Ação da CVC sobe com sinais de retomada, IRB dispara 12%, Vale cai e bancos avançam em dia de recuperação

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (24)

Lara Rizério

(Roberto Tamer / Divulgação)

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SÃO PAULO – A sessão começou morna e passou a ser de ganhos para o Ibovespa nesta quinta-feira (24), com os investidores monitorando os discursos de integrantes do Federal Reserve.

Em destaque, ficaram as ações da CVC (CVCB3, R$ 17,12, +4,65%), que informou que está avaliando alternativas de captação ou rolagem de dívida com os credores. A companhia ainda destacou ter R$ 1,5 bilhão em caixa e estar pronta para retomada integral de operações.

O IRB (IRBR3, R$ 7,08, +12,38%) estendeu os ganhos de mais de 9% da véspera, com os números de julho que animaram o mercado.

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Em queda na semana, as ações de bancos buscaram recuperação, com Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,42, +0,80%), Santander Brasil (SANB11, R$ 27,44, +2,73%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 23,03, +2,45%) e Bradesco (BBDC3, R$ 18,43, +1,60%; BBDC4, R$ 19,80, +1,90%) fechando no positivo.

Já os papéis da Vale (VALE3, R$ 58,66, -0,74%) registraram leves perdas. Os futuros do minério de ferro negociados na China fecharam em leve alta nesta quinta-feira, após três sessões consecutivas de perdas, enquanto o vergalhão de aço também avançou. O contrato mais negociado dos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian encerrou em alta de 0,3%, a 767 iuanes por tonelada.

Os preços spot do minério de ferro com teor de 62% haviam recuado na quarta-feira pela quinta sessão seguida, para US$ 118,5 dólares por tonelada, segundo dados da consultoria SteelHome.

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Frigoríficos, siderúrgicas e empresas de papel e celulose também registraram uma nova sessão de perdas, com destaque para Suzano (SUZB3, R$ 46,00, -1,35%) e CSN (CSNA3, R$ 15,82, -1,80%). Já os papéis de Localiza (RENT3, R$ 57,99, -1,66%) e Unidas (LCAM3, R$ 24,60, -1,01%) caíram em um movimento de correção após a disparada da véspera com o anúncio de acordo da fusão entre as duas companhias (confira a análise clicando aqui).

Confira os destaques:

CVC (CVCB3, R$ 17,12, +4,65%)

A CVC informou que está avaliando alternativas de captação ou rolagem de dívida com os credores. De um endividamento total na ordem de R$ 2 bilhões, R$ 600 milhões vencem em novembro de 2020. A empresa disse que tem caixa de R$ 1,5 bilhão e está preparada para a retomada integral de suas operações, com 1200 lojas abertas e equipes trabalhando remotamente.

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Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa tem implementado ações de redução de custos, buscas de eficiência operacional e de proteção de caixa. Com isso, os gastos recorrentes foram de cerca de R$52 milhões por mês no segundo trimestre de 2020.

Aos meses de abril, maio e junho de 2020, as vendas da empresa foram próximas a zero, mas vêm crescendo desde o início do mês de julho de 2020. Na primeira quinzena de setembro, a empresa atingiu cerca de 40% do valor do mesmo período do ano anterior, com maior crescimento no segmento de lazer doméstico.

Já os orçamentos solicitados pelos clientes do segmento lazer atingiram nas últimas semanas 85% do volume do mesmo período do ano anterior. Em setembro, até a última semana, as vendas totais estão em aproximadamente a 35%, sendo 45% no segmento lazer.

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“Após meses de bruto impacto em seu desempenho, a companhia agora começa a analisar um aumento de suas vendas, o que pode garantir maior alívio financeiro”, escreveu o analista Luis Sales, da Guide Investimentos em nota

JBS (JBSS3, R$ 21,66, +0,19%)

O BNDES Participações pediu convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária à JBS, dentro do prazo de até oito dias (contados a partir de 21 de setembro). O BNDESPar detém 21,32% do capital da empresa. O conselho de administração da JBS vai se reunir para decidir sobre a convocação. O objetivo é discutir e decidir medidas cabíveis em defesa dos interesses da companhia em relação aos desdobramentos dos atos ilícitos praticados pelos ex-administradores da empresa.

Segundo o BNDESPar, os atos contrários à lei praticados por ex-administradores da empresa – como lavagem de dinheiro, doações ilegais a campanhas eleitorais e pagamentos ilegais a agentes públicos – usando recursos da empresa tiveram “repercussões financeiras e negociais” relevantes para a empresa, seus acionistas minoritários e demais stakeholders.

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Além disso, o BNDESPar disse estes efeitos não foram limitados pelos acordos de colaboração premiada de sete executivos da empresa e da controladora J&F com o Ministério Público Federal (MPF) e o acordo de leniência com o MPF. Na carta enviada à JBS, o BNDESPar citou os ex-administradores Wesley Mendonça Batista, Joesley Mendonça Batista, Florisvaldo Caetano de Oliveira e Francisco de Assis e Silva.

Ainda sobre a JBS, os fundos de investimento nórdicos Nordea Asset e KLP, que já baniram a empresa de suas carteiras, avaliaram que a guinada verde da empresa, anunciada ontem, tem prazo longo demais para ser satisfatória, segundo O Globo. A Plataforma Verde da JBS prevê controle total dos fornecedores diretos e indiretos de bovinos apenas em 2025.

Petrobras (PETR3, R$ 20,90, +0,72%; PETR4, R$ 20,40, +0,84%) 

O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá começar na próxima quarta-feira (30) a análise em plenário de ação que discute a possibilidade de venda de refinarias pela Petrobras sem aprovação legislativa.

A data foi agendada pelo presidente da corte, Luiz Fux, segundo informação no sistema de acompanhamento processual do STF, após ele ter decidido nesta semana suspender deliberação do caso em sessão virtual na qual ministros teriam até 25 de setembro para apresentar seus votos.

O julgamento teve início após pedido das Mesas-Diretoras da Câmara dos Deputados, do Senado e do Congresso, que argumentaram que a eventual venda das refinarias iria contra uma decisão anterior do Supremo no ano passado, segundo a qual seria necessário aval do Congresso para a venda de ativos de uma empresa-matriz.

Quando a sessão virtual foi suspensa, a Petrobras tinha três votos contrários à tese defendida pela empresa e pelo governo em favor da possibilidade de negociação dos ativos de refino sem aprovação legislativa.

CPFL Energia (CPFE3, R$ 28,63, +0,67%) e a Equatorial Energia (EQTL3, R$ 22,45, +1,49%)

A CPFL e a Equatorial são os potenciais compradores que têm se mostrado mais engajados em processo de privatização da distribuidora de energia CEB-D, de Brasília, segundo reportagem do jornal Valor Econômico nesta quinta-feira.

Outros grupos avaliam a venda da CEB, controlada pelo governo do Distrito Federal, que teve uma sala de informações aberta para potenciais interessados no início de agosto, acrescentou a publicação, que citou informações de fontes.

A Equatorial ainda teria engajado seu assessor financeiro, o Santander, na avaliação da distribuidora de energia gaúcha CEEE-D, que também será privatizada, ainda de acordo com o Valor.

Embraer (EMBR3, R$ 6,18, +2,32%)

A Embraer anunciou a recompra de até US$ 250 milhões em notas com remuneração de 5,150% ao ano e vencimento em 2022, emitidas pela Yaborã Indústria Aeronáutica e garantidas pela Embraer (“Notas 2022”). A operação incluiu também notas em circulação com remuneração de 5,696% ao ano e vencimento em 2023, emitidas pela Embraer Overseas Limited e garantidas pela Yaborã e Embraer (“Notas 2023”).

Yduqs (YDUQ3, R$ 29,01, +2,33%)

A Yduqs aprovou a emissão de uma cédula de crédito bancário como Banco Bradesco no valor de até R$ 360 milhões e prazo de vencimento de dois anos. A remuneração é de 100% do CDI mais 2,70% A empresa também aprovou o resgate antecipado das notas promissórias comerciais da quarta emissão, no valor total de R$ 350 milhões.

Engie (EGIE3, R$ 41,72, +0,77%)

A Engie Brasil Energia comunicou que a subsidiária Usina Termelétrica Pampa Sul liquidou a oferta pública com esforços restritos de 340.000 debêntures simples, em duas séries, no valor total de R$ 340 milhões.

Tecnisa (TCSA3, R$ 9,60, +0,73%) e Gafisa (GFSA3, R$ 4,25, +0,24%)

O conselho fiscal da Tecnisa rejeitou proposta de aumento de capital de R$ 500 milhões da empresa, por avaliar que não há risco de insolvência de curto prazo e não é necessária a realização de aumento de capital no curto prazo para que a empresa execute seu plano de negócios atual.

Ainda sobre a Tecnisa, o Valor Econômico informou hoje que a Gafisa permanece firme em seu plano de fusão com a empresa. Nesta semana, a companhia contratou o Credit Suisse para começar uma “abordagem mais estruturada” dos acionistas da Tecnisa, em busca de negociação amigável para a associação das duas incorporadoras.

Tenda (TEND3, R$ 28,44, +2,16%)

A Tenda afirmou que concluiu nesta semana a montagem das primeiras casas em woodframe em condomínio fechado no interior de São Paulo. Estes imóveis são produzidos em fábrica para, em seguida, serem transportados para os canteiros de obra para montagem e acabamento. Segundo a empresa, a produção total pode chegar a 60.000 unidades ao ano, quase quatro vezes o seu tamanho atual (foram cerca de 18 mil unidades lançadas em 2019).

Ambev (ABEV3, R$ 12,67, +1,85%)

A Ambev colocou em operação a sua primeira fábrica de latas, em Sete Lagoas (MG). A unidade tem capacidade para produzir 1,5 bilhão de latas por ano e demandou investimentos de cerca de R$ 700 milhões. A unidade abriga duas linhas de produção de latas, uma linha de tampas e funcionará com energia 100% renovável. De acordo com a Ambev, todo o alumínio usado na produção é brasileiro, sendo que 75% é reciclado.

“Há um ano, quando começamos a construir essa nova unidade, queríamos aumentar nossa capacidade. Era um projeto olhando o longo prazo. Assim que vimos a alta demanda por latas, aceleramos as obras para conseguir atender a essa demanda crescente”, disse Mauricio Soufen, vice-presidente fabril da Ambev, ao Valor.

“Enxergamos a notícia como positiva pois ela demonstraria, (i) no curto prazo, a agilidade da empresa em se adaptar para um cenário de pandemia em que o consumo de cerveja em latas cresceu em detrimento do consumo de garrafas retornáveis e (ii) no longo prazo, a manutenção da preocupação da empresa em controlar custos e margens, sobretudo em meio a cenário competitivo desafiador”, destaca a XP Investimentos.

Centauro (CNTO3, R$ 26,11, -0,34%)

A Centauro afirmou que não fez pedido para registro de oferta de ações nem está planejando fazê-lo. Segundo a empresa, a informação foi dada por veículos de imprensa. A Centauro esclareceu que a controlada SBF Comércio de Produtos Esportivos dez um pedido de registro de companhia aberta na Categoria B, para emitir debêntures. Será feita a emissão de uma série única de debêntures simples, com esforços restritos de colocação.

Helbor (HBOR3, R$ 10,67, +3,59%)

A Helbor anunciou um lançamento com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 138 milhões, no bairro de Moema, em São Paulo (SP). O empreendimento tem previsão de entrega em 2023.

(Com Reuters e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.