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SÃO PAULO – As ações da BRF (BRFS3) tiveram um final da sessão movimentado nesta terça-feira (1). Os papéis, que avançavam cerca de 1% por volta das 16h (horário de Brasília), saltaram até 11,96%, a R$ 28,84, em meio a uma operação de “block trade” (leilão agendado por um grande investidor para se desfazer de uma quantidade de ações).
Os ativos BRFS3 fecharam 9,55%, a R$ 28,22, a maior alta do Ibovespa, que subiu 1,63% no dia.
A operação, a princípio, seria de venda de 2,89% do capital social da companhia com a venda de 23,5 milhões de ativos BRFS3 a um valor de R$ 28,75, movimentando cerca de R$ 670 milhões. Segundo informações do Brazil Journal, com minutos para o fim do leilão, o tamanho do lote aumentou para 36 milhões de ações, sugerindo que a transação atraiu mais vendedores.
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O leilão começou quando o papel estava em R$ 26,08, em alta de 1,24% e o bloco foi oferecido a um valor 10,24% acima em relação ao preço imediatamente anterior ao leilão.
De acordo com o site, a corretora que organizou a operação foi o JPMorgan, a mesma que foi usada pela Marfrig (MRFG3) para levar a sua exposição ao capital da BRF em 24% do capital social.
Confira o desempenho da ação da BRF na sessão desta terça-feira (1):
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O mais provável, segundo a publicação, é de que a Marfrig esteja transformando derivativos em posição à vista ou comprando um pouco mais, o que pode fazê-la cruzar os 25% do capital, gerando um novo comunicado à CVM em até três dias. A probabilidade também, segundo o Brazil Journal, o vendedor seria a Previ ou a Petros.
Cabe destacar que, de acordo com informações da Reuters, a Marfrig solicitou formalmente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a aprovação da compra de quase um quarto das ações circulantes da BRF pela companhia, anunciada em 21 de maio – e após muitas especulações de mercado (veja mais clicando aqui).
Uma porta-voz da Marfrig disse à agência que o pedido, que deve ser analisado em um procedimento “fast-track”, foi realizado em 28 de maio e poderá ser processado em até 30 dias.
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A decisão da Marfrig de buscar a análise do órgão antitruste à aquisição de uma fatia de 24% da BRF, maior processadora de carne de frango do Brasil e proprietária de marcas como a Sadia, ressalta a sensibilidade do investimento, apesar de a Marfrig insistir que não pretende influenciar a gestão da BRF. A companhia de carne bovina afirmou que a operação, que ocorreu quase dois anos após o fracasso de negociações para uma fusão das duas empresas, tem caráter passivo e visa diversificar seus investimentos.
Em e-mail enviado à Reuters, o Cade afirmou que até o momento não houve qualquer menção no Diário Oficial da União ao pedido feito pela Marfrig ao órgão.
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Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, sem uma aprovação por parte do Cade a respeito da transação ocorrida, a Marfrig fica vedada de qualquer movimentação em relação à Administração e tomada de decisões na BRF.
“Porém o órgão não deve dificultar um aval, dado que as companhias operam em mercados distintos, além de a JBS (JBSS3) ter debaixo de sua operação a Seara e a JBS Brasil, o equivalente à BRF e a Marfrig, em uma comparação mais imediata”, avaliam os analistas.
Os analistas lembram que a regra da “pílula de veneno” (poison pill) da BRF, ou seja, gatilho de obrigatoriedade de uma oferta pública de aquisição (OPA) é de 33,33% da participação, o que obrigaria o comprador a realizar uma oferta para os demais acionistas para a compra da companhia toda com um prêmio de 40% sobre o preço médio de mercado.
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Com relação às operações da companhia, embora não haja sinergias operacionais relevantes, há uma complementaridade em termos de resultados, dado que o ciclo do frango e dos suínos tende a ter correlação inversa à do boi.
(Com Reuters)
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