Ação da JBS cai quase 4% com novo PGR pedindo rescisão de delação premiada e nova operação da PF

Augusto Aras apontou que os ex-executivos da companhia descumpriram o acordo feito com o Ministério Público Federal

Lara Rizério

Augusto Aras, procurador-geral da República (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – As ações da JBS (JBSS3) chegaram a cair 7% e registraram durante boa parte da sessão desta terça-feira (5) as maiores perdas do Ibovespa. Essa queda ocorre após Augusto Aras, novo procurador-geral da República, pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a rescisão do acordo de delação premiada dos ex-executivos da companhia Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva.

Os papéis JBSS3 amenizaram as perdas, mas fecharam como a maior baixa do índice, com queda de 3,87%, a R$ 28,07.

Ao reiterar o pedido já feito pelos antecessores Rodrigo Janot e Raquel Dodge, Aras afirmou que os ex-executivos descumpriram o acordo feito com o Ministério Público Federal.

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“Ora, a conduta de cooptar um Procurador da República recém egresso da equipe da equipe da Lava Fato na PGR, com o objetivo de usá-lo como meio de acesso aos membros do MPF responsáveis pelas negociações da colaboração premiada em curso, evidencia que Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud, Francisco de Assis e Silva, ao invés de adentrarem um espaço de conscientização e redenção pela prática de incontáveis delitos ao longo de suas vidas, escolheram fazer mais do mesmo: continuar delinquindo”, escreveu na manifestação.

Vale destacar ainda que, nesta manhã, foi deflagrada uma nova operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro do Supremo Edson Fachin. A operação se refere a inquérito aberto em maio de 2018 para investigar supostos repasses de cerca de R$ 40 milhões da J&F, controladora da JBS, a políticos do MDB durante a campanha para as eleições de 2014.

Dentre os alvos, estiveram os senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA) e o ex-senador Vital do Rego (PB) hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

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A ex-presidente Dilma Rousseff também esteve entre os alvos da investigação; ela foi intimada, na manhã desta terça-feira, a prestar esclarecimentos sobre o caso. Um delegado foi até a residência de Dilma em Porto Alegre e entregou a intimação para a petista.

Procurada pela Bloomberg, a JBS não comentou as notícias.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.