Ação da Braskem desaba 7,5% após decisão da Justiça de São Paulo; Cielo sobe mais de 4% e Petrobras avança

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (6)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa interrompeu a sequência de três altas e fechou a sessão desta quinta-feira (6) em queda de 0,72%, com baixa de bancos e em meio a uma realização de lucros.

A maior queda foi dos ativos da Braskem (BRKM5), com baixa de 7,46%, após a 1.ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo julgar o mérito do recurso envolvendo ações da Braskem. Na decisão, desembargadores deferiram a excussão (ato de executar judicialmente os bens de um devedor principal) das ações dadas em garantia pela empresa Odebrecht a instituições bancárias credoras, confirmando, assim, decisão liminar de julho do ano passado. A decisão pode afetar a migração da Braskem para o Novo Mercado da B3.

Em meio ao movimento de realização de lucros, papéis de empresas que subiram forte no início da sessão repercutindo positivamente as medidas da China de cortar tarifas sobre produtos dos EUA, viraram para queda ou amenizaram fortemente os ganhos.  Ações de Vale (VALE3) subiram 0,55% após chegarem a avançar 1,76% mais cedo, enquanto siderúrgicas como CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) registraram perdas.

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Em destaque no radar, o BNDES arrecadou R$ 22 bilhões com a venda da fatia de 9,6% das ações ON da Petrobras (PETR3;PETR4). Com isso, os ativos subiram mais de 2%, em meio à visão de que, após a conclusão da venda, os papéis podem ver o valor ser destravado (veja mais clicando aqui).

Já o Fleury (FLRY3) caiu 4,18% após a ação ter a recomendação reduzida para manutenção pelo HSBC, com preço-alvo de R$30.

A Klabin (KLBN11), que chegou a subir 5,12% após a divulgação do resultado do quarto trimestre, amenizou os ganhos e fechou em alta de 0,86%, a R$ 21,09. Enquanto isso, a maior alta ficou com o papel da Cielo (CIEL3), que fechou em alta de 4,69%.

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Confira os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
CIEL3 4.6875 7.37
WEGE3 3.5533 42.84
PETR4 2.78267 29.18
PETR3 2.69029 31.3
EMBR3 1.30364 18.65

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
BRKM5 -7.46138 31.75
ELET3 -4.5 36.29
FLRY3 -4.1791 32.1
BRML3 -3.97906 18.34
AZUL4 -3.59066 59.07

Petrobras (PETR3;PETR4)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vendeu a fatia de 9,6% das ações com direito a voto (ordinárias) que detinha da Petrobras por cerca de R$ 22 bilhões. O movimento é simbólico: reduz drasticamente o investimento do banco de fomento em empresas e, ao mesmo tempo, marca a redução da participação do governo na estatal. Hoje, o governo detém 50,2% da petroleira.

A quantidade inicial de 611,8 milhões de ações ON foi acrescida em 20%, ou 122,4 milhões, por meio de lote adicional. A data prevista para início de negociação das ações é 7 de fevereiro. A CVM confirmou o preço por ação de R$ 30 em oferta de ações.

Em pouco mais de seis meses, o governo vendeu, indiretamente, quase 13% das ações ordinárias da Petrobras, em ofertas públicas de ações na Bolsa. No ano passado, a Caixa vendeu 3,2% e embolsou R$ 9,6 bilhões. Para que a participação do governo caia abaixo de 50% seria necessário mudanças na lei do petróleo. Hoje, a regra determina que o governo precisa deter 50% mais uma ação ON da Petrobras.

Klabin (KLBN11

A Klabin, fabricante de papel, celulose e embalagens, informou na manhã de hoje que obteve um lucro líquido de R$ 631 milhões no quarto trimestre de 2019, uma expansão de 204% sobre o lucro do trimestre anterior, que foi de R$ 207 milhões. Em comparação a igual período de 2018, contudo, o lucro líquido caiu 31%. No fechado de 2019, a Klabin teve lucro líquido de R$ 715 milhões, uma expansão de 283% sobre 2018. A margem EBITDA ajustada de Klabin no quarto trimestre ficou em R$ 965 milhões; ela recuou 31% sobre o terceiro trimestre do ano passado e 15% sobre igual período de 2018. No fechamento de 2019, o EBITDA de Klabin cresceu 7% sobre 2018, para R$ 4,3 bilhões.

O balanço da Klabin mostrou que o endividamento da companhia permanece alto, subindo de R$ 12,3 bilhões (2018) para R$ 14,3 bilhões em 2019, uma alta de 16%. A relação dívida líquida/Ebitda passou de 3,1X em 2018 para 3,3X em dezembro de 2019, o que é um nível preocupante. A empresa ressalta, contudo, que o último trimestre de 2019 foi um período de recuperação para os mercados de papel, celulose e embalagens, com crescimento de 4,5% nas vendas de papelão ondulado no mercado brasileiro.

Segundo o BBI, os resultados vieram em linha com as expectativas em relação ao Ebitda do quarto trimestre de 2019, de R$ 965 milhões. O BBI destaca que a Klabin atingiu recorde de vendas de 435 milhões de toneladas de celulose, resultado 9% superior ao de 2018 e também em linha com suas projeções. “A dívida líquida caiu de R$ 15 bilhões para R$ 14 bilhões no quarto trimestre. Ao mesmo tempo, a Klabin gastou R$ 554 milhões no trimestre no projeto Puma II, que está dentro do orçamento e do tempo previsto”, avalia.

Já o Morgan Stanley avalia os números como fortes, com destaque para o Ebitda 12% acima do consenso e 5% acima das estimativas dos analistas do banco. Contudo, devido ao valuation, mantém recomendação underweight (exposição abaixo da média do mercado) para as units.

Ambev (ABEV3)

O Conselho de Administração da Ambev aprovou indicação de Lucas Machado Lira para substituir Fernando Mommensohn Tennenbaum, que assumirá a posição de CFO na Anheuser-Busch Inbev, segundo comunicado da companhia na noite de quarta-feira.

Centauro (CNTO3)

O grupo SBF, controlador da Centauro, anunciou nesta quinta-feira o início de uma parceria estratégica com a marca de artigos esportivos Nike, tornando-se distribuidora exclusiva de seus produtos no Brasil pelo período inicial de dez anos. As ações CNTO3 subiram 14,70%.

Por R$ 900 milhões, sujeitos a ajuste, a Centauro se compromete a adquirir a totalidade e de quotas representativas do capital social da Nike no Brasil, o que exclui direitos sobre propriedade intelectual, mas inclui capital de giro, estoque e “determinados ativos fiscais”, de acordo com comunicado ao mercado. Confira mais detalhes clicando aqui.

Localiza (RENT3

A Localiza Hertz, maior locadora de automóveis do Brasil, realizará uma emissão de debêntures no valor de R$ 1 bilhão. A empresa decidiu realizar a operação após uma reunião do Conselho de Administração, na sede em Belo Horizonte (MG). A empresa definirá a data da emissão dos papéis, que terão vencimento em 2025.

Recomendações

As empresas de telecomunicação Vivo (VIVT4) e TIM (TIMP3) foram iniciadas como outperform pelo BBVA. As Empresas do setor também devem ficar de olho na votação pela Anatel da proposta de edital para o leilão do 5G, que será retomada nesta quinta-feira. A proposta deve prever uma ampliação em 100 MHz da faixa de 3,5 GHz – a que desperta mais interesse entre as quatro que serão leiloadas – como forma de reduzir a interferência do serviço 5G no serviço de televisão por parabólica, segundo o G1.

Já o Credit Suisse rebaixou as recomendações de três construtoras brasileiras. A EzTec (EZTC3) e Tenda (TEND3) foram rebaixadas de outperform a neutra. Tecnisa (TCSA3) teve recomendação revista de neutra para underperform. Já o Fleury (FLRY3) teve a recomendação reduzida para manutenção pelo HSBC, com preço-alvo de R$30.

Oi (OIBR3;OIBR4)

A Oi, em recuperação judicial, confirmou que contratou o banco de investimentos Lazard como seu assessor financeiro para prospectar e estruturar operações que envolvam alternativas que assegurem seu plano de investimentos e a aceleração da expansão dos seus projetos em fibra.

Segundo a operadora, o Lazard e o Bank of America Merrill Lynch, que segue nos processos de alienação de determinados ativos “non-core”, atuarão de forma coordenada na avaliação de alternativas estratégicas envolvendo fibra e outros ativos da Oi, “com o objetivo de maximizar a criação de valor e ampliar as fontes de financiamento para a execução do plano de investimentos da companhia e expansão de fibra”, disse a empresa em comunicado.

“Essa iniciativa está alinhada ao objetivo de aprofundar a transformação estratégica, operacional e financeira da Oi, a partir de uma visão de longo prazo, abrangendo as tendências tecnológicas, de mercado e de inovação e permitindo o suporte adequado à implementação do seu plano estratégico”, acrescentou a operadora.

Cia. Hering (HGTX3)

A Cia. Hering anunciou novo programa de recompra de até 1,49 milhão de ações, o que corresponde a 1,17% do total de papéis ordinários em circulação. Segundo a varejista, a recompra é para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento, bem como para utilização em planos de opção de compra de ações ou outras formas de remuneração baseada em ações.

Sanepar (SAPR11

A Sanepar – Companhia de Saneamento do Paraná -, prepara a emissão de R$ 350 milhões em debêntures sênior, com vencimentos para 2027 e 2029. A operação deverá ser feita no Brasil, em data a ser informada pela companhia.

Locaweb (LWSA3)

A Locaweb estreou na B3 nesta quinta-feira (6) com o ticker LWSA3. Às 10h31, as ações da companhia registravam forte alta. A empresa do segmento de hospedagem de sites levantou nesta semana R$ 1,03 bilhão em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

O preço de referência foi de R$ 17,25, no topo do intervalo definido antes da operação, que começava em R$ 14,25. A empresa estreou na B3 avaliada em R$ 2,15 bilhões.

A Locaweb é a primeira empresa de hospedagem de sites do Brasil. Fundada em 1998 por Gilberto Mautner e Claudio Gora, ela foi criada pouco antes do auge da bolha das pontocom, mas mesmo assim conseguiu passar praticamente sem problemas por este período negativo para o setor.

Seu modelo de negócio é quase todo baseado em assinaturas, com uma taxa mensal de cancelamento de 1,2%, o seu, segundo a própria empresa, é a menor do mercado brasileiro. No total, são 350,5 mil clientes.

Daycoval (DAYC3) 

O Banco Daycoval (DAYC3), especializado no atendimento a empresas, anunciou na noite de ontem um lucro líquido de R$ 288 milhões no quarto trimestre de 2019, em expansão de 46,5% sobre igual período de 2018. Já no ano inteiro de 2019, o lucro líquido do Daycoval foi de R$ 983,9 milhões, um crescimento de 50,4% sobre 2018.

No ano de 2019, as operações de crédito somaram R$ 3,2 bilhões, expansão de 7,6% sobre os R$ 3 bilhões de 2018. O total de ativos sob controle do Daycoval cresceu 20% em 2019, para R$ 34,8 bilhões. A carteira de crédito ampliada teve expansão mais robusta, de 38,8% em 2019, para R$ 27,3 bilhões.

BR Properties (BRPR3

A Brasil Properties, empresa administradora de imóveis comerciais, informou ontem que obteve um lucro líquido de R$ 311,3 milhões em 2019. A receita bruta da empresa caiu 6% para R$ 474,4 milhões. Segundo a empresa, a receita bruta de locação, que representa 96% do faturamento, caiu 7% em comparação a 2018, para R$ 455,8 milhões. A empresa explicou que a queda ocorreu em parte porque perdeu a receita dos aluguéis após a venda de 15 imóveis comerciais.

No total, a BR Properties somou R$ 1,58 bilhão com as vendas. A empresa atua em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já a receita obtida com a administração de edifícios comerciais cresceu 2% em relação a 2018, para R$ 18,8 milhões. O EBITDA de 2019 foi de R$ 775,5 milhões. A receita líquida da empresa caiu 10% para R$ 379 milhões.

O Bradesco BBI o Credit Suisse comentaram os resultados da BR Properties, com visão positiva. O BBI ressalta que, embora a receita com os aluguéis tenha caído, isto ocorreu por causa da venda de ativos que não estavam no “core business” da BR Properties, que melhorou seu portfólio.

“A empresa reduziu as taxas de vacância dos imóveis e conseguiu subir os preços dos aluguéis em 4% no quarto trimestre, embora tenha alta exposição ao mercado do Rio (26%), que ainda luta para se recuperar”, avalia o BBI. “A empresa também pagou R$ 2,1 bilhões em dívidas. Para 2020, vemos que o mercado de imóveis comerciais está se recuperando em São Paulo, principal praça da BR Properties”, que manteve a recomendação para o papel BRPR3 como neutro e com preço-alvo de R$ 12.

O Credit Suisse também tem avaliação positiva. “O faturamento vai se incrementar com novos contratos assinados recentemente. As ações subiram 40% desde outubro, por isso a margem para novos ganhos está estreita. Mais surpresas são necessárias para a empresa manter a performance acima da média”, avalia o banco.

ABC Brasil (ABCB4)

O Banco ABC Brasil publicou na manhã de hoje seu balanço do quarto trimestre de 2019 e do ano passado inteiro. O ABC Brasil informou um lucro líquido de R$ 145,6 milhões no quarto trimestre de 2019, um crescimento de 11,6% sobre o trimestre anterior e de 78,1% em comparação a igual período de 2018.

No ano fechado de 2019, o lucro líquido do Banco ABC Brasil foi de R$ 528,4 milhões, um crescimento de 26,4% sobre o lucro líquido de R$ 418,1 milhões de 2018. O lucro líquido recorrente por ação do ABC Brasil, porém, registrou queda no quarto trimestre de 2019, tanto em comparação ao terceiro trimestre (-2,2%) como a igual período de 2018 (-4%). O lucro recorrente por ação foi de R$ 0,56 ao final do quarto trimestre do ano passado. Houve aumento da provisão para devedores duvidosos (PDD), que impactou em R$ 34,9 milhões o resultado no quarto trimestre. O resultado bruto da intermediação financeira do Banco ABC Brasil foi de R$ 734 milhões, enquanto o resultado operacional foi de R$ 638,5 milhões. A carteira de crédito expandida encerrou 2019 com R$ 30,1 bilhões, uma expansão de 14,9% sobre 2018.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.