Ações de C&A, Marisa, Cia. Hering e Renner disparam até 15% com rumores sobre aquisições aquecendo setor

Investidores passaram a especular que a Renner estaria pronta para fazer uma oferta pela C&A ou pela Marisa após notícia de follow-on

Lara Rizério

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SÃO PAULO – As ações de varejistas de moda tiveram uma sessão marcante nesta sexta-feira (16), finalizando uma semana movimentada para o setor e com diversas especulações sobre fusões e aquisições no varejo de moda após a Arezzo (ARZZ3, R$ 79,58, -1,69%) propor combinação de negócios com a Cia. Hering (HGTX3, R$ 23,37, +6,66%), que foi negada posteriormente pela última companhia.

Nesta sessão, contudo, o maior destaque ficou para as ações da Lojas Renner (LREN3, R$ 46,90, +11,91%), líder do setor do varejo de moda, com a possibilidade de uma oferta de ações da companhia reforçando a percepção de que a consolidação através de operações como a intencionada pela Arezzo devem movimentar o setor no curto prazo.

Os papéis da Cia. Hering , que chegaram a cair 3,65% mais cedo, passaram a subir forte a partir do meio-dia, chegando a avançar 12,23%. Os ativos amenizaram mas, ainda assim, fecharam com disparada de 6,66%, acumulando ganhos de 38,78% na semana.

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Confira o gráfico com o desempenho das ações HGTX3 nesta sexta-feira: 

Mas quem subiu ainda mais na sessão foi a ação da Lojas Renner, com ganhos de quase 12%; na máxima do dia, os ativos chegaram a subir 13,34%.  Confira o desempenho das ações LREN3 durante o dia no gráfico abaixo:

Fora do índice, os destaques ficaram com a C&A (CEAB3, R$ 13,68, +8,23%), com alta que chegou a ser de 17,72%, e com a Lojas Marisa (AMAR3, R$ 6,23, 14,73%), com salto que chegou a ser de 16% na máxima do pregão.

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Confira o gráfico com o desempenho das ações da C&A durante a sessão: 

Confira o gráfico com o desempenho das ações da Marisa durante o pregão: 

De acordo com informações do site Brazil Journal publicadas no início da tarde, os investidores passaram a especular que a Lojas Renner estaria pronta para fazer uma oferta pela C&A ou pela Marisa com os recursos da possível oferta de ações, levando à disparada dos ativos. Neste cenário de maior consolidação, os ativos da Cia. Hering, que também passaram a ser alvo de especulações sobre uma possível disputa pela marca no mercado, também viraram para alta.

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Segundo a publicação, citando duas fontes, as Lojas Renner estariam preparando um follow-on para levantar entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões no mercado. Porém, destacou, a empresa pretende fazer a oferta para financiar seu plano de crescimento orgânico e eventualmente estar pronta para uma possível oportunidade de fusão ou aquisição, mas sem um alvo em vista, ao contrário do especulado.

Em meio aos rumores, a Renner confirmou nesta sexta-feira que avalia realizar a oferta com esforços restritos e que já engajou determinados assessores financeiros. A companhia afirmou, contudo, que “não há, nesta data, definição final quanto à realização da referida oferta, sua estrutura, destinação de recursos ou volume”.

Itaú BBA, BTG Pactual, Morgan Stanley, JPMorgan e Santander serão os coordenadores de uma eventual oferta, disse à Reuters uma fonte a par do assunto.

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Os rumores desta sexta confirmam as indicações de que o cenário de consolidação do setor deve pautar cada vez mais as movimentações dos ativos no curto prazo. Mesmo após a recusa da Cia. Hering em combinar negócios com a Arezzo, a expectativa de muitos analistas de mercado é de que a Arezzo possa fazer novas propostas ou até que outras companhias fiquem de olho na empresa (veja mais clicando aqui).

Em relatório distribuído ao mercado nesta sessão, o Bank of America destacou que uma combinação de negócios entre Arezzo e Hering pode ter sentido estratégico, com sinergias potenciais entre as duas companhias em várias critérios, incluindo produto, segmentação, fabricação, compras, cadeia de suprimentos, sistemas, comércio eletrônico e estruturas e processos dos canais físicos. O banco reiterou recomendação de compra para os ativos ARZZ3, com preço-alvo de R$ 90.

Cabe destacar que a Arezzo já incorporou a Reserva, marca de vestuário masculino, com o mercado entendendo como positivo o movimento de ampliar a linha de atuação da companhia para mais segmentos do setor de moda e têxtil. Apesar da visão positiva, a sessão para os ativos ARZZ3 foi de queda, destoando do restante do setor, em um movimento de realização após a forte alta da véspera.

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Ainda no radar de fusões e aquisições, o grupo de moda Soma (SOMA3, R$ 14,84, +0,20%), dono de marcas como Animale e Farm, afirmou em comunicado ao mercado que está avaliando uma combinação de negócios com a rede de moda feminina Shoulder, ressaltando que as negociações ainda estão em fase preliminar.

Para Leonardo Milane, sócio e economista da VLG Investimentos e professor da FIA, o setor voltou aos holofotes em meio aos rumores sobre operações de fusões e aquisições, que devem seguir movimentando o noticiário das companhias no curto prazo. Isso porque, em meio à crise com a pandemia do coronavírus que abalou as empresas do setor, companhias relativamente mais fortes devem buscar oportunidades com a compra de companhias que estão em situação relativamente mais frágil.

Este é o caso, por exemplo, da Arezzo ao propor combinação de negócios com a Cia. Hering que, apesar da forte alta recente das ações, ainda vê a sua ação HGTX3 longe dos patamares de negociação de 2019. A Renner, como líder do setor do varejo de moda, também pode buscar oportunidades no setor.

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Ganhando com a reabertura

Contudo, além do noticiário sobre fusões e aquisições, as novidades sobre a reabertura do comércio em alguns estados, como foi o caso de São Paulo nesta sexta, também anima os papéis do setor, aponta Milane.

Além das varejistas, Iguatemi (IGTA3, R$ 37,72, +0,03%), brMalls (BRML3, R$ 9,79, +0,10%) e Multiplan (MULT3, R$ 23,85, +0,55%), que registravam baixa no começo da sessão, também viraram para ganhos em meio às notícias, ainda que fechando perto da estabilidade.

Em coletiva, o governo estadual confirmou a reabertura do comércio, ainda que o estado continue na fase vermelha. Com a mudança, shoppings e lojas de rua poderão reabrir, em horários reduzidos, já neste final de semana. Veja mais clicando aqui. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.