Ação da RD salta 6% e supera os R$ 101 com projeção de 2020 brilhante – mas analistas seguem com uma velha questão

Papel RADL3 renovou máxima histórica - o que levanta ainda mais a questão sobre se o ativo está caro demais

Lara Rizério

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SÃO PAULO -A RD (RADL3), antiga Raia Drogasil, trouxe mais uma prova de como pode surpreender os investidores, mostrando que segue em trajetória de expansão apesar do ambiente competitivo ainda forte e mesmo com a sua ação sendo considerada “cara” por grande parte dos analistas que cobre os papéis.

Após ter um segundo trimestre bastante positivo depois de períodos bastante complicados com uma concorrência mais agressiva, a rede de farmácias deu mais uma boa notícia a seus investidores e viu seus papéis saltarem até 6,52%, na máxima história intradiária chegando a R$ 101,79. A ação fechou perto da máxima, com ganhos de 6,22%, a R$ 101,50.

O movimento ocorre após a RD comunicar a previsão de que vai inaugurar no ano que vem 240 lojas, mostrando a sua capacidade de expansão mesmo em um momento ainda desafiador para a economia. “As projeções foram elaboradas à luz de nossa experiência passada e consideram a nossa expectativa acerca das nossas operações para o próximo ano”, afirmou a companhia no comunicado.

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Segundo a farmacêutica, as projeções levam em consideração a estratégia de expansão; a capacidade financeira para suportar investimentos; a de obter pontos comerciais atraentes com expectativas de retorno adequadas; capacidade de implantar novas lojas, incluindo a estrutura de engenharia e a disponibilidade de funcionários qualificados dentro do plano de carreira para operarem tais lojas.

Vinicius Figueiredo, analista do Itaú BBA, viu a notícia como bastante positiva, uma vez que a expectativa anterior era pela abertura de 200 pontos de venda em 2020. Com base na estimativa anterior, a projeção para o próximo ano aponta uma estabilidade da margem bruta e uma ligeira expansão da margem EBITDA (20bps) em 2020, após dois anos bastante desafiadores

Entretanto, com o novo guidance – de abertura de 240 inaugurações brutas – a expectativa é de que, naturalmente, ocorra uma revisão para cima dos números. Figueiredo acrescenta que o forte guidance da empresa para a expansão da área de vendas é resultado da desaceleração da abertura de lojas dos concorrentes, principalmente devido à queda na lucratividade e à situação financeira mais desafiadora da média das rivais.

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“O anúncio indica expectativa de um ano [de 2020] brilhante para a empresa, devido a uma combinação de forte expansão da área de vendas, crescimento acima do nível de inflação do SSS e melhoria da lucratividade”, acrescentou.

Na mesma linha, o Brasil Plural  aponta que o novo guidance reforça a visão de que a RD está a caminho de se tornar a principal farmacêutica do setor, uma vez que está bem encaminhada para se tornar um grande player nas regiões Norte e Nordeste.

Além disso, apesar da expansão agressiva, não há grande ameaça à recuperação atual das vendas nas mesmas lojas da empresa, pois o desempenho das recentemente maturadas deve ser suficiente para diluir qualquer custo relevante que possa ser gerado.

Assim, aponta o Credit Suisse, fica cada vez mais claro que a empresa deve continuar a ganhar fatia de mercado, principalmente depois do movimento de desaceleração dos principais concorrentes na abertura de lojas.

A velha questão sobre a RD

Os dias estão menos nebulosos para a RD em meio ao cenário de competição mais racional e de expansão da RD. Contudo, depois da forte alta de quase 80% no acumulado de 2019, a questão sobre se vale a pena comprar a ação ganha ainda mais força.

De 19 casas consultadas pela Bloomberg, somente 5 possuem recomendação equivalente à compra, enquanto 9 estão neutros e 5 recomendam venda do papel.

O Morgan Stanley é um dos que possuem recomendação neutra para os papéis. Apesar de destacar que a empresa tem uma história atrativa e consolidada, a visão dos analistas é de que ela já está precificada nos ativos. “Mesmo com mais crescimento e espaço para recuperar gradualmente as margens, acreditamos que os múltiplos são altos”, avaliam. Por outro lado, Brasil Plural e BB Investimentos estão otimistas com a companhia – e acreditam que ainda há espaço para o papel subir.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.