9 ações disparam mais de 5%, exportadoras caem e Lupatech vai a R$ 0,03 pela 1° vez

Em dia de alta do Ibovespa, destaque de baixa ficam para exportadoras; confira destaques

Paula Barra

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SÃO PAULO – O dia foi bastante positivo para o Ibovespa nesta terça-feira (2), que registrou ganhos expressivos e voltou para a casa dos 54.000 pontos, guiado principalmente pelas blue chips como Vale, Petrobras e bancos. Do índice, 9 das 69 ações fecharam com alta superior a 5%, enquanto apenas 12 fecharam no vermelho. Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta sessão: 

Vale (VALE3, R$ 21,35, +6,54%; VALE5, R$ 18,01, +7,46%) 
As ações da Vale registraram fortes ganhos após terem a recomendação elevada de underperform para marketperform pelo Itaú BBA, com a expectativa por estímulos na China e com a alta do preço do minério de ferro. O preço da commodity no porto de Qingdao subiu 1,17%, a US$ 63,02 por tonelada métrica. Acompanharam o desempenho os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 12,07, +7,48%), holding que detém participação na Vale. 

Já com relação ao Itaú BBA, em relatório, os analistas Marcos Assumpção, André Pinheiro e Daniel Sasson destacam que a posição “mais construtiva” para a mineradora deriva do término da tendência de revisões negativas de balanços, risco de endividamento sob controle e melhora a caminho no fluxo de caixa livre a partir de 2017. O banco definiu ainda um novo preço-alvo no final de 2015, de US$ 7 por ADR (American Depositary Receipt) da companhia. 

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Além disso, as siderúrgicas também registraram ganhos. O cenário mais positivo também contagia o setor em meio a rumores de que serão anunciadas medidas de estímulo econômico na China. Gerdau (GGBR4, R$ 9,05, +2,14%), Usiminas (USIM5, R$ 5,16, +2,18%) e CSN (CSNA3, R$ 6,70, +5,18%) registram ganhos. Cabe lembrar que a China ofusca o noticiário negativo da Usiminas que teve a sua recomendação rebaixada para venda pelo UBS. 

Petrobras (PETR3, R$ 13,85, +4,53%; PETR4, R$ 12,84, +3,80%)
A
 Petrobras registrou um novo dia de ganhos em sessão de noticiário agitado. Na noite de ontem, a companhia informou a precificação dos títulos em dólares com vencimento em 100 anos emitidos através da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V.e com garantia incondicional da Petrobras. A conclusão da operação está prevista para ocorrer em 05 de junho de 2015. A companhia emitiu US$ 2,5 bilhões em títulos e ofereceu os papéis com desconto, a 81% do valor de face e cupom de 6,85% ao ano. A demanda chegou a US$ 13 bilhões e, com a forte procura, o retorno dos papéis que era estimado em 8,85% ao ano caiu para 8,45% ao ano.

Conforme destaca a equipe do BTG Pactual, a colocação do bond de 100 anos foi surpreendente e pode dar alguma conotação positiva para o papel hoje, apesar de não endereçar todo o problema de caixa da companhia. 

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Destaque ainda para a fala da diretora-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) Magda Chambriard em Londres sobre a 13ª Rodada de Licitações. Ela destacou que a produção do pré-sal está crescendo rapidamente e afirmou que as companhias devem apoiar regra de conteúdo local. Chambriard vê os contratos da 13ª rodada sendo assinados entre novembro e dezembro. 

A estatal informou ainda que a Petrobras Distribuidora concluiu ontem financiamento com prazo de cinco anos via notas de crédito à exportação junto ao Banco Bradesco no montante de R$ 3 bilhões. Segundo a estatal, essa operação é o resultado da evolução das negociações entre a Petrobras e o Bradesco e substitui a operação de “limite de financiamento pré-aprovado” (standby), conforme anunciado pela companhia em 17 de abril de 2015.

Bancos
Os bancos se recuperaram e registraram forte alta hoje depois de registraram nas últimas onze sessões nove quedas. O desempenho nesta terça-feira reflete a melhora do cenário interno, em meio à produção industrial melhor do que a esperada e com o maior otimismo frente o IPO (Initial Public Offering) da Par Corretora e o lançamento de títulos da Petrobras. 

Destaque ainda para a fala da Fitch Ratings, destacando que os riscos para os bancos emergentes são mitigados pelo apoio estatal. Assim, após sofrerem em meio à alta da CSLL e rumores de que os juros sobre capital próprio acabarão, os bancos tiveram um dia de alívio. O Bradesco (BBDC3, R$ 27,10, +1,94%; BBDC4, R$ 28,86, +2,54%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,84, +2,23%) e Santander (SANB11, R$ 16,17, +2,99%), que teriam enviado proposta para comprar o HSBC Brasil, registram ganhos, assim como o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,45, +2,49%). 

Vale mencionar ainda que hoje uma fonte com conhecimentos no assunto falou à Bloomberg que o governo espera que o STF (Supremo Tribunal Federal) reduza os impactos imediatos se condenarem os bancos a pagarem correntistas por perdas causadas à poupança pelos planos econômicos Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2. O julgamento deve ser retomado a partir de agosto deste ano. 

Ecorodovias (ECOR3, R$ 8,14, +8,39%)
As ações da Ecorodovias dispararam nesta tarde, dando continuidade à alta da véspera depois de queda de 15% da metade do mês passado até o pregão do dia 29. Seguiram o movimento positivo as demais ações do setor de concessões rodoviárias listadas na Bolsa, apesar da alta bem mais amena: CCR (CCRO3, R$ 16,15, +1,89%) e Triunfo (TPIS3, R$ 3,49, +2,05%).  

Segundo o analista Angelo Larozi, da Walpires Corretora, as ações do setor podem estar reagindo às expectativas sobre o início do processo de licitação de rodovias federais que o governo deve colocar em pauta em breve. No caso de Ecorodovias, os ganhos são mais expressivos já que os papéis caíram mais forte nos últimos dias, comentou o analista-chefe da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira. 

Já o analista independente Flávio Conde, do blog What’s Call, comentou ainda que há expectativa de que a Ecorodovias eleve seus dividendos, enquanto na semana passada saíram notícias apontando que o governo poderia estender o prazo de concessões de rodovias. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a medida é vista como uma das únicas maneiras de tirar obras milionárias do papel sem que isso leve a aumentos não previstos de pedágios para o consumidor.

Oi (OIBR4, R$ 6,90, +5,83%)
As ações da Oi figuraram entre as maiores altas do Ibovespa. Hoje, foi anunciado que a Altice e a Oi concretizaram nesta terça-feira o negócio de venda da PT Portugal. 

Pela aquisição da PT Portugal, a Altice Portugal desembolsou o valor total de 5,789 bilhões de Euros, dos quais 4,920 bilhões de euros foram recebidos, em caixa, pela Oi e 869 milhões de euros foram destinados a imediatamente quitar dividas da PT Portugal em Euros. O preço final está sujeito a eventuais ajustes, afirmou a Oi.

Rumo (RUMO3, R$ 1,42, +7,58%)
As ações da Rumo dispararam hoje, figurando como a segunda maior alta do Ibovespa. Apesar da alta, uma notícia do Valor desta terça-feira destaca que o governo projeta mais dois aumentos da TJLP até o final do ano. A possível medida deve impactar empresas do setor de concessões de rodovias e infraestrutura. De acordo com o jornal, o governo já sinaliza TJLP a 7% em outubro deste ano. 

Dentre os setores mais afetados pela medida, o Credit Suisse ressaltou o setor de infraestrutura, onde até 70% do capex (investimentos em bens de capital) de construção é levantado pelo BNDES. Das empresas que o banco cobre, embora a CCR (CCR) tenha a maior parte da dívida a CDI, com a execução dos projetos em ramp-up, a dívida em TJLP poderá atingir 30% (ou R$ 5 bilhões) do total em 2016, contra 5% em 2014. Outra que o banco destaca que será atingida é a Rumo, que tem planos relevantes a ser executados entre 2015 e 2019, onde a maior parte dos R$ 8 bilhões de investimentos em expansão devem ser suportados com o BNDES (aproximadamente R$ 5 bilhões). 

Cosan (CSAN3, R$ 25,86, +2,95%) e Tereos (TERI3, R$ 1,01, +10,99%)
As ações do setor sucro-alcooleiro registram ganhos nesta sessão. Segundo dados da ANP, o c
onsumo de etanol cresceu 32% entre janeiro e abril, com os motoristas reagindo ao aumento dos preços da gasolina. 

As vendas de etanol hidratado em abril no País, num total de 1 498 bilhão de litros, superam em 50,1% o total comercializado em igual mês de 2014, de 997,6 milhões de litros.

Weg (WEGE3, R$ 17,75, +2,66%)
A Weg registrou alta após sua recomendação e seu preço-alvo terem sido elevados para compra pelo Bank of America Merrill Lynch. A performance robusta da companhia deve ser apoiada pelas vendas externas,  maior venda de geradores e equipamentos de geração, transmissão e distribuição (GTD) e com fusões e aquisições, destacam os analistas. O preço-alvo foi elevado de R4 16 para R$ 20. 

Papel e celulose
Em meio à nova baixa do dólar, as ações do setor de papel e celulose seguiram sendo o destaque negativo do índice, já que sua receita é bastante atrelada à moeda americana. 

A Suzano (SUZB5, R$ 16,17, -0,74%) e Fibria (FIBR3, R$ 43,28, -1,07%) registram baixa. Contudo, vale destacar o relatório do BTG Pactual sobre Suzano afirmando que, mesmo após alta de 48% no ano versus 6% do Ibovespa, ainda não é o momento para a realização de lucros.

Os analistas apontam que o valuation segue barato, há potencial de desalavancagem e existe um forte momento de ganhos. “É importante lembrar que a cada 10% de depreciação do real, o impacto no Ebitda seria de 15-16%”, destacam os analistas. 

Ultrapar (UGPA3, R$ 70,31, +1,02%)
A Ultrapar teve a cobertura reiniciada pelo BTG Pactual com recomendação neutra e elevação do preço-alvo de R$ 50,00 para R$ 65,00, com a melhora dos números vindo do Ipiranga e da Extrafarma.

Segundo os analistas, a estrutura de incentivos e alinhamento da companhia estão presentes ainda e seguem adicionando valor ao case. Contudo, o valuation alto os impedem de fazer um call mais incisivo nesse momento.

Segundo coluna Radar on-line, da Veja, as distribuidoras de energia já estariam se movendo para pedir uma nova ajuda financeira ao governo. 

Elétricas
A Eletrobras (ELET3, R$ 7,04, +2,77%; ELET6, R$ 9,94, +2,05%) registrou ganhos, mas a maior parte dos papéis dos setores de energia registra queda após registrarem ganhos nas últimas sessões, em meio ao alívio com as melhores provisões hidrológicas por conta do El Niño. Em meio a esse movimento, neste dia de alta do mercado, os papéis das elétricas devolvem os ganhos. 

No noticiário da Eletrobras, as tarifas da sua subsidiária Elektro devem aumentar 2,99% a partir de 27 de agosto deste ano, segundo proposta da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Para grandes consumidores, como indústrias, a Aneel sugeriu um aumento de 8,97%, e para consumidores conectados à baixa tensão, como residenciais, haveria uma queda de 0,97%.

Além disso, após os trabalhadores da Eletrobras iniciaram na última segunda-feira, 1, uma paralisação por tempo indeterminado. Hoje, eles devem realizar reunião para definir os rumos da greve. Entre as outras companhias do setor, Cemig (CMIG4, R$ 14,32, -2,05%) e Copel (CPLE6, R$ 33,25, -1,04%) foram os destaques de baixa. 

Autopeças
Em meio aos dados de produção industrial ruins, mas melhores do que o esperado pelo mercado, o dia é de reação para as companhias de autopeças que, em sua maioria, têm registrado desempenho fraco na Bovespa.

De acordo com o IBGE, a produção industrial caiu 1,2% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. Em relação ao quarto mês de 2014, a produção caiu 7,6%. Assim, com os números melhores do que o esperado, as ações da Marcopolo (POMO4, R$ 2,84, +5,58%), Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 12,25, +3,90%) e Randon (RAPT4, R$ 3,68, +5,75%) subiram forte. 

Tec Toy (TOYB3, R$ 0,01, 0,00%; TOYB4, R$ 0,01, 0,00%)
As ações preferenciais da Tec Toy tiveram 12 negócios na Bovespa hoje e as ordinárias, 13 negócios, mas seguem cotadas a R$ 0,01 após a proposta de grupamento de ações. 

Vendo suas ações valerem 1 centavo na Bolsa há pelo menos 4 meses, a Tec Toy convocou seus acionistas para uma assembleia no dia 17 de junho para realizar um grupamento de suas ações, na razão de 1 milhão para 1. Ou seja, se a operação for aprovada, as ações sairão de R$ 0,01 e passarão a valer R$ 10,00 cada – isso porque as ações são negociadas com lote padrão de 10.000 papéis; tradicionalmente, esse lote padrão é de 100 ações.

O fator foi definido com base nas expectativas da administração acerca dos efeitos do grupamento sobre a cotação das ações, de modo a, atender às exigências regulatórias e a “interferir o menos possível no número absoluto de ações em que se divide o capital social”, disse a a fabricante de brinquedos em comunicado divulgado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). As “exigências regulatórias” apontadas pela empresa estão associadas à briga da BM&FBovespa para acabar com as “penny stocks”, que são as ações que valem míseros centavos.

Qualicorp (QUAL3, R$ 21,744, +1,12%)
Após despencar na sexta e disparar na segunda em meio aos rumores, depois negados, de que o presidente José Seripieri Filho estaria sendo investigado pela Operação Acrônimo, as ações da Qualicorp tiveram um dia mais tranquilo na Bovespa e registraram leve alta.

Ontem, os papéis dispararam 13,16% após caírem 20% na sexta. A Qualicorp convocou ontem o mercado para esclarecimentos em uma teleconferência. De acordo com a companhia, as informações divulgadas pelo veículo de imprensa foram falsas, careceram de checagem apurada e não permitiram aos envolvidos o direito de resposta.

Além disso, a Qualicorp anunciou ontem a aprovação de programa de recompra de ações, com prazo máximo de 365 dias. O limite de ações a serem adquiridas pela companhia é de até 2.105.263 do total de ações em circulação, de um total de 218.195.895 ações. 

Lupatech (LUPA3, R$ 0,03, -25,0%)
As ações da Lupatech atingem pela primeira vez na história cotação de R$ 0,03. Desde o final de fevereiro até a véspera, os papéis da fornecedora da Petrobras, que entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada, operam entre R$ 0,04 e R$ 0,06.

Analistas preveem que o negocio de serviços de petróleo cujas vendas dependem 85% da Petrobras pode ser levado à liquidação, secando investidores e dispensando 2.300 funcionários. “Não tenho certeza sobre o que mais a Lupatech pode pedir a seus investidores além de paciência”, disse Carlos Gribel, diretor de renda fixa no Andbanc Brokerage LLC em Miami, em entrevista à Bloomberg nesta semana. “Liquidação é um risco muito sério”.

Escândalo da Petrobras leva Lupatech à falência com queda do petróleo