Ucrânia continua a avançar e reconquista cidades ocupadas

“As forças ucranianas continuam a liberar dos invasores russos as vilas nas regiões de Kharkiv e de Donetsk", informou o Estado-Maior das Forças Armadas

ANSA Brasil

(Getty Images)

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ROMA, 12 SET (ANSA) – Os militares ucranianos continuam com a contraofensiva para retomar o controle de cidades ocupadas por tropas russas a leste e a nordeste do território e, nas últimas 24 horas, mais 20 vilarejos e cidades foram reconquistadas, informou o Estado-Maior das Forças Armadas via portal “Ukrinform”.

“As forças ucranianas continuam a liberar dos invasores russos as vilas nas regiões de Kharkiv e de Donetsk. O inimigo continua a atacar as posições ucranianas, conduzindo reconhecimentos aéreos e tentando tomar medidas para recuperar terreno”, informou ainda o órgão ao portal.

Kiev ainda acusou os russos de fazerem “18 ataques com mísseis e 39 ataques aéreos contra objetivos militares e civis em toda a Ucrânia” nas últimas 24 horas, atingindo mais de 30 vilarejos em Kramatorsk, Kostiantynivka, Dnipro, Pavlohrad e Velykomykhailivka.

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Os militares ainda disseram que as tropas invasoras “fizeram um ataque terrorista” contra a central termoelétrica de Kharkiv, uma “infraestrutura muito crítica” para a região”. Esse ataque seria o motivo do apagão total registrado na noite deste domingo (11) na área.

Entre as principais cidades reconquistadas por Kiev desde a sexta-feira (9), estão Kupiansk – fundamental para o reabastecimento das tropas russas na região de Kharkiv -, Izyum e Balakliya. Todas estavam ocupadas desde os primeiros dias de conflito, no fim de fevereiro, e ficam muito próximas também à área de fronteira com a Rússia.

Neste domingo, a Ucrânia informou que seus militares conseguiram chegar a Hoptivka, localidade que fica na fronteira entre as duas nações.

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Os avanços ucranianos, que foram considerados rápidos e muito precisos, derrubaram inclusive o comandante do distrito militar ocidental da Rússia, o general Roman Berdnikov, de acordo com informações do portal “Kyiv Independent”.

Experiente em guerras, tendo comandado a intervenção russa na Síria, estava no posto desde 26 de agosto, período em que começaram os avanços das tropas russas na área leste do país. A notícia não foi confirmada por Moscou.

No entanto, mesmo com a remoção de Berdnikov, as retiradas de tropas continuam a serem realizadas em toda a região. Após essa informação ser divulgada por Kiev, foi a vez da Inteligência britânica reforçar a notícia nesta segunda-feira.

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O documento aponta que a Rússia “muito provavelmente” ordenou a saída das tropas de Kharkiv e que a movimentação de retirada foi massiva. O relatório ainda aponta que os russos podem enfrentar problemas também ao sul, na região de Kherson, porque Moscou “pode ter dificuldades em fazer avançar reservas suficientes através do rio Dnipro para a linha de frente”.

Kiev informa que cerca de 500 quilômetros quadrados na região de Kherson foram recapturados.

E, um dia após fazer duras críticas ao vértice militar russo, o líder checheno Ramzan Kadyrov, que treina e coloca suas tropas nacionalistas em apoio à Rússia, anunciou o retorno das suas “unidades de elite de batalha” para a Ucrânia.

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De acordo com a mensagem postada em seu Telegram e repercutida pela agência russa Tass, o grupo liderado por Adam Delimkhanov voltou à guerra em Donetsk após “um período de descansos”.

Esse grupo militar ajudou os soldados russos a controlarem cidades como Mariupol, Severodonetsk, Lisichansk e Popasnaya nos últimos meses.

“Anteriormente, sempre disse que era para vocês esperarem boas notícias minhas e, depois das minhas palavras, aqui estão elas.

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Agora, sejam pacientes e esperem grandes resultados dos nossos combatentes de primeira linha – e esses resultados vão chegar seguramente”, acrescentou.

No domingo, Kadyrov afirmou que foram “cometidos erros” na região de Kharkiv e que, se nada mudasse, ele mesmo iria para o Kremlin “explicar a situação” em campo. O checheno inclusive desmentiu as notas oficiais de Moscou, que diziam que os ucranianos não tinham reconquistado as três grandes cidades durante o fim de semana.

EUA e negociações – Após Kiev acusar Moscou de fazer ataques contra infraestruturas civis, o Departamento de Estado norte-americano publicou uma nota oficial em que criticou as operações militares.

Também nesta segunda, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a dizer que as negociações com Moscou para o fim da guerra só serão possíveis após a “completa libertação” do país.

“Não é possível revogar sanções, não podemos discutir nada com a Rússia até que eles não forem embora. É possível que, depois da guerra, se possa falar em revogar algumas sanções, falar de ressarcimentos, de pagamentos deles, de diplomacia. Podemos envolver líderes de qualquer país, de qualquer instituição internacional, mas só depois que a Rússia deixar todos os nossos territórios”, disse o mandatário à “CNN”.

Da parte russa, ao ser questionado em seu briefing diário, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também descartou “qualquer possibilidade” de negociação neste momento. (ANSA).