“A gente consegue resistir anos com o nosso caixa”, diz CFO da Azul

Empresa emitiu debêntures conversíveis para reforçar o caixa e se diz preparada para uma eventual segunda onda de Covid-19, caso ocorra

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Apesar do prejuízo de R$ 1,226 bilhão no terceiro trimestre de 2020, o resultado da Azul (AZUL4) agradou analistas e a própria companhia, que viu a demanda por voos aumentar acima do esperado no período. “A gente consegue resistir anos com o nosso caixa atual”, disse o CFO e co-fundador da aérea, Alex Malfitani.

Segundo ele, a posição mais confortável da companhia em relação à concorrência vem de uma lição de casa que foi feita desde o segundo trimestre, no auge da pandemia de coronavírus, que restringiu a circulação global de pessoas. A empresa ajustou sua capacidade à nova demanda, transformou custos fixos em custos variáveis e negociou com parceiros, especialmente com os fornecedores de aeronaves no modelo de leasing (85% da frota total da Azul funciona assim).

“A gente conversou com todos os stakeholders e a gente tem esse entendimento de que a gente fez tudo possível. Uma parte importante do plano foi essa confiança e essa parceria. A gente cumpriu tudo o que a gente falou que ia cumprir. Inclusive, tinha um momento que talvez a gente nem precisaria levantar capital, mas a gente levantou recursos adicionais por prudência”, disse.

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Ele participou nesta quinta-feira (19) de uma live no InfoMoney da série Por Dentro dos Resultados, onde executivos de importantes empresas da Bolsa apresentam os principais destaques financeiros do terceiro trimestre, comentam os números e falam sobre perspectivas.

A azul emitiu R$ 1,7 bilhão em debêntures conversíveis, evitando assim tomar empréstimo do BNDES, deixando essa opção na manga caso as coisas piorem em 2021 face a uma segunda ou terceira ondas da pandemia de Covid-19.

“Se tiver uma segunda onda, a gente já tem uma lista de iniciativas, uma lista de estratégias. A gente já sabe modelar a velocidade da retomada, em qual velocidade a pandemia pode desaparecer, a gente já sabe como preservar a aeronave, como retirar a aeronave de preservação. É a experiência”, afirmou o executivo.

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A companhia aérea espera que em dezembro esteja operando com mais de 80% da capacidade registrada em igual mês de 2019 — no trimestre anterior, a expectativa era de 40% da capacidade até o fim do ano. Essa demanda represada e o fato de as pessoas estarem dispostas a fazer viagens domésticas depois de um longo período de quarentena fez a companhia montar uma operação de rotas da Azul Conecta para destinos turísticos durante o verão.

“O fato de a gente trabalhar com aeronaves de diferentes tamanhos nos permite ter maior flexibilidade. Hoje, 92% dos assentos dos concorrentes saem, chegam ou passam por São Paulo, Rio ou Brasília, aeroportos que comportam aviões maiores. O nosso percentual é de 37%”, disse.

O executivo comentou ainda que isso ajudou a empresa a operar sozinha em mais lugares após a companhia: “estamos sozinhos em 78% das nossas rotas, o que nos permite comandar os preços”. Segundo Malfitani, o custo das passagens da Azul é “a única reclamação dos clientes, porque é um pouco mais cara”. Ele explicou que isso reflete o preço do dólar, já que mais da metade do custo de operação da empresa é na moeda americana: “torcemos para o dólar cair”, disse.

O CFO da Azul falou ainda sobre o programa de fidelidade Tudo Azul, o braço de logística Azul Cargo e sobre os preços das ações da aérea na Bolsa. Assista à live acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.