Trump anuncia plano em 3 fases para reabertura dos EUA e dá mais poder para governadores

Durante as duas primeiras fases, as diretrizes sugerem que idosos e indivíduos com sérias condições de saúde continuem isolados em casa

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O presidente americano Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (16) novas diretrizes em um plano trifásico para os Estados Unidos realizarem a reabertura dos negócios em meio à pandemia do novo coronavírus.

Entre as novidades, ele dará maior poder para os governadores definirem quando e como reabrirem cada estado, sem estipular nenhuma data para que isso aconteça. Trump afirmou ainda que haverão dados médicos de cada condado do país.

Em um documento enviado para todos os 50 governadores, intitulado “Abrindo a América Novamente”, o governo americano descreve um plano em três fases para ajudar a aliviar as restrições. Apesar disso, estas não serão diretrizes obrigatórias.

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Nesta quinta, os EUA atingiram a marca de 650 mil casos de covid-19, enquanto mais de 32 mil pessoas morreram da doença. Cerca de um terço dos falecimentos ocorreram apenas no estado de Nova York.

“Precisamos ter uma economia funcionando. E nós queremos recuperá-la, muito, muito rapidamente. E é isso que vai acontecer ”, disse Trump em uma coletiva de imprensa na Casa Branca depois de anunciar o plano.

“Os Estados Unidos querem ser abertos e os americanos querem reabrir”, disse o presidente. “Pegamos a maior economia da história do mundo e a fechamos para vencer esta guerra. E estamos no processo de vencer agora”, completou.

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As diretrizes recomendam que os estados documentem uma trajetória decrescente “em casos de coronavírus e doenças semelhantes à gripe por duas semanas antes de iniciar um processo em três fases para retornar ao trabalho e à vida social quase normais”.

Os estados devem registrar outras duas semanas de casos em declínio antes de prosseguir de uma fase para outra, segundo as diretrizes, enquanto uma “recuperação” nos números de casos pode significar reimpor algumas ou todas as restrições.

A primeira fase envolve a reabertura de algumas empresas, incluindo academias, restaurantes, cinemas e locais de cultos religiosos “se seguirem rigorosos protocolos físicos de distanciamento e saneamento”.

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As diretrizes sugerem que as escolas devem permanecer fechadas, enquanto os empregadores devem continuar a incentivar o home office, quando possível, e que as viagens não essenciais sejam reduzidas.

Se os estados e regiões não mostrarem evidências de recuperação nos casos de coronavírus, eles serão aconselhados a passar para a fase dois, durante a qual as atividades escolares podem ser retomadas e grandes instalações podem operar sob “protocolos de distanciamento físico moderado”. As cirurgias eletivas também podem ser retomadas na fase dois.

Durante estas duas fases, as diretrizes sugerem que idosos e indivíduos com sérias condições de saúde continuem isolados em casa.

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Na fase três, as restrições seriam bastante relaxadas, com a retomada de visitas a instalações de atendimento a idosos e hospitais, enquanto restaurantes, bares, cinemas, locais esportivos e locais de culto poderiam operar sob “protocolos físicos limitados de distanciamento”.

Na coletiva, Trump manteve sua projeção de que em 1º de maio, algumas regiões do país possam iniciar a reabertura. Porém, sob o sistema federalista americano, o presidente não tem poder de impor esta retomada aos estados, por isso o lançamento das diretrizes.

A reação do mercado foi positiva, ajudada pela notícia de que um medicamento produzido pela biofarmacêutica Gilead Sciences, com ações listadas na Bolsa, teve resultados otimistas contra o coronavírus.

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Às 23h39 (horário de Brasília), os principais índices futuros americanos registravam alta (Dow 30 com +3,74%, S&P 500 com +3,39 e Nasdaq com +2,42%). E nem mesmo a notícia de que o PIB da China teve queda de 6,8% no primeiro trimestre (a primeira retração chinesa desde 1992) parece ter sido suficiente para desestimular os indicadores.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.