Ação da Braskem salta 5% com expectativa por propostas para venda; Vale e siderúrgicas sobem e bancos seguem em baixa

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (29)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – As ações da Braskem (BRKM5, R$ 59,32, +5,36%) foram destaque de alta nesta terça-feira (29) ao registrarem alta de mais de 5%. De acordo com informações do jornal Valor Econômico, o prazo para recebimento das propostas iniciais de compra da Braskem, que se encerraria na próxima quarta-feira, foi estendido até o dia 9 de julho a pedido de potenciais compradores da petroquímica controlada pela Novonor (antiga Odebrecht).

Já as ações de Vale (VALE3, R$ 112,51, +1,73%) e siderúrgicas, como CSN (CSNA3, R$ 44,69, +4,10%) e Usiminas (USIM5, R$ 19,15, +1,16%) avançaram após a queda da véspera (exceto Usiminas) e apesar da baixa do minério negociado em Dalian nesta terça.

Por outro lado, ações de bancos seguiram em queda, ainda que modesta, caso de Itaú (ITUB4, R$ 30,15, -0,99%), Bradesco (BBDC3, R$ 22,11, -0,85%; BBDC4, R$ 26,10, -0,61%), Santander (SANB11, R$ 41,45, -0,60%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,43, -0,67%), com os olhos dos investidores atentos à reforma tributária.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Cabe ressaltar que, na reta final do pregão de ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), revelou que o Congresso cogita reduzir a alíquota de 20% para a taxação de dividendos prevista pelo projeto apresentado pelo governo na última sexta-feira.

Segundo Lira, alguns senadores já defendem uma alíquota de 15%, enquanto alguns deputados defendem uma alíquota ainda menor, de 10%. Ele ainda reafirmou que o projeto enviado ao Congresso representa um ponto de partida para as discussões e que o Congresso não pretende aprovar alterações que aumentem a carga tributária.

Confira os destaques:

Continua depois da publicidade

Braskem (BRKM5, R$ 59,32, +5,36%)

Segundo informações do jornal Valor Econômico, o prazo para recebimento das propostas iniciais de compra da Braskem, que se encerraria na próxima quarta-feira, foi estendido até o dia 9 de julho a pedido de potenciais compradores da petroquímica controlada pela Novonor (antiga Odebrecht). O novo prazo foi comunicado na segunda-feira (28) pelo Morgan Stanley aos participantes do processo. Pelo menos dois interessados pediram mais tempo para elaborar uma oferta não vinculativa, afirmou o jornal.

Vale (VALE3, R$ 112,51, +1,73%) e minério

Os contratos futuros do minério de ferro recuaram nesta terça-feira, pressionados por uma redução na demanda por aço na China devido ao clima desfavorável e a ameaças de intervenção no mercado por parte de autoridades do país asiático, que buscam conter os altos preços da commodity.

O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para setembro, fechou em queda de 2,7%, a 1.153 iuanes (US$ 178,57) por tonelada, interrompendo uma série de quatro sessões de ganhos.

Na bolsa de Cingapura, o contrato mais ativo da matéria-prima siderúrgica SZZFN1, para entrega em julho, recuava 2,3%, para US$ 207,75 a tonelada.

Os preços “spot” dos materiais de aço para construção voltaram a cair na segunda-feira, em razão da fraca demanda, de acordo com a consultoria chinesa Mysteel.

Os volumes diários de negociações do aço para construção – incluindo vergalhão, fio máquina e bobinas – entre 237 traders chineses compilados pela Mysteel encolheram em 17.608 toneladas na segunda-feira, somando 193.481 toneladas, por causa do tempo quente e úmido.

Os preços “spot” do minério com 62% de teor de ferro na China permaneceram acima dos US$ 200 por tonelada, mas já recuaram 5,2% em relação à máxima recorde apurada em 12 de maio, de US$ 232,50.

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 26,30, -3,52%)

O Credit Suisse elevou o preço-alvo para as ações da BR Distribuidora de R$ 32 para R$ 39, um potencial de alta de 46% em relação ao fechamento de segunda.

Os analistas apontam que as ações da companhia têm apresentado um bom desempenho recentemente, principalmente após os resultados do primeiro trimestre.

Ainda em destaque, a Petrobras decidiu prosseguir com o desinvestimento de sua participação remanescente de 37,5% na BRDT, que deve ser concluída em 30 de junho. “Em nossa opinião, as ações da empresa devem continuar tendo um bom desempenho após a conclusão do negócio, uma vez que remove o overhang que pesava sobre as ações e remove o risco de empresa estatal. Em nossa opinião, a tese de investimento do BRDT3 se beneficia de (i) ventos favoráveis ​​do setor, (ii) vantagens específicas da empresa e (iii) avaliação ainda atrativa”, avaliam os analistas.

Infraestrutura

A XP iniciou a cobertura do setor de Infraestrutura do Brasil, vendo um forte conjunto de oportunidades para operadores listados: (i) pipeline grande e realista de novos projetos em todos os modais de transporte (especialmente rodovias); (ii) expansão da produção/exportação de grãos, principalmente no Centro-Oeste (área de influência da Rumo e Hidrovias); e (iii) recuperação econômica para fomentar a demanda por transporte.

A Hidrovias do Brasil (HBSA3) é a preferida da XP do setor (13,6% de TIR alavancada real), seguida por CCR (CCRO3) e Rumo (RAIL3), com recomendação de compra (10,0% e 9,4% de TIR alavancada real) e Ecorodovias (ECOR3 e Santos Brasil (STBP3) com recomendação neutra (7,9% e 7,5% de TIR alavancada real).

Bradesco (BBDC3, R$ 22,11, -0,85%; BBDC4, R$ 26,10, -0,61%), Santander (SANB11, R$ 41,45, -0,60%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,43, -0,67%), BTG (BPAC11, R$ 122,70, +0,61%) e Banco Pan (BPAN4, R$ 24,16, -0,21%)

O Itaú BBA publicou uma avaliação sobre a perspectiva de resultados para grandes bancos no segundo trimestre, que espera-se que sejam positivas, impulsionadas por menos gastos com provisões e um patamar de comparação baixo para receitas com serviços.

O banco diz que a recuperação da margem com clientes continua a progredir, mas que não vê melhora material na margem líquida dos juros no segundo trimestre de 2021. E diz que a projeção é de que a receita líquida de investimento somada dos clientes em Bradesco, Banco do Brasil e Santander cresça 2% na comparação trimestral e 4% na comparação anual.

A inadimplência deve continuar a subir, com a redução de linhas de crédito renegociadas, redução da transferência de recursos sociais pelo governo. Mas que isso não deve exigir mais gastos com provisão, devido à taxa de cobertura recorde, que deve continuar a impulsionar o rendimento até o início ou meados de 2022. O banco diz que, até então, a campanha de vacinação deverá ter sido completamente executada, possivelmente impulsionando o faturamento.

O Itaú afirma que BTG e Banco Pan são suas top picks (escolhas favoritas) para o segundo trimestre de 2021 e depois deste período. O banco espera que ambos os bancos divulguem resultados fortes para o segundo trimestre. O lucro líquido de R$ 1,3 bilhão do BTG deve crescer mais 30%. O Banco Pan deve informar indicadores de performance fortes, com a adição de mais 2,5 milhões de clientes, atingindo 9 milhões, e mais 1 milhão de cartões de crédito, atingindo 3,5 milhões.

Entre os bancos grandes, o Itaú diz preferir o Bradesco. A avaliação é de que o Bradesco precisará de resultados fortes para continuar a crescer, mas espera que o segundo trimestre seja mais brando. A expectativa é de que a receita líquida de investimentos cresça apenas 3% na comparação anual, à medida que margens menores prejudicam os ganhos com o crescimento dos empréstimos.

AES Brasil (AESB3, R$ 13,93, -0,92%) e Cesp (CESP6, R$ 23,97, -0,95%)

O Credit Suisse comentou a Medida Provisória 1055 de 2021, que cria a câmara responsável pela crise hídrica e energética. O banco avalia que ela pode alterar o fluxo e níveis mínimos de certos reservatórios e bacias hidrográficas, requisitando informações e definindo prazos para a implementação dessas medidas, considerando o potencial de impacto sobre outros tipos de uso da água.

Os custos seriam calculados pela Aneel e reembolsados por meio de fundos relativos ao setor. O Credit diz que a medida era esperada, e que novas medidas devem ser anunciadas nesta semana, potencialmente incentivos a produtores e indústrias que geram energia própria, para que reduzam sua demanda e injetem mais energia na rede elétrica.

O banco também diz que há expectativa de que a Aneel eleve a bandeira tarifária nesta terça, incentivando consumidores a reduzirem seu consumo e contribuindo para obter recursos para gastos excepcionais para distribuidoras. O banco avalia que as mais afetadas devem ser AES e Cesp.

Ao comentar a criação da câmara especial e o anúncio do almirante de esquadra Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, o Itaú BBA ressaltou que o governo não mencionou os termos de incentivo para que grandes consumidores reduzam o consumo em horários de pico. Também ressaltou que Albuquerque não anunciou restrições no consumo de energia.

Suzano (SUZB3, R$ 60,26, +1,11%)

A Suzano atraiu forte demanda nesta segunda-feira para a sua segunda emissão de bônus vinculados a metas de sustentabilidade, com um registro de interesse três vezes acima da oferta.

A emissão de US$ 1 bilhão envolveu títulos de 10 anos a um spread de Treasuries mais 180 pontos básicos. A demanda chegou a US$ 3,2 bilhões de dólares, afirmaram fontes à Reuters.

A operação foi coordenada por BNP Paribas, BofA Securities, JP Morgan, Mizuho Securities, Rabo Securities e Scotiabank, além de Credit Agricole, Goldman Sachs, MUFG e SMBC Nikko, informou o IFR, serviço da Refinitiv.

A demanda pela emissão foi atribuída aos números sólidos da companhia e crédito em grau de investimento. Algumas das fontes também citaram apetite dos investidores por emissões vinculadas a metas de sustentabilidade (SLB).

“Creio que a demanda veio do fato de que se trata de mais uma emissão SLB”, disse um analista que acompanhou a transação. “Em conjunto com o título de 2031 que está no mercado, eles agora têm duas emissões SLB cobrindo métricas diferentes.”

Hypera (HYPE3, R$ 34,80, -1,39%)

O Conselho da Hypera aprovou R$ 194,8 milhões em juros sobre capital próprio, a R$ 0,30817 por ação ordinária.

O montante líquido a ser distribuído na forma de juros sobre capital próprio será imputado ao montante total de dividendos que vier a ser declarado pelos acionistas para o exercício social de 2021, na forma da legislação e da regulamentação aplicáveis.

O pagamento dos juros sobre capital próprio será realizado até o final do exercício social de 2022, em data a ser oportunamente definida pela Companhia, com base na posição acionária constante dos registros ao final de 22 de julho de 2021, sendo que as ações de emissão da Companhia serão negociadas “ex-juros sobre capital próprio” a partir de 23 de julho de 2021, inclusive. Entre a data deste aviso aos acionistas e a data do pagamento não incidirá qualquer atualização monetária sobre o montante declarado, destacou a empresa.

Hapvida (HAPV3, R$ 15,60, 0,00%)

A Hapvida publicou um comunicado atualizando o mercado sobre os impactos da Covid-19 na companhia.

De acordo com a empresa, houve: (i) redução de internações após os picos de março e maio, com forte tendência de queda para os próximos meses; (ii) redução do número de leitos dedicados (queda de 39% versus o primeiro trimestre); (iii) redução de 1/3 dos profissionais contratados excepcionalmente; e (iv) SP (São Francisco) ainda parecido com o primeiro trimestre – indicação de outro trimestre difícil para NotreDame, já esperado – mas com tendência de redução/melhora.

“Os números indicam uma tendência positiva de redução das interações relacionadas a Covid-19, o que deve resultar em um segundo semestre de 2021 com custos médicos inferiores à primeira metade do ano. Desta forma, reiteramos a nossa recomendação de compra para HAPV3 com preço-alvo de 19 por ação”, destaca a XP.

Neoenergia (NEOE3, R$ 17,70, -1,17%)

A Neoenergia pagará cerca de R$ 170,7 milhões em juros sobre o capital próprio, a um valor por ação de R$ 0,1406397677. O acionista que tiver posição acionária em 1 de julho de 2021 terá direito ao pagamento; assim, as ações ficarão “ex-juros” a partir de 2 de julho.

CCR (CCRO3, R$ 13,28, -0,97%)

O Conselho da CCR aprovou a emissão de R$ 1,6 bilhão em debêntures de concessionária.

Ambipar (AMBP3, R$ 45,42, +5,51%)

A Ambipar comprou 50% remanescente da Suatrans Chile. A empresa atua há mais de 20 anos com foco no atendimento a emergências ambientais em todos os modais de transporte (marítimo, rodoviário, ferroviário, dutoviário e aéreo).

Somada a aquisição da Disal, a Ambipar irá capturar as sinergias administrativas, operacionais e comerciais dos segmentos Environment e Response na América Latina, assim como tem feito no Brasil, informou a empresa. A Suatrans passará a utilizar a marca Ambipar Response.

“Para a Ambipar, esta aquisição: (i) consolida integralmente o lucro destas operações; (ii) gera sinergias; (iii) permite iniciar os serviços de atendimento as rodovias; e (iv) acelera o crescimento orgânico e inorgânico na região; em linha com o seu plano estratégico de crescimento, com captura de sinergias e potencial maximização das margens e retorno”, informou a companhia.

Equatorial Energia (EQTL3, R$ 25,00, -1,57%)

Durante teleconferência com analistas de mercado na segunda-feira, o diretor financeiro da Equatorial Energia, Leonardo Lucas, afirmou que a empresa assumirá uma dívida de R$ 800 milhões da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), ao adquirir a companhia em um leilão de privatização realizado na última sexta-feira, disse nesta segunda-feira.

Antes da aquisição, a CEA tinha uma dívida de R$ 3,115 bilhões, sendo R$ 2,092 bilhões com fornecedores. No entanto, após uma renegociação, a parcela devida a fornecedores foi reduzida em R$ 1,5 bilhão. Um outro montante de R$ 772 milhões, referentes a RGR (encargo do setor elétrico), foi reduzido integralmente, segundo o executivo.

O Credit Suisse destaca que a unidade da CEA é relativamente pequena, mas complexa, operando no extremo Norte do Brasil, com renda per capita abaixo da média do Brasil. Os custos por cliente e taxa de perda são relativamente altos em comparação com outras unidades da Equatorial, mas a gestão afirmou que há esforços para reduzir a perda total.

Após as negociações, as deficiências atingem R$ 800 milhões, diz o Credit. Antes da compra, atingiam quase R$ 3,1 bilhões. Como ponto positivo, a empresa acumula créditos fiscais no valor de R$ 1,06 bilhão, que podem ser usados em compensações futuras.

O Credit avalia a compra como pequena mas positiva por consolidar a posição da Equatorial nas regiões Norte e Nordeste, com grande potencial de recomposição do ativo, mas pouco potencial de valorização para a Equatorial. Além disso, pode ajudar na aquisição da unidade de saneamento do Amapá, que deve ser leiloada em setembro, com investimentos estimados em R$ 3 bilhões.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,43, -0,67%)

O Banco do Brasil assinou na segunda-feira um acordo com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), como é chamado o banco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), para captar recursos no exterior visando liberar montantes para investimentos na agricultura brasileira. “Vamos assinar uma parceria com o NDB… para recursos de longo prazo que podem chegar a até R$ 1,5 bilhão, para a construção de silos e armazéns, irrigação e energia renovável”, disse o presidente do BB, Fausto Ribeiro, durante cerimônia sobre a atuação do banco no Plano Safra.

Aliansce Sonae (ALSO3, R$ 28,69, -1,65%)

O Itaú BBA realizou um encontro com a diretora de relações com investidores da Aliansce Sonae, Danielle Guanabara, e com o gerente de relações com investidores, Diego Canuto. O banco diz que a empresa ressaltou sua performance operacional até este momento do segundo trimestre, impulsionada pela forte retomada das vendas e de clientes físicos em maio.

Em junho, as vendas superam em 80% o patamar do mesmo período de 2019, o ano anterior ao início da pandemia de Covid. A empresa afirmou que continua a ver boas perspectivas para fusões e aquisições, e que espera retomar o desenvolvimento, com foco em retrofits e na expansão do Shopping Taboão.

A empresa avalia que não vê motivo para revisão do regime fiscal porque não atuou como incorporadora imobiliária. O Itaú mantém avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 31,4, frente à cotação de R$ 29,1 da empresa.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

Curso gratuito do InfoMoney mostra como você pode se tornar um Analista de Ações. Inscreva-se agora.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.