Ações da Marfrig caem 8%, Carrefour e RD recuam 5% após balanços; só 5 papéis do Ibovespa sobem

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma sessão bastante negativa para o Ibovespa após os dados de inflação nos Estados Unidos, os maiores destaques de alta e baixa do índice ficam para as ações de empresas que divulgaram resultados.

O grande destaque positivo fica para a BR Distribuidora (BRDT3, R$ 25,13, +5,06%), que registrou alta de mais de 100% do seu lucro, sendo uma das poucas ações do benchmark da Bolsa a subir forte. Na máxima do dia, os papéis chegaram a avançar 9,11%. Além de BR Distribuidora, só Ultrapar (UGPA3, R$ 19,54, +0,51%), Suzano (SUZB3, R$ 68,42, +0,15%), IRB (IRBR3, R$ 6,34, +1,44%) e Cielo (CIEL3, R$ 3,49, +0,29%) avançaram.

Entre as maiores quedas, de cerca de 8%, ficaram as ações de Marfrig (MRFG3, R$ 19,12, -7,72%) e Banco Inter (BIDI11, R$ 187,63, -7,76%) que, contudo, ainda registram altas respectivas de 33% e 91% no acumulado do ano. A Marfrig divulgou resultados fortes, na avaliação de analistas, mas em linha com o esperado; combinado com a alta acumulada no ano e com o sentimento de aversão ao risco do mercado, as ações registram fortes perdas.

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As ações da Notre Dame (GNDI3, R$ 79,27, -5,05%) também tiveram fortes perdas, assim como Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 20,38, -5,21%), RD (RADL3, R$ 25,40, -5,33%). As companhias divulgaram resultados na noite da véspera.

Depois do fechamento, os resultados de 3R Petroleum, Aeris, Aliansce Sonae, Ambipar, Banrisul, D1000 Varejofarma, EDP Brasil, Positivo, Suzano, BRF, Cia. Hering, Eletrobras, Eneva, Hapvida, JBS, MRV Engenharia, Natura & Co, Suzano, Via e Yduqs serão revelados.

Vale (VALE3, R$ 114,33, -3,70%) teve queda de suas ações, após a alta da véspera. Apesar dos futuros de commodities ligadas ao ferro na China, incluindo minério de ferro e aço, fecharem em máximas recordes nesta quarta-feira, analistas começam a alertar o mercado sobre riscos em meio aos preços nas alturas. O minério de ferro mais ativo na bolsa de commodities de Dalian saltou 2,9%, para 1.337 iuanes por tonelada.

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“Embora ainda estejamos em um mercado altista, a rápida elevação dos preços no curto prazo acumulou riscos e há possibilidade de um ajuste”, disseram analistas da SinoSteel em nota. Apesar do mercado aquecido para produtos de metal nos últimos meses, a região sul da China está para entrar em uma temporada de chuvas que pode potencialmente impactar a demanda por materiais de construção.

Confira mais destaques:

Marfrig (MRFG3, R$ 19,12, -7,72%)

A Marfrig Global Foods reverteu um prejuízo de R$ 137 milhões obtido no primeiro trimestre de 2020 e marcou lucro líquido de R$ 279 milhões entre janeiro e março deste ano, impulsionada por fortes resultados na operação da América do Norte que compensaram adversidades ocorridas sobretudo no Brasil, conforme balanço divulgado nesta terça-feira.

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Com avanço de 39,7% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, para R$ 1,7 bilhão, e alta de 27,7% na receita líquida, a R$ 17,2 bilhões, a companhia brasileira, maior produtora de hambúrgueres do mundo, consolidou seu melhor primeiro trimestre da história.

A XP destaca que, no geral, os números vieram em linha com as expectativas dos analistas, mas ainda assim muito fortes no geral. O Ebitda ajustado ficou 8% abaixo do que esperavam, mas ainda 40% acima do mesmo trimestre em 2020. Nesse sentido, os analistas reiteraram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 24 por ação.

O resultado foi, mais uma vez, impulsionado por um forte desempenho nos Estados Unidos. No país, os níveis de abate ficaram praticamente estáveis ​​na comparação anual, ao mesmo tempo em que o preço do gado diminui, permitindo que a Marfrig reduzisse custos e ganhasse margem: no trimestre, a empresa registrou um aumento de 368 pontos-base na margem Ebitda da América do Norte atingindo 12%, em linha com nossa projeção.

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Já a América do Sul, por outro lado, registrou resultados mais fracos do que o esperado, com um EBITDA ajustado de R$ 211 milhões que ficou 20% abaixo da projeção da XP. Ainda assim, aponta a XP, vale lembrar que a América do Sul representa pouco mais de 10% do EBITDA consolidado do grupo; “como já falamos algumas vezes, em função de sua diversificação geográfica, a Marfrig é uma empresa praticamente americana”, aponta a XP.

O Credit destacou que, na América do Sul, a alta no preço do gado no Brasil e na Argentina impactou a lucratividade negativamente. O banco segue otimista quanto à Marfrig.

O banco avalia que o momento operacional continue forte. A National Beef deve continuar a se beneficiar do suprimento de gado ainda favorável nos Estados Unidos. A divisão da América do Sul deve se beneficiar da alta das exportações, impulsionadas pela depreciação do real. Além disso, iniciativas da gestão para ganhar eficiência devem abrir caminho para uma empresa mais saudável.

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O Credit vê a Marfrig como uma das empresas mais atraentes sob sua cobertura e mantém avaliação outperform, com preço-alvo de R$ 26.

SulAmérica (SULA11, R$ 33,00, -4,57%)

A seguradora e administradora de recursos de terceiros SulAmérica teve queda no lucro do primeiro trimestre, refletindo maiores custos ligados à Covid-19. A companhia anunciou nesta terça-feira que seu lucro das operações continuadas de janeiro a março somou R$ 54 milhões, montante 22,8% inferior ao de um ano antes.

“Tivemos custos assistenciais relevantes associados à pandemia”, afirmou a companhia no relatório de resultados, citando despesas assistenciais de cerca de R$ 384 milhões com consultas e exames, além de 30 milhões com pagamento de seguro de vida por mortes ligadas à doença. Desde o início da pandemia, já foram 1.403 óbitos de segurados.

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Além disso, a Sul América pagou mais impostos do que no primeiro trimestre de 2020, quando tinha sido beneficiada com pagamento de juros sobre o capital próprio.

As receitas da Sul América com seguros no período foram 5,3% maiores ano a ano, da ordem de R$ 4,9 bilhões, com a expansão em segmentos como planos de saúde, e produtos de previdência mais do que compensando o declínio em gestão de recursos. O Ebitda ajustado atingiu R$ 146 milhões no trimestre, avanço de 34,9% sobre um ano antes.

O Credit Suisse aponta que os resultados trimestrais da Sul América indicam a capacidade da empresa de garantir controle sobre os pedidos de uso de plano de saúde. O banco aponta que os reflexos sobre postergações em procedimentos eletivos podem ser sentidos mais tarde neste ano. Apesar disso, o banco continua acreditando em uma taxa modesta de crescimento futuro, principalmente orgânica, uma exposição maior a utilização, em comparação com empresas mais verticalizadas, e a dependência de resultados financeiros, mesmo operando sob margens mais estreitas. O banco mantém avaliação underperform e preço-alvo de R$ 33,95.

Já a XP ressalta que os resultados foram abaixo do esperado, com lucro líquido de R$ 54 milhões (versus R$ 71 milhões do consenso Bloomberg), implicando em um ROE de 11,6%.

“No trimestre, destacamos o desempenho negativo do segmento de Vida, impactado principalmente pelo aumento no número de óbitos relacionados à Covid-19, e da maior alíquota de imposto devido ao não reconhecimento de créditos tributários. Por outro lado, os segmentos de Saúde e Odonto foram destaques positivos, beneficiados pelas medidas mais restritivas de isolamento e pela frequência ainda baixa de procedimentos eletivos que haviam sido postergados, compensando o maior volume de sinistros relacionados a pandemia”, avaliam os analistas.

Apesar do resultado, os analistas da XP reiteram recomendação de compra e preço-alvo de R$ 58 por ação para SULA11 devido a: i) fundamentos de longo prazo; ii) o trimestre não deve ser tratado como recorrente; e iii) a retomada da economia deve beneficiar prêmios.

Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 20,38, -5,21%)

O Carrefour Brasil teve lucro líquido de R$ 420 milhões  no primeiro trimestre, crescimento de 4,7% ante mesmo período de 2020, impulsionado por maiores vendas em suas divisões de supermercados e atacarejo e controle de gastos. O número foi quase em linha com os R$ 427 milhões projetado pelos analistas de mercado segundo dados compilados pela Refinitiv.

Já o Ebitda foi de R$ 1,1 bilhão nos primeiros três meses deste ano, o que representa uma retração de 1,3% em relação ao início de 2020. Os analistas esperavam um Ebitda de R$ 1,23 bilhão.

A receita líquida, por sua vez, atingiu R$ 16,4 bilhões, um crescimento de 13,8% na base anual de comparação, mas abaixo dos R$ 17,28 bilhões estimados pelo mercado.

O Bradesco BBI avalia que pode haver decepção com os resultados do Carrefour Brasil, devido à queda de 1% no Ebitda consolidado, após três trimestres de crescimento entre 18% e 27%. O banco diz que o Carrefour Bank fez a maior contribuição para o Ebitda mais fraco, mas que o centro das atenções dos investidores deve ser a contração na margem bruta do Atacadão. O banco acredita que seja improvável que o Atacadão esteja competindo por preços com a concorrência. Apesar disso, o banco mantém preço-alvo para 2021 em R$ 28. O banco mantém avaliação outperform, e diz ver potencial para criação de valor com a compra do Grupo BIG.

A XP destacou que os resultados do Carrefour foram abaixo do esperado, decorrente de uma queda de margem bruta mais forte do que as expectativas dos analistas. “O lucro líquido veio bastante acima da nossa estimativa, em R$ 923 milhões (95% acima da XPi) por conta do reconhecimento de uma receita não recorrente com a efetivação da transação do empreendimento imobiliário com a WTorre e créditos fiscais. Ajustando para esse efeito, o lucro veio abaixo do nosso, devido ao resultado operacional mais fraco”, apontam.

De acordo com Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, apesar da sólida performance de vendas já divulgada em abril, o resultado mostrou um impacto mais forte do que o esperado em rentabilidade.

Como referência, o Atacadão apresentou crescimento de receita líquida em 17,6% na base anual e margem EBITDA em 6,6% (queda de 0,5 ponto na base anual) o que se compara a um crescimento de receita de 21% na base anual apresentado pelo Assaí no trimestre e uma margem Ebitda em 6,8% (alta de 0,3 ponto). No Carrefour, o crescimento de receita líquida foi de 5,8% na base anual e margem EBITDA em 5,5% (alta de 0,9 ponto) o que se compara a uma queda de receita de 2,9% na comparação anual apresentada pelo GPA Brasil e uma margem EBITDA em 8,2% (alta de 1 ponto na base anual).

Apesar dos analistas terem uma visão positiva em relação à aquisição do Grupo BIG e verem riscos positivos com as iniciativas de monetização de terrenos da companhia (como a vista nesse trimestre com a WTorre), o segmento de varejo de alimentos deve sofrer com a retomada e reabertura da economia à medida que os consumidores voltam a comer fora de casa e/ou buscam canais de melhor custo benefício, como o atacarejo.

Nesse sentido, apesar de verem o Atacadão bem posicionado, preferem a exposição ao Assaí por ser uma companhia que atua apenas neste canal. “Mantemos nossa recomendação para as ações CRFB3 em neutra e preço alvo de R$ 28,0 por ação”, aponta a XP.

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 25,13, +5,06%)

A BR Distribuidora reportou um lucro líquido de R$ 492 milhões no primeiro trimestre de 2021, número acima dos R$ 478 milhões projetados pelos analistas de mercado segundo dados compilados pela Refinitiv.

Com o resultado, a distribuidora de combustíveis teve um desempenho 110,3% melhor que o do mesmo período do ano passado.

A receita líquida, por sua vez, atingiu R$ 26,13 bilhões, um crescimento de 23,3% na base anual de comparação e acima dos R$ 28,2 bilhões estimados pelo mercado.

Segundo a administração da empresa, o Ebitda elevado foi mais um passo importante em direção ao fechamento do gap de margens que historicamente distanciava a companhia do restante do setor.

“Continuamos a ambicionar patamares de rentabilidade que nos coloquem em posição compatível com nossa escala e participação de mercado, através de uma permanente busca por eficiência que entendemos ainda oferecer oportunidades adiante”, escreveram os executivos.

O Bradesco BBI comentou os resultados da BR Distribuidora, destacando o Ebitda 13% acima de sua estimativa e 24% acima daquela do consenso do mercado. A margem recorrente ficou em R$ 130 por metro cúbico, superando aquela do Ipiranga, de R$ 105 por metro cúbico.

O banco avalia que o novo CEO Wilson Ferreira Jr. já está deixando sua marca. O banco diz que ainda não incorporou iniciativas sobre eficiência em suas estimativas. O Bradesco BBI está elevando suas estimativas quanto a volume, e elevou o preço-alvo de R$ 28 para R$ 31 por ação, mantendo avaliação outperform.

O Credit classificou os resultados da BR Distribuidora como excepcionais. O Ebitda fica 11% acima de suas estimativas; a recomendação é outperform para as ações, com  preço-alvo em R$ 32.

Vivo (VIVT3, R$ 42,65, -2,63%)

A Telefônica Brasil teve lucro líquido de R$ 942 milhões no primeiro trimestre, queda de 18% ante mesmo período de 2020, diante de maiores despesas financeiras e depreciação.

A companhia também anunciou que assinou memorando de entendimento vinculante com a Teledoc Health para criar uma plataforma de telemedicina no Brasil chamada de Vida V, que será lançada nos próximos meses.

O Credit Suisse afirma que mantém uma visão positiva quanto à Vivo e que a valoração continua atrativa. A performance operacional deve melhorar no ano, diz o banco. A distribuição de novos serviços digitais pode abrir perspectiva de valorização.

Banco Inter (BIDI11, R$ 187,63, -7,76%)

O Banco Inter teve lucro de R$ 20,8 milhões no primeiro trimestre, ante o prejuízo de R$ 8,4 milhões registrado no primeiro trimestre do ano passado.

As receitas líquidas totais de R$ 485,7 milhões, apresentando crescimento de 123,8% na comparação anual .

A carteira de crédito ampliada do Inter foi a R$ 11 bilhões, alta de 97,0% na comparação anual. A originação de crédito atingiu R$ 3,7 bilhões no trimestre, 173% acima na comparação anual, com destaque para a originação em crédito consignado, que atingiu crescimento anual de 246%. A inadimplência teve queda para 2,6%, de 4,62% no primeiro trimestre do ano passado.

Lopes Brasil (LPSB3, R$ 4,47, -8,59%)

O lucro líquido foi de R$ 10,1 milhões antes do IFRS (aumento de 923% na base anual) e de R$ 3,46 milhões depois do IFRS (expansão de 142%). O Valor Geral de Vendas (VGV) Intermediado Total de R$ 2,1 bilhões, em crescimento de 99% sobre o mesmo período do ano passado. O Ebitda foi de R$ 18,53 milhões, o que corresponde a uma expansão de 212% ante os três primeiros meses de 2020.

Grupo Notre Dame Intermédica (GNDI3, R$ 79,27, -5,05%)

O Grupo Notre Dame Intermédica teve prejuízo líquido de R$ 27,9 milhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo um lucro de R$ 160,4 milhões nos primeiros três meses de 2020.

A receita líquida de R$ 2,9 bilhões, em crescimento de 13,4% em relação ao primeiro trimestre de 2020. O Ebitda foi de R$ 137 milhões, uma queda de 64,3% sobre o mesmo período do ano passado.

O Morgan Stanley avalia que a nova onda de Covid e a normalização da realização de procedimentos eletivos deterioram significativamente o caixa do Grupo Notre Dame. A margem Ebitda ajustada caiu frente expectativa de alta de do Morgan. O banco, contudo, aponta que a história da empresa continua muito positiva. O banco mantém avaliação overweight, e preço-alvo de R$ 117.

O Credit Suisse diz que a margem de lucros estreita do Notre Dame faz com que variações na taxa de pedidos para uso de planos de saúde afetem os lucros negativamente. O banco diz que o aumento do nível de verticalização visa a atenuar esse fenômeno. Mas acredita que os efeitos de curto prazo não impactam a capacidade de crescer acima da proposição de valor do mercado e do nível de gestão dos pedidos. O Credit espera que a integração com a Hapvida levem a expansão dos valores pagos e da margem, devido a sinergias. O Credit Suisse mantém avaliação outperform e preço-alvo de R$ 105.

A XP ressalta que a NotreDame apresentou um crescimento robusto em receita devido a um aumento sólido no número de beneficiários de planos de saúde; no entanto, a maior sinistralidade pressionou as margens levando a uma queda de 51% no Ebitda, embora absolutamente em linha com as estimativas dos analistas.

“Em nossa opinião, essa pressão deve continuar ao longo do primeiro semestre de 2021, uma vez que a sinistralidade do mesmo período de 2020 teve o benefício do cancelamento e/ou adiamento de procedimentos eletivos. No entanto, vemos esse impacto como transitório e não estrutural e acreditamos que a empresa deve continuar crescendo organicamente e deve ser capaz de reduzir estruturalmente a sinistralidade em breve. Portanto, reiteramos nossa recomendação de compra para GNDI3 e nosso preço-alvo de R$117 por ação”, apontam os analistas.

RD (RADL3, R$ 25,40, -5,33%)

A RD reportou um lucro líquido de R$ 188,8 milhões no primeiro trimestre de 2021, número acima dos R$ 185,8 milhões projetados pelos analistas de mercado segundo dados compilados pela Refinitiv.

Com o resultado, a rede de farmácias teve um desempenho 29,5% melhor que o do mesmo período do ano passado. Já o lucro líquido ajustado da RD foi de R$ 177,9 milhões, com margem de 3,0%.

O Morgan Stanley diz que os resultados da Raia Drogasil vieram em linha com suas estimativas e com o consenso do mercado. Mas diz que a as receitas ficaram em bases comparáveis e com margens estáveis na comparação anual. O banco acredita que os resultados do próximo trimestre devem ser melhores, mas que isso já está refletido no preço das ações.

Assim, mantém avaliação equal-weight, e preço-alvo de R$ 23,6, frente aos R$ 26,83 negociados na terça.

Comentando o resultado da Raia Drogasil, o Credit Suisse afirma que vê boa perspectiva de longo prazo para o setor farmacêutico contanto que o cenário de consumo continue a fluir. O banco vê boas perspectivas com o crescimento do mercado. Mas o banco diz que os preços já refletem a perspectiva positiva, por isso mantém avaliação neutra e preço-alvo de R$ 25, frente aos R$ 26,83 negociados na terça.

O Bradesco avaliou os resultados da Raia Drogasil como positivos, indicadores de resiliência em maio a crise. O banco diz que um dos temores era de que houvesse maior deterioração das margens nos canais digitais. Mas o banco diz que a deterioração foi marginal enquanto que o percentual da receita fica em 7,7% do total. Os analistas destacam ver opções mais atrativas no segmento, como a Rede D’Or. Assim, mantém avaliação neutra para a Raia e preço-alvo para 2021 em R$ 23,40.

A XP destacou que a RD reportou sólidos resultados, acima das estimativas dos analistas, mas em linha com o consenso. O forte desempenho de vendas mesmas lojas, a penetração de vendas digitais em um nível recorde (em 7,7%) e ganho de participação de mercado nacional e em todas as regiões foram os principais destaques positivos do resultado.

Além disso, a companhia divulgou dados preliminares da performance em abril, com forte crescimento de vendas mesmas lojas (alta de 22% total e alta de 14% lojas maduras, comparando com abril de 2019 dada fraca base de comparação em 2020).

“Acreditamos que parte do forte desempenho da companhia em abril pode ser explicado pelo reajuste de preços de medicamentos efetivo a partir de 1º de abril o que, na nossa visão, deve contribuir positivamente para os resultados do setor no curto prazo. Entretanto, mantemos nossa recomendação de Neutro e preço alvo de R$ 27,0 por ação para o fim de 2021 para RADL3 dado que vemos o nível de valuation da companhia como justo”, apontam os analistas.

Santos Brasil ( STBP3, R$ 7,30, -1,35%)

A Santos Brasil teve um lucro líquido de R$ 30,9 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 13,3 milhões no mesmo período do ano passado. O Ebitda foi de R$ 106,1 milhões, valor 175,6% maior na comparação anual. A receita foi de R$ 314,6 milhões, em crescimento de 40,6% ante o primeiro trimestre de 2020.

O Bradesco BBI aponta que o Ebitda superou sua estimativa em 47%, e aquela do mercado em 15%. O banco destaca a alta de 43% nos contêineres importados, apesar do enfraquecimento do real; preços mais altos de commodities, que devem sustentar o crescimento de contêineres para exportação; o reajuste do contrato com a Maersk, finalizado em abril de 2021, impulsionando os resultados de 2021.

O BBI avalia que o bom resultado do trimestre indica que a Santos Brasil pode ser capaz de viabilizar a projeção mais alta de sua guidance para o Ebitda de 2021, de R$ 450 milhões, 8% acima do consenso do mercado.

O Bradesco manteve avaliação outperform e elevou o preço-alvo para 2021 da Santos Brasil de R$ 12 para R$ 13.

Vulcabras ( VULC3, R$ 8,14, -2,75%)

A fabricante de calçados Vulcabras registrou lucro líquido de R$ 14,6 milhões, em um aumento de 64% em comparação com os primeiros três meses de 2020. Já o Ebitda foi de R$ 37,3 milhões, o que corresponde a um crescimento de 37,1% na mesma base de comparação. A receita líquida, por sua vez, avançou 30,7%, para R$ 311,9 milhões.

A XP aponta que a Vulcabras divulgou um sólido resultado no 1° trimestre de 2021, com forte crescimento de receita e expansão de margem, embora abaixo das estimativas otimistas dos analistas.

“Apesar do cenário desafiador no trimestre, a empresa apresentou crescimento de receita versus o primeiro trimestre, impulsionada pelo aumento do volume de vendas de calçados esportivos (alta de 22%), outros calçados (alta de 87,7%) e vestuário e acessórios (alta de 9,9%). Além disso, a empresa apresentou uma melhora de 1,71 ponto percentual na margem bruta e 0,57 ponto na margem Ebitda na base anual, o que reforça o principal pilar da nossa tese de investimento, que é a expansão da margem”, apontam.

No entanto, a empresa apresentou um alto consumo de caixa no trimestre impulsionado por maiores necessidades de capital de giro (o fechamento de lojas devido à pandemia exigiu prazos de pagamento mais longos) e capex. A XP reitera recomendação de compra, com preço alvo de R$ 12 por ação.

Wilson Sons ( WSON33, R$ 50,90, -0,57%)

O lucro líquido de Wilson Sons somou R$ 4,6 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de R$ 7,8 milhões no primeiro trimestre de 2020. O Ebitda foi de R$ 43,6 milhões, em um crescimento de 20,8% sobre o mesmo período do ano passado. Já a receita líquida foi de R$ 92,5 milhões, dado 1,5% superior ao dos três primeiros meses de 2020.

Espaçolaser ( ESPA3, R$ 16,24, -1,10%)

A Espaçolaser teve lucro líquido ajustado de R$ 31,65 milhões no primeiro trimestre de 2021, em crescimento de 29,8% na comparação anual. O Ebitda ajustado foi de R$ 61,58 milhões, o que representa uma expansão de 5,5% na comparação anual. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 176,78 milhões, em um aumento de 2,1% na base anual.

Eletrobras (ELET3, R$ 37,52, -5,18%; ELET6, R$ 38,44, -3,47%) 

Ainda em destaque, está o relatório preliminar da medida provisória de privatização da Eletrobras apresentado nesta terça-feira pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), que prevê alocar parte dos recursos gerados pela desestatização aos consumidores cativos de energia, o que aliviaria tarifas de consumidores residenciais, principalmente.

A proposta representa mudança frente ao plano do governo, pelo qual metade do ganho de valor obtido pela Eletrobras com o processo seria direcionada pela companhia ao longo dos anos para aliviar encargos que pesam sobre os custos da energia para todos brasileiros, incluindo empresas e grandes indústrias que operam no chamado mercado livre de eletricidade. “A destinação desses recursos de forma exclusiva para o mercado cativo garantiria a esses pequenos consumidores um montante adicional de aproximadamente R$ 8 bilhões no decorrer do prazo de vigência das concessões”, escreveu Nascimento, que foi definido relator da MP na Câmara.

O Itaú BBA espera que a MP seja votada e aprovada pela Câmara na semana que vem, e no Senado antes de 22 de junho, quando expira. O Itaú mantém recomendação outperform para a ELET3, e preço-alvo de R$ 52,90.

Após as mudanças no projeto da medida provisória de privatização da Eletrobras, o Credit Suisse alterou seus modelos, de forma a alterar estimativas macro; custo de captação de recursos pela venda de ações, com redução de 0,5%; novas estimativas de recebíveis, com compensação total por atrasos no pagamentos mais altos, apesar de um período de deferimento mais logo; atualização do valor para o investimento em ações minoritárias; novas estimativas para fusões e aquisições.

Assim, o preço-alvo subiu de R$ 32 para R$ 45 para os papéis ELET6, mantendo recomendação neutra. E elevou de negativa para neutra a dos papéis ELET3, por esses papéis se beneficiarem da perspectiva de privatização, elevando seu preço-alvo de R$ 28,3 para R$ 43. No cenário mais otimista, considerando a proposta de privatização, o preço-alvo fica em R$ 65. No cenário mais negativo, em R$ 26. A estimativa para o rendimento por ação em 2022 foi elevada de R$ 6,09 para R$ 7,06.

BRF (BRFS3, R$ 21,05, -1,54%)

A produtora de carnes BRF informou nesta terça-feira que está avaliando o impacto financeiro de novas restrições impostas pela Arábia Saudita às vendas de carne de frango, que reduzirá a validade do produto congelado e seus cortes de um ano para três meses.

A BRF disse em comunicado que as autoridades sauditas notificaram a Organização Mundial do Comércio (OMC) da mudança, e que a companhia avaliará os reflexos em conexão com as autoridades competentes para a adoção de eventuais medidas aplicáveis, em linha com os acordos da OMC.

Os países-membros da organização potencialmente afetados pela medida poderão apresentar comentários em até 60 dias contados a partir da data de notificação, acrescentou a empresa.

A nova restrição ocorre após a Arábia Saudita ter anunciado, na semana passada, a suspensão das exportações de carne de frango de 11 frigoríficos brasileiros sem fornecer explicações, embora plantas da BRF não tenham sido afetadas por esta rodada de suspensões. (Full Story)

O governo brasileiro já havia afirmado que iniciou contatos com a Arábia Saudita a respeito das proibições.

O Credit Suisse classificou a notícia como negativa. Como a empresa é dona da distribuição e dos estoques locais, quaisquer restrições são mais pesadas para as margens.

Petrobras (PETR3, R$ 24,24, -1,26%; PETR4, R$ 24,78, -1,47%)

A Petrobras assinou com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) na terça acordo judicial para encerramento de litígio e recuperação de crédito, reconhecido no valor de R$ 314 milhões. Pelo acordo, a petrolífera deve receber R$ 132,6 milhões de forma incondicional, distribuído em 24 parcelas mensais e sucessivas.

Em fato relevante a estatal petrolífera revela ainda que será concedido deságio no valor restante de R$ 181,4 milhões, que também foi dividido em 24 parcelas mensais e sucessivas, desde que os pagamentos ocorram pontualmente. A cada parcela quitada do primeiro subcrédito, a CEA receberá um bônus correspondente a uma parcela do segundo subcrédito. Em caso de atraso, pelo acordo a Petrobras poderá exigir todas as parcelas a vencer de ambos os subcréditos da dívida.

Atendidas as condições, a renegociação gerará um efeito positivo de R$ 132,6 milhões no resultado consolidado da Petrobras, sem considerar os efeitos tributários.

O acordo está sujeito ao sucesso da licitação de desestatização da CEA, prevista para ocorrer até 30 de junho, com transferência do controle acionário até 31 de dezembro. Segundo a estatal, o crédito histórico já se encontrava provisionado como perda nas Demonstrações Financeiras relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2020. A negociação foi conduzida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pela execução e acompanhamento do processo de desestatização da CEA.

A Petrobras entende que o acordo “antecipará o recebimento do crédito e reduzirá custos associados à continuidade de disputas, propiciando economia de recursos”.

A diretoria da Petrobras ainda aprovou na terça a celebração de aditivos a termos de compromisso junto ao órgão antitruste Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que amplia prazos para a venda de refinarias e ativos de gás. No novo cronograma, a Petrobras terá até 31 de julho para vender a Refinaria Isaac Sabbá (Reman), Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) e Refinaria Alberto Pasqualini (Refap).

B3 (B3SA3, R$ 51,50, -2,55%)

O Bradesco BBI revisou o seu preço-alvo para a B3, de R$ 73 para R$ 69, após a divulgação de resultados para o primeiro trimestre, principalmente devido a estimativas maiores sobre faturamento, parcialmente ofuscadas pelo custo maior de captação de recursos com emissão de ações.

O banco avalia que a valoração abaixo daquela de outros atores do mercado não se justifica, tendo em vista a performance operacional e a sustentabilidade de volumes, e o esperado ritmo de rendimento à frente. O Bradesco afirma que a B3 é uma de suas escolhas favoritas na cobertura financeira, e mantém avaliação outperform.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.