Bolha? Que bolha? Fundos imobiliários são o investimento mais rentável do mês

Clodoir Vieira, economista e consultor da Compliance afirmou que os investidores voltaram a comprar cotas de fundos imobiliários por conta do yield atrativo

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O melhor investimento de fevereiro foi em fundos imobiliários, visto que seu benchmark, o Ifix, valorizou-se 2,65% no mês, após cair 6,7% no mês imediatamente anterior. O aumento do otimismo em relação a esse mercado deve-se à alta mais branda da Selic, que sinalizou ao mercado que o ciclo de aperto monetário pode estar chegando ao fim, o que beneficia o desempenho dos fundos imobiliários negociados na BM&FBovespa.

Segundo Clodoir Vieira, economista e consultor da Compliance Comunicação, além disso, os imóveis tinham caído bastante nos últimos meses e, em função da queda do valor da cota, o yield passou a ser interessante. “Tem fundo que está dando 16% ao ano, ou seja, um papel desses é excelente, ainda mais por conta de o rendimento não cobrar imposto de renda. Os investidores voltaram a comprar cota de índice, o que fez o Ifix valorizar-se”, explicou o especialista.

Logo atrás dos fundos imobiliários, ficou o investimento em ouro, campeão do mês passado, com uma alta de 2,5%. Em janeiro, o ativo havia tido valorização de 7,29%. Para o economista, quando a economia não está indo muito bem, o ouro acaba sendo usado como proteção. “É exatamente isso que está acontecendo agora, os investidores estão fazendo um hedge com este ativo, que está se valorizando nos últimos meses”, completou.

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Do outro lado da ponta, os mercados continuam sofrendo com a intensa volatilidade causada pela forte aversão ao risco dos investidores, que estão cada vez mais sem confiança, por conta de uma política econômica intervencionista, por parte do governo. Com isso, a bolsa de valores, considerada um ativo de risco no mercado de renda variável, sofreu novamente e, seu principal índice, o Ibovespa, caiu 1,14%, somando uma queda de 8,57% em 2014, em apenas dois meses.

Acompanhe a cotação de todos os fundos imobiliários negociados na BM&FBovespa

A bolsa está muito estagnada e, de acordo com o economista, não tem motivos para o investidor voltar para o mercado de renda variável no curto prazo. “A política não é nada favorável para este mercado e o cenário externo ainda não está totalmente recuperado, então ainda deve cair mais, pois o investidor ainda está com muita a aversão ao risco”, disse.

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Atrás do mercado acionário ficou apenas o investimento em dólar, que sofreu uma desvalorização de 2,86%. “A valorização do real perante o dólar teve influências fortes das medidas do governo para melhorar o superávit e também sob o forte temor do aumento de juros nos Estados Unidos”, afirmou.

Renda fixa cada vez mais interessante
Nesta semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, dando continuidade ao ciclo de aperto monetário, iniciado em abril de 2013.

Com as consecutivas altas da taxa básica de juros, os investimentos em renda fixa foram se tornando cada vez mais atrativos para os investidores. Em fevereiro, o CDI valorizou 0,78%, enquanto o CDB Pré 30 dias subiu 0,82%.

Já a poupança, independente da taxa Selic desde que ela ultrapassou o nível dos 8,5% e voltou para a antiga regra, rendeu 0,5% para os investidores mais conservadores.

Veja a rentabilidade dos investimentos em fevereiro:

Investimento Fevereiro Real*
*Deduzida a variação do IGP-M, que teve alta de 0,38% em fevereiro
**CDB líquido (acima de R$ 100 mil) 
***Taxa Efetiva Anbima
Fundos Imobiliários +2,65% +2,26% 
Ouro +2,50% +2,11%
CDB Pré – Bancos Primeira Linha** +0,82% +0,44% 
CDI*** +0,78% +0,40% 
Poupança +0,50% +0,12% 
Ibovespa -1,14% -1,51% 
Dólar -2,86% -3,23%