Ações da Ecorodovias (ECOR3) fecham em alta de quase 9% após resultado superar expectativas com forte Ebitda

Resultado operacional deve-se, entre outros pontos, ao maior tráfego de veículos e a reajustes das tarifas e início da cobrança de pedágio em alguns pontos

Lara Rizério

Infraestrutura

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A sessão foi de disparada para as ações da Ecorodovias (ECOR3) após a operadora de concessões de infraestrutura divulgar seu resultado do quarto trimestre de 2022 (4T22), ainda que a ação tenha fechado longe das máximas do dia. Os papéis ECOR3 saltaram 8,86%, a R$ 5,16, após chegarem a subir 18,78%, a R$ 5,63.

A companhia teve lucro recorrente de R$ 194,5 milhões no quarto trimestre de 2022, alta de 180,6% frente ao mesmo período do ano anterior, em desempenho puxado pelo resultado operacional, ainda que os custos tenham mostrado elevação. O lucro líquido contábil foi de R$ 114,1 milhões. Analistas compilados pelo consenso Refinitiv, em média, projetavam lucro de R$ 112,8 milhões de outubro ao fim de dezembro.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 719,2 milhões , avanço de 36,8%. O Ebitda ajustado ficou em R$ 809,2 milhões. Analistas esperavam Ebitda de R$ 639,1 milhões.

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O aumento no resultado operacional, segundo a companhia, deve-se, entre outros pontos, ao maior tráfego de veículos em suas rodovias e a reajustes das tarifas e início da cobrança de pedágio em alguns pontos.

O Bradesco BBI destaca que o Ebitda ficou 3% acima das estimativas do Bradesco BBI e 8% acima do consenso de mercado. Os principais destaques foram: 1) as novas concessões rodoviárias agregaram R$ 181 milhões em receita; 2) a Artesp reconheceu o reequilíbrio econômico de R$ 477 milhões da Ecopistas, 3) a relação entre dívida líquida/Ebitda caiu de 4,6 vezes para 4,3 vezes; e 4) a Ecorodovias poderia continuar a buscar seletivamente novas concessões rodoviárias.

O banco tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 13, ou um potencial de alta de 174% em relação ao fechamento da véspera.

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A XP ressalta que a Ecorodovias reportou resultados positivos, conforme esperado. Do lado positivo, a equipe de análise observa tarifa média comparável em alta de 15% ao ano, após uma série de reajustes positivos de pedágio e ramp-up (aceleração) de novas concessões suportando o crescimento do Ebitda.

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“Do lado negativo, destacamos que os níveis de alavancagem ainda elevados reportados em 4,3 vezes a dívida líquida/Ebitda, refletindo o atual perfil elevado de capex da companhia (embora com desalavancagem versus os 4,6 vezes no 3T22)”, aponta a casa. A recomendação da XP para os ativos é neutra.

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O JPMorgan também tem recomendação neutra para os ativos. O banco reforça a visão de que a Ecorodovias apresentou bons resultados no 4T22, superando o Ebitda ajustado esperado pelo JP em 18% e o consenso da Bloomberg em 20%.

O Ebitda acima do esperado foi uma combinação de uma surpresa positiva tanto na receita quanto nos custos de caixa. Em relação à alavancagem, os analistas esperam uma redução gradual beneficiando-se do ramp-up de seus ativos mais novos.

“Congratulamo-nos com os resultados de hoje e esperamos uma reação positiva, especialmente levando em consideração a avaliação relativamente atraente (16% de Taxa Interna de Retorno – TIR – real) (…) No entanto, reconhecemos que a atenção do mercado está na execução do capex (investimento em capital) e desalavancagem – lembre-se que a Ecorodovias tem saldo de capex superior a R$ 40 bilhões ao longo de suas concessões, incluindo RioMinas e Noroeste Paulista”, afirmam os analistas, mantendo assim recomendação neutra.

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O Itaú BBA também destaca que os números mais altos no que o esperado foram puxados por um sólido Ebitda ajustado de R$ 809 milhões (16%-20% acima das estimativas do banco e do mercado), que foi impulsionado por um efeito extraordinário não caixa de R$ 78 milhões na Ecosul. Excluindo isso, o Ebitda teria sido 7 % melhor do que o esperado, devido ao aumento do tráfego, aumento das tarifas e entrada em operação de novas praças de pedágio nas concessões recém-incorporadas.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.