“11.716 colaboradores se voluntariaram para não receberem salário por amor à empresa”, diz CEO da Azul

John Rodgerson e Alex Malfitani participaram de live do InfoMoney e falaram, entre outras coisas, sobre caixa de R$ 4 bi: "maior do que quando fizemos IPO"

Anderson Figo

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SÃO PAULO — O setor de aviação foi sem dúvida um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus em 2020. Enquanto muitas companhias aéreas precisaram de resgates financeiros de governos ou entraram com pedidos de recuperação judicial, a brasileira Azul (AZUL4) conseguiu renegociar contratos e preservar o caixa, mesmo diante de uma forte turbulência.

Mas ela não terminou o ano ilesa: registrou prejuízo de R$ 4,6 bilhões em 12 meses. Houve uma recuperação especialmente no último trimestre, com 90% da malha em uso. Em live do InfoMoney nesta quinta-feira (11), John Rodgerson, CEO da companhia, destacou ainda o comprometimento dos colaboradores.

“Nós somos uma empresa de pessoas e o que mostra isso é, eu até vou chorar ao falar isso, o fato de que 11.716 colaboradores no ano passado levantaram a mão e se voluntariaram a ficar pelo menos um mês sem receber salário. Incrível. Isso mostra o amor que eles têm pela nossa empresa”, disse.

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A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Rodgerson falou ainda sobre o caixa de R$ 4 bilhões que a companhia tinha ao final de dezembro, após uma emissão de debêntures de R$ 1,7 bilhão: “nunca tivemos um caixa tão grande, nem mesmo após o nosso IPO”, enfatizou. “Vamos ter três meses difíceis com os novos lockdowns, mas no longo prazo o nosso negócio tem muitas vantagens”, completou.

O co-fundador e CFO da Azul, Alex Malfitani, comentou sobre o acordo realizado pela companhia aérea com a concorrente Latam durante a pandemia — e também citou que a malha da Azul é uma vantagem para ela, o que pode gerar interesse de compradores no futuro.

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“O mercado de aviação é em muitas maneiras um mercado imobiliário. A sua geografia é muito importante, e a nossa geografia é única. A Azul poderia fazer um codeshare com a Latam, e a Azul também poderia ter feito um codeshare com a Gol. A malha da Azul é muito complementar à malha da Latam e à malha da Gol. As malhas da Latam e da Gol são idênticas”, disse.

“Isso é um valor único que a Azul traz para o mercado da aviação. E quando você está investindo numa empresa, você tem que olhar o que essa empresa tem de único. E a gente tem a nossa malha exclusiva, que ela poderia ter dado essa opção de a gente fazer codeshare com a Latam ou com a Gol. Tem potencial de M&A [fusão e aquisição, na sigla em inglês] um dia, talvez quem sabe, mas isso é o que a gente chama de ‘opcionalidade’. É uma opção real, tem um valor aí”, completou.

Os executivos falaram ainda sobre a Azul Cargo e o aumento das entregas com na pandemia, sobre o projeto Azul Conecta, sobre o futuro da frota (recebimento de novos aviões, por ora, previsto para 2024), sobre a meta de chegar a atender 800 cidades brasileiras no futuro e outros assuntos. Assista à live completa acima.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.