Ação do IRB perde força no final do pregão, mas sobe 27% na semana; Suzano sobe mais de 4% e Petrobras cai 1%

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (25)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após o alívio da véspera, o Ibovespa chegou a ter novamente uma sessão de perdas praticamente generalizadas no início da sessão desta sexta. O índice amenizou as perdas ao longo do pregão acompanhando o maior ânimo no exterior mas, ainda assim, fechou com leve variação negativa de 0,01% e encerrou a semana com baixa de 1,31%.

Pela quarta sessão seguida, quem se destacou positivamente foi o IRB (IRBR3, R$ 7,17, +1,27%), que apresentou dados positivos para o mês de julho (veja mais clicando aqui). Os ativos chegaram a subir 8,62%.

Segundo dados não auditados e enviados à Superintendência de Seguros Privados (Susep), a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 62,4 milhões em julho, conforme informou na quarta-feira (23) ao mercado. Além de ser um prejuízo bem menor do que os R$ 292,6 milhões registrados no mês anterior, a companhia ainda abriu os números mostrando o impacto dos negócios descontinuados. Excluindo essas operações, o mês de julho registraria lucro líquido R$ 36 milhões, dado este que animou o mercado.

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Os papéis do IRB amenizaram fortemente as altas no final do pregão desta sexta mas, ainda assim, figuraram como a maior alta da semana, apesar da queda da segunda-feira: na semana, a alta foi de 27,58%. No dia anterior à apresentação dos dados de julho, os papéis subiram 6,28% enquanto que, na segunda, tiveram baixa de 3,74%. No ano, a queda é de 79,74%.

A segunda maior alta da semana ficou com a Localiza (RENT3, R$ 59,00, +1,74%), com ganhos de 11,95%, em meio ao acordo para combinação de negócios com a Unidas (LCAM3, R$ 25,01, +1,67%). Na semana, os ativos LCAM3 subiram 15,36%.

Destacando-se entre as altas nessa sexta, estiveram os papéis da Suzano (SUZB3, R$ 48,14, +4,65%), que teve a recomendação de compra reforçada pelo Credit Suisse e o preço-alvo elevado de R$ 54,5 por ação para R$ 65 por ação. Além disso, a companhia se beneficia com o dólar mais alto por ser exportadora.

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Já as ações da Petrobras (PETR3, R$ 20,68, -1,05%; PETR4, R$ 20,13, -1,32%) voltaram a cair, apesar de amenizarem a queda seguindo a baixa menos expressiva do petróleo, com o brent caindo 0,17%, a US$ 41,87 o barril, e o WTI tendo queda de 0,15%, a US$ 40,25 o barril. Com isso, os preços da commodity tiveram mais uma baixa semanal devido à crescente preocupação com o impacto na procura de combustível de um ressurgimento generalizado das infecções por coronavírus, bem como a preocupação com o provável regresso das exportações da Líbia.

Também no radar, vale destacar que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, pautou para a próxima quarta-feira o julgamento da reclamação que busca impedir a venda de refinarias da Petrobras, segundo o Valor. Já há três votos contra a empresa e a tendência é que seja formada maioria nesse sentido, de acordo com o jornal.

Fora do índice, a Grendene (GRND3, R$ 7,87, +2,08%) viu suas ações avançando. A Vulcabras Azaleia (VULC3, R$ 6,40, +3,06%) comunicou que seu conselho de administração aprovou o licenciamento da marca Azaleia à companhia pelo período de três anos, com possibilidade de renovação pelo mesmo período. A remuneração pela licença será paga pela Grendene com base em um percentual das receitas operacionais líquidas mensais dos produtos.

Empresas do setor de shoppings, por sua vez, registraram baixa de suas ações na sessão desta sexta e na semana, caso de Iguatemi (IGTA3, R$ 31,69, -2,28%), Multiplan (MULT3, R$ 20,12, -2,99%) e brMalls (BRML3, R$ 8,72, -1,13%), assim como os papéis de aéreas – Gol (GOLL4, R$ 17,86, -0,45%) em maior grau e Azul (AZUL4, R$ 26,78, -0,26%) com uma queda menos expressiva -, em meio aos temores de uma segunda onda de coronavírus na Europa podendo gerar novos lockdowns e também aumentando a aversão ao risco por aqui. Na semana, as ações GOLL4 caíram 11,14% e os ativos AZUL4 tiveram queda de 5,04%.

No radar da Gol, contudo, uma boa notícia. A agência de classificação de risco S&P elevou nesta sexta-feira o rating de crédito atribuído à companhia após a aérea ter pago uma dívida de US$ 300 milhões. “Acreditamos que a Gol não possua nenhuma outra amortização significativa de dívida nos próximos meses, o que dissipou os riscos iminentes de estresse de liquidez”, afirmou a S&P no relatório, citando ainda o fato da companhia aérea ter cerca de R$ 1 bilhão em caixa disponível e investimentos de curto prazo em 31 de agosto.

Confira os destaques:

Hidrovias do Brasil (HBSA3, R$ 7,42, -1,85%)

As ações da Hidrovias do Brasil estrearm na B3 nesta sexta-feira em queda. Na quarta, a companhia levantou R$ 3,4 bilhões em oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a maior do ano até agora.

A empresa de logística precificou suas ações a R$ 7,56 cada, no piso de sua faixa estimada de preço, de acordo com dados disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Hidrovias do Brasil é uma das maiores companhias prestadoras de serviços de logística integrada independente com foco em logística hidroviária da América Latina.

Vale (VALE3, R$ 59,25, +1,01%)

A Vale vai pagar a remuneração das debêntures participativas em 30 de setembro de 2020, no valor bruto de R$ 1,271221414 por debênture, somando R$ 493,944 milhões. A liquidação financeira ocorrerá em 1 de outubro de 2020.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 90,63, +1,49%)

O Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo rejeitou uma série de denúncias apresentadas contra o Magazine Luiza, acusando a varejista de racismo por ter criado um programa de trainees voltado exclusivamente para pessoas negras, segundo O Globo. Para o MPT, o caso não trata de violação trabalhista, mas de ação afirmativa de reparação histórica. Ao todo, o MPT recebeu 11 denúncias, acusando a empresa de promoção de “prática de racismo”.

Vulcabras (VULC3, R$ 6,40, +3,06%) e Grendene (GRND3, R$ 7,87, +2,08%)

A Vulcabras Azaleia comunicou que seu conselho de administração aprovou o licenciamento da marca Azaleia à Grendene pelo período de três anos, com possibilidade de renovação pelo mesmo período. A remuneração pela licença será paga pela Grendene com base em um percentual das receitas operacionais líquidas mensais dos produtos.

Vale destacar que o movimento da Vulcabras vem em conjunto com a compra dos direitos da marca Mizuno da Alpargatas (ALPA4), de modo a focar exclusivamente no mercado de calçados esportivos. Com a troca, a Vulcabras deixa de faturar cerca de R$ 100 milhões com a Azaleia para gerar uma receita aproximada de R$ 450 milhões com a Mizuno anualmente.

“Essa movimentação no mercado de calçados pelas três principais representantes do setor, Alpargatas (ALPA3/ALPA4), Grendene (GRND3) e Vulcabrás (VULC3) é um ganha-ganha para as companhias em termos de operação e de sinergia, agora sem a concorrência direta pelo mercado, com segmentações bem definidas. Enxergamos um impacto levemente positivo no curto prazo para as ações da Vulcabrás (VULC3) e Grendene (GRND3) com a operação”, avaliam os analistas da Levante Ideias de Investimentos.

Segundo eles, a Alpargatas poderá focar seus esforços em sua expertise e na expansão internacional da marca Havaianas, seu principal ativo. A Grendene por sua vez, aumenta mais o foco em calçados voltados ao público feminino, complementando o portfólio de marcas como Melissa, Ipanema e Grendha. A Vulcabrás passa a ter melhor eficiência na operação com o foco em calçados esportivos, com métodos de fabricação, uso comum de maquinários e insumos similares e passa a atingir todas as faixas de renda no segmento.

Suzano (SUZB3, R$ 48,14, +4,65%)

O Credit Suisse elevou o preço-alvo para Suzano de R$ 54,5 por ação para R$ 65 por ação e apontou que o papel continua a ser o preferido do banco no setor de papel e celulose, com rating Outperform (acima da média). A mudança incorpora os resultados do segundo trimestre e a redução de custos de 4% na produção de celulose. A ação da empresa é negociada atualmente a um múltiplo de 6,5 vezes EV(Valor da empresa)/Ebitda 2021, abaixo da média histórica de 7 a 7,5 vezes.

Em relatório, o Credit atualizou suas expectativas para a Suzano, com previsão de Ebitda de R$ 18,7 bilhões em 2021. Para 2020, o banco espera Ebitda de R$ 14,5 bilhões. O aumento deve suportado por preços mais altos, melhores embarques de celulose e menores custos de produção de celulose. Com isso, o Fluxo de Caixa Livre deve ser de R$ 7,2 bilhões (yield de 11,5%). Como consequência, a alavancagem deve cair de 5,6 vezes para 3,2 vezes em 2021.

Ainda no radar do setor, os preços da celulose de fibra curta tiveram alta na semana (de US$ 1,30 a tonelada), para US$ 449,22 a tonelada. “No longo prazo, acreditamos que os níveis de preço atuais não sejam sustentáveis, na medida em que se encontram há muito tempo abaixo do custo marginal (cerca de US$ 500 a tonelada, em nossa opinião). Adicionalmente, esperamos que uma recuperação da demanda na China seja gatilho para um movimento de recomposição de estoques”, avalia a XP Investimentos.

Petrobras (PETR3, R$ 20,68, -1,05%; PETR4, R$ 20,13, -1,32%)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, pautou para a próxima quarta-feira o julgamento da reclamação que busca impedir a venda de refinarias da Petrobras, segundo o Valor. Já há três votos contra a empresa e a tendência é que seja formada maioria nesse sentido, de acordo com o jornal.

Santos Brasil (STBP3, R$ 4,22, -2,76%)

A operadora logística Santos Brasil aprovou preço de 4,10 reais por ação em sua oferta restrita, ampliando o capital em cerca de 790 milhões de reais, segundo comunicado divulgado ao mercado nesta sexta-feira.

As novas ações emitidas, 192.680.000, começam a ser negociadas na segunda-feira, na B3. O papel fechou na véspera a 4,34 reais.

A operação foi coordenada por BTG Pactual, Morgan Stanley, XP Investimentos e Goldman Sachs e poderia ter sido ampliada em até 35% do total inicialmente ofertado.

A companhia disse que pretende utilizar os recursos para participar em novos arrendamentos de ativos portuários e verticalizar e integrar a cadeia logística portuária a partir da plataforma da Santos Brasil Logística, bem como ampliar a participação na movimentação brasileira de contêineres.

Raia Drogasil (RADL3, R$ 23,05, -1,39%)

O Bank of America (Bofa) retomou a cobertura de Raia Drogasil com rating de Compra e preço-alvo de R$ 29 por ação. O banco espera um lucro por ação (EPS) crescendo a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 25% entre 2020 e 2025. Em relatório, o banco disse que o pior já ficou para trás, e que a empresa tem dado consistente sinais de recuperação, o que deve beneficiar as ações.

Depois de ter uma queda de 7% em vendas mesmas lojas (same store sales) no segundo trimestre, a empresa deve ir para um território positivo no terceiro trimestre, segundo o Bofa. As vendas devem crescer 16% no terceiro trimestre e 18% no quarto trimestre, comparado com o mesmo período do ano anterior. Além disso, a margem Ebitda deve retornar aos níveis anteriores à pandemia ao longo de 2021.

Romi (ROMI3, R$ 12,55, +11,16%)

A Romi pode receber R$ 41,3 milhões da Eletrobras em processo que diz respeito a empréstimos compulsórios sobre energia elétrica, referentes aos anos de 1978 a 1993. A companhia disse que não cabem mais recursos à Eletrobras e que o pagamento está na iminência de ser realizado.

Tecnisa (TCSA3, R$ 9,50, -1,04%) e Gafisa (GFSA3, R$ 4,56, +7,29%)

Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada, nesta quinta-feira, os acionistas da Tecnisa rejeitaram uma nova tentativa que a Gafisa fez de incorporar os negócios da empresa. Foram rejeitadas quatro proposições elaboradas pelo Fundo Bergamo, que tem a Gafisa como única cotista.

Com 31.850.084 votos contrários, 82 mil abstenções e nenhum voto favorável, os acionistas não deram prosseguimento à proposta do Fundo Bergamo de aumentar o capital social da empresa em R$ 500 milhões. Os acionistas também negaram a proposta para o aumento do limite de capital autorizado da companhia para 200 milhões de ações ordinárias, sendo 31.710.059 votos contrários, 222.025 abstenções e nenhum voto a favor.

A decisão veio um dia após o Conselho Fiscal da Tecnisa recomendar a rejeição do plano, com a justificativa que “não é necessária a realização de aumento de capital pela Tecnisa no curto prazo para que esta execute seu atual plano de negócios”.

Os participantes na AGE rejeitaram, com 31.622.149 votos contrários, 226.435 a favor e 83,5 mil abstenções, um pedido do Fundo Bergamo para a substituição dos dispositivos estatutários que coíbem a aquisição de participação relevante na companhia (‘poison pill’), bem como para a alteração de regras relativas à alienação do controle acionário, ao cancelamento do registro de companhia aberta e à saída do segmento do Novo Mercado da B3 e outras regras relacionadas a hipóteses e realização de ofertas públicas de aquisição de ações.

Por fim, os acionistas da Tecnisa não deram prosseguimento ao pedido que o Fundo Bergamo fez para a criação de um Comitê de Boas Práticas Corporativas em termos estatutário, com a inclusão de novos artigos no Estatuto Social da empresa. Foram 31.607.161 votos contrários e 324.923 favoráveis.

Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, agora a Gafisa deve seguir com a assessoria do banco Credit Suisse para elaboração de uma proposta mais estruturada para tentar uma negociação mais amigável. “A Gafisa ainda pode tentar um aumento na participação da Tecnisa de maneira gradual, comprando ações no mercado, desencadeando uma aquisição forçada, um movimento difícil de ser concretizado. Com base nos preços de fechamento do último pregão, a Tecnisa em valor de mercado de R$ 707 milhões e a Gafisa, de R$ 1,23 bilhão”, apontam.

Tenda (TEND3, R$ 28,40, -0,14%)

A Tenda aprovou o pagamento de dividendos de R$ 13,7 milhões, equivalente a R$0,139520413 por ação. Terão direito a dividendos os acionistas detentores de ações de na data base de 29 de setembro de 2020. As ações passam a ser negociadas na condição “ex-dividendos” a partir de 30/09/2020. Os dividendos serão pagos a partir de 16 de outubro de 2020.

B3 (B3SA3, R$ 57,35, -1,45%)

A B3 informou que os dividendos referentes ao primeiro e segundo trimestre de 2020 foram ajustados de R$0,64836875 para R$0,64874250. Já os juros sobre capital próprio referentes a 2020 foram ajustados de R$0,14778588 para R$0,14787107 por ação. O pagamento dos dividendos e juros sobre capital próprio será realizado em 07 de outubro de 2020. As ações da Companhia passam a ser negociadas na condição “ex” proventos e a partir de hoje (25).

(Com Agência Estado, Reuters e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.