agora, a concorrência será uma regra no setor, o que vai de encontro ao domínio das empresas públicas nesse mercado.

Confira no que ficar de olho:

Sabesp (SBSP3, R$ 61,38, +8,06%), Copasa (CSMG3, R$ 58,98, +4,39%) e Sanepar (SAPR11, R$ 32,48, +6,56%)

O presidente Jair Bolsonaro sancionou o novo Marco Legal do Saneamento Básico, com três vetos. Veja mais o que está em jogo sobre o assunto clicando aqui. 

O projeto viabiliza a injeção de mais investimentos privados no serviço de saneamento. Hoje, em 94% das cidades brasileiras, o serviço de saneamento é prestado por empresas estatais. As empresas privadas administram o serviço em apenas 6% das cidades.

O novo marco prevê que empresas privadas também poderão participar de licitações do setor. Atualmente, prefeitos e governadores podem optar pela licitação ou por firmar termos de parceria diretamente com as empresas estatais. Com a nova legislação, as empresas estatais não poderão firmar novos contratos para a prestação do serviço sem participar de licitação junto com as empresas privadas.

Os atuais contratos em vigor poderão ser prorrogados por mais 30 anos, desde que as empresas comprovem uma saúde financeira suficientemente boa para se manterem apenas com a cobrança de tarifas e contratação de dívida. Além disso, as empresas devem ampliar o fornecimento de água para 99% da população e acesso a esgoto para 90% da população.

Lojas Americanas (LAME4, R$ 35,30, +1,88%)

A Lojas Americanas levantou R$ 7,87 bilhões em seu “follow on”. As ações ordinárias saíram a R$ 34,50 reais e as ordinárias a R$ 29,78.

Os recursos serão utilizados para capitalizar a controlada B2W, dona de sites de comércio eletrônico como Americanas.com, além de investimentos na Ame Digital e na expansão dos negócios.

Segundo a Lojas Americanas, um aumento de capital por subscrição privada de aproximadamente R$ 3 bilhões na B2W (BTOW3) está sendo estudado, mas ainda sem definição sobre as condições gerais da operação.

“Para a companhia a oferta foi um grande sucesso, visto que ela conseguiu emplacar o lote adicional e fixar um preço acima do cotado no mercado, um forte indício de que houve uma demanda bastante forte pela oferta”, destaca a equipe de análise da Levante Ideias de Investimento.

Petrobras (PETR3, R$ 24,20, +2,37%; PETR4, R$ 23,34, +1,92%)

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou estar tranquilo em relação ao pedido de liminar feito pelo Congresso Nacional no Supremo Tribunal Federal (STF) para bloquear a venda de refinarias da companhia. Em videoconferência, o executivo ressaltou que o processo de venda dos ativos da companhia está sendo feito de forma transparente e com a fiscalização do Tribunal de Contas União (TCU).

A Petrobras manteve sua meta de endividamento bruto para 2020, Castello Branco afirmou que ela pode ser superada. A companhia espera uma queda de R$ 60 bilhões, mas sem especificar quando a meta deve ser atingida.

E apesar dos atrasos de cronograma, a estatal não alterou planos de desinvestimentos e deve anunciar novidades na venda de ativos nos próximos meses, acrescentou o executivo, segundo a agência Reuters.

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 22,81, +0,31%)

A BR Distribuidora informou que retomou a comercialização de gasolina de aviação após uma paralisação preventiva no fornecimento pela Petrobras, sua única provedora do combustível.

A suspensão foi adotada após a estatal detectar, no sábado, um lote de gasolina para aeronaves (AVGAS) com teor de compostos aromáticos diferente dos lotes até então importados, embora dentro dos requisitos de qualidade exigidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A BR informou que a retomada das vendas ocorre após a Petrobras oferecer informações técnicas que permitem a identificação exata desse lote.

Em outro comunicado, a BR informou que continua acompanhando de perto a evolução de casos de coronavírus no Brasil e os impactos da pandemia na demanda brasileira de combustíveis e suas implicações para a geração de caixa da BR Distribuidora. Ao longo do mês de junho, o volume de vendas da BR de diesel, gasolina e etanol, principais produtos para a mobilidade urbana, foi 7% superior ao verificado no mês de maio.

As vendas médias diárias de diesel em junho foram 5% superiores à média do período imediatamente anterior à crise (de janeiro a 21 de março). As vendas de querosene de aviação continuam em lenta recuperação, tendo performado em junho ainda 79% a menos que o período pré-crise (janeiro a 21 de março).

A despeito das diferenças sazonais entre os períodos, a companhia diz que continua a observar uma gradual recuperação dos volumes vendidos, o que tem acompanhado a contínua retomada da mobilidade urbana, em especial em algumas das principais metrópoles do país.

Vale (VALE3, R$ 61,79, +0,15%)

A Vale vai recorrer da decisão que a obriga a depositar R$ 7,9 bilhões como forma de garantir eventuais multas decorrentes do desastre ambiental de Brumadinho (MG), ocorrido em janeiro de 2019.

A Vale havia entrado com um pedido de efeito suspensivo, mas foi indeferido pelo desembargador Leite Praça, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A mineradora tem até o dia 23 de julho para apresentar as garantias.

Hapvida (HAPV3, R$ 60,63, +1,24%)

A Hapvida anunciou que fechou acordo para a aquisição de 85,71%, podendo chegar a 100%, do capital votante do Grupo São José, que atua na região do Vale do Paraíba, em São Paulo.

O preço de aquisição, caso atinja 100% do capital votante do Grupo São José, é de R$ 320 milhões, incluindo o caixa líquido, a carteira de beneficiários e os imóveis.

O pagamento se dará com um pagamento à vista de R$ 240 milhões na data de fechamento da transação e uma parcela de R$ 80 milhões, abatidas eventuais contingências. “Sob determinadas condições de desempenho, a parcela de “earn out” poderá ser acrescida de até R$ 80 milhões adicionais”, afirmou a empresa, lembrando que os valores serão proporcionais ao percentual do capital votante da transação.

O grupo é composto pela operadora de saúde Clínica São José Saúde e tem uma participação de 56% no capital da Pró-Infância SJC Hospital e Pronto Socorro Pediátrico.

A carteira de pacientes é de 51 mil beneficiários, com um ticket médio de R$ 241 (a maior parte, 74,5%, está em planos coletivos).

O grupo conta ainda com dois hospitais, que somam 104 leitos (20 UTIs), uma clínica localizada em São José dos Campos e uma unidade ambulatorial com pronto atendimento em Jacareí.

O Credit Suisse destacou que a aquisição é positiva e há a possibilidade de aumentar o número de vidas atendidas. “O preço pago justifica os R$ 6,3 mil por vida e nos parece estratégico para avançar em micro regiões com alto poder aquisitivo”, avaliou o banco.

Suzano (SUZB3, R$ 38,85, +5,97%)

A Suzano é a nova “top pick” do Bradesco BBI no setor de papel e celulose. A empresa recebeu recomendação de “outperform” e preço-alvo de R$ 58, um potencial de valorização de 58%. A retomada de um ciclo mais positivo para o setor de celulose, maior demanda global no segundo semestre e paralisações contribuem para a perspectiva de alta.

“A Suzano deve ser a maior beneficiada desse cenário, dado sua exposição significativa para celulose, enquanto operacionalmente permanece sólida”, avaliaram os analistas.

Guararapes (GUAR3, R$ 18,18, +4,30%)

Em reunião do Conselho de Administração da Guararapes, a companhia decidiu que, em função da aceleração da transformação do modelo de negócios na direção de se tornar uma grande plataforma digital centrada no cliente, decidiu-se por suspender o processo para transformar a Midway Financeira em banco múltiplo e solicitar ao Banco Central a autorização para oferecer contas digitais por meio de uma estrutura mais ágil, otimizada e focada no cliente.

“O Grupo Guararapes reafirma o compromisso com seus acionistas e reforça a continuidade de seu plano de negócios, mantendo fortemente seu foco e empenho na transformação da Midway como grande plataforma digital de serviços financeiros. A área de Relações com Investidores da Companhia coloca-se à disposição para esclarecimentos adicionais”, afirma.

Braskem (BRKM5, R$ 24,11, +1,73%)

E no mercado externo a Braskem, por meio da Braskem Netherlands Finance, prepara uma emissão de notas subordinadas no mercado internacional. A operação busca US$ 500 milhões, segundo informações do jornal “Valor Econômico”.

JBS (JBSS3, R$ 22,15, +0,64%)

O gado que pastou ilegalmente em áreas protegidas do Brasil entrou na cadeia de suprimentos da JBS no ano passado, enquanto algumas transações podem ter empregado a prática de “lavagem de gado”, segundo relatório da Anistia Internacional. Em carta enviada à Anistia em anexo ao relatório, a JBS afirmou que não compra gado de nenhuma fazenda envolvida em pastoreio ilegal e afirmou estar na vanguarda das iniciativas do setor para resolver o problema da lavagem de gado.

Biotoscana (GBIO33, R$ 10,30, 0,00%)

A biofarmacêutica Biotoscana anunciou uma oferta pública de ações (OPA) para a aquisição de seus BDRs (recibos de ações negociados no Brasil) pela sua controladora, a canadense Knight Therapeutics.

Essa OPA faz parte do processo de transferência de controle, uma vez que os minoritários têm direito ao “tag along”. A companhia também quer descontinuar o programa de BDRs

A OPA será realizada no dia 14 de agosto, segundo a empresa comunicou à CVM.

Restoque (LLIS3, R$ 5,82, -5,98%)

Os fundos de private equity Warburg Pincus e Advent estão procurando compradores para uma fatia de 30% do capital da Restoque, dona das marcas Le Lis Blanc e Dudalina e que está em recuperação extrajudicial. Segundo o Brazil Journal, o BTG Pactual está assessorando os vendedores.

Segundo a reportagem, a saída via mercado ocorre após os fundos terem sondado o apetite de players estratégicos, mas que não mostraram interesse no bloco de ações, mas apenas por marcas específicas. Em especial, a Le Lis Blanc.

A Restoque tem cerca de R$ 1,5 bilhão, mais de três vezes o seu valor de mercado.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.