Ação da Nike dispara e recupera perdas relacionadas a propaganda polêmica

Papel é negociado a 0,2% acima do preço de fechamento do dia anterior à primeira imagem com Kaepernick  

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Após despencar 3,16% com um boicote de clientes, a ação da marca esportiva Nike recuperou seu valor nos últimos dias e chegou a bater alta de 2,5% nesta segunda-feira (10). Nesta manhã, o papel está entre as maiores altas do índice Dow Jones, e já é negociado a preço 0,2% maior que o do fechamento de 31 de agosto, dia anterior à polêmica (US$ 82,20).

O alvoroço em torno da marca começou com a divulgação do teaser de uma campanha de marketing em comemoração aos 30 anos do slogan Just Do It. Colin Kaepernick, jogador de futebol americano convidado para ser rosto da publicidade, é conhecido por um protesto que fez antes de uma partida em 2016, ajoelhando durante a execução do hino nacional dos EUA para chamar a atenção ao número de negros mortos pela polícia e o racismo no país.

A atitude foi muito criticada por patriotas e pelo próprio presidente Donald Trump – tanto que, desde aquele ano, o quarterback nunca mais conseguiu contrato com nenhum clube.

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Após a divulgação da peça publicitária, fãs da marca criaram a hashtag #NikeBoycott, que virou Trending Topic no Twitter, e passaram a publicar fotografias e vídeos de peças da marca destruídas ou em chamas.

Em outra frente, porém, algumas pessoas publicaram fotografias e notas fiscais de produtos Nike recém-adquiridos, citando positivamente a propaganda. Também estimou-se que nas menos de 24 horas desde que Kaepernick revelou o anúncio no Twitter, a Nike recebeu mais de US$ 43 milhões em exposição de mídia, a maioria neutra ou positiva, segundo a Apex Marketing Group, compensando o risco de perda de alguns clientes raivosos.  

Nos últimos 12 meses, a ação da Nike teve alta de 58%, ante alta de 19% do Dow Jones. A concorrente Under Armour, frequentemente comparada à Nike por estar listada no mesmo índice, subiu 16%.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney