Ações da Oi (OIBR3;OIBR4) fecham em queda com resultado mostrando leve melhora das operações, mas dívida em alta

Companhia registrou um prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 4,813 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 82,4% nas perdas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Acompanhada com atenção pelos investidores em meio ao caminho trilhado para tentar sair da recuperação judicial, a Oi (OIBR3;OIBR4) teve resultados que não agradaram muito os analistas de mercado, o que também reflete no desempenho dos papéis da companhia. Os papéis OIBR3 caíram 5,88%, a R$ 0,96, enquanto os ativos OIBR4 tinham baixa menos expressiva, de 1,85%, a R$ 1,59.

A companhia registrou um prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 4,813 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 82,4% nas perdas na comparação com o mesmo período do ano passado, de R$ 2,638 bilhões. No 2º trimestre, a tele teve lucro de R$ 1,139 bilhão.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de rotina, por sua vez, foi de R$ 1,46 bilhão (alta de 13,7% na base trimestral), enquanto a margem melhorou para 32,3% (alta de 3 pontos na comparação trimestral e de 1,2 ponto na base anual).

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“Vale ressaltar que a queima de caixa no trimestre ainda foi negativa, mas um pouco mais amena, com um Ebitda menos capex (investimentos em capital) de – R$ 365 milhões (ante dado negativo de R$ 612 milhões no período anterior)”, avaliam.

O destaque do lado negativo foi a dívida líquida, que aumentou R$ 4,2 bilhões no trimestre, para R$ 29,9 bilhões, impactado pela desvalorização cambial no trimestre.

O Bradesco BBI destacou que o mercado pode considerar os resultados marginalmente negativos, tendo em vista o aumento do endividamento e apenas leves melhorias operacionais.

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A expansão FTTH (acrônimo de Fiber-to-the-Home – Fibra para o lar) sustentou o momentum mais positivo.  “No segmento de fibra, a empresa entregou mais um trimestre sólido, com a taxa de absorção de 23,5%, bastante estável no trimestre. Casas passadas e casas conectadas alcançaram 13,5 milhões (alta de 1,46 milhão na base trimestral) e 3,2 milhões (alta de 326 mil na base sequencial), respectivamente. As tendências de receita média líquida por usuário (ARPU, na sigla em inglês) foram ligeiramente positivas, crescendo 1,6% na base anual, para R$ 89.

Os analistas também destacam que o Ebitda de rotina teve um aumento na base sequencial suportado principalmente pelo crescimento sustentado das receitas de FTTH, juntamente com o controle de custos.

O Credit também destacou o aumento da margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) – de 29,3% no segundo trimestre para 32,3% no terceiro trimestre -, principalmente devido à expansão do FFTH no portfolio, mas também avalia a forte alta da dívida líquida devido ao real mais fraco como um ponto negativo. O banco tem recomendação neutra para o ativo OIBR3, com preço-alvo de R$ 1,60, o que corresponde ainda a uma alta de 57% em relação ao fechamento da véspera.

O BBI, por sua vez, mesmo destacando o resultado como marginalmente negativo para as ações, segue com visão positiva para o ativo OIBR3, possuindo recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e vendo um potencial de alta de 233% em relação ao fechamento da véspera.

“Acreditamos que os principais gatilhos para a ação devem ser a conclusão do processo de venda de ativos móveis, juntamente com a execução do plano estratégico para os próximos anos”, avalia o BBI.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.