SP começa a vacinar pessoas com 70 e 71 anos em 29 de março; ocupação em UTI chega a 90% na Grande São Paulo

Governo paulista também anunciou a entrega de mais doses da CoronaVac e mais um hospital de campanha, diante de recorde de ocupações em UTIs para Covid-19

Mariana Fonseca

(Reprodução)

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SÃO PAULO – O governo de São Paulo divulgou nesta segunda-feira (15) que a vacinação contra Covid-19 para idosos com 70 e 71 anos de idade começará no dia 29 de março.

Essa faixa etária compreende 600 mil paulistas. Com a conclusão dessa etapa de imunização, serão 4,858 milhões de pessoas imunizadas em São Paulo. A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

Segundo os últimos números do Vacinômetro, ferramenta digital desenvolvida em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) que permite acompanhar em tempo real o número de vacinas aplicadas no estado, cerca de 3,9 milhões de doses já foram aplicadas até as 13h desta segunda-feira. 2.817.896 pessoas receberam apenas a primeira dose, enquanto 1.082.507 já receberam também a segunda aplicação.

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O governo paulista iniciou sua campanha de imunização no dia 17 de janeiro, vacinando primeiro trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas. Depois dos idosos com 90 anos de idade ou mais, e dos idosos com 85 anos de idade ou mais, os idosos entre 80 e 84 anos foram vacinados em 27 de fevereiro. No dia 3 de março, o estado começou a imunizar a população com 77 a 79 anos de idade. A imunização para idosos de 75 e 76 anos de idade começa oficialmente nesta segunda-feira (15). Em 22 de março, será a vez dos idosos com 72 a 74 anos.

Fase Emergencial começa em São Paulo

Nesta segunda-feira (15), o estado de São Paulo começa a funcionar com medidas mais restritivas, diante do avanço da pandemia de Covid-19. A chamada Fase Emergencial irá até 30 de março. A Fase Emergencial inclui medidas como a redução dos horários de funcionamento dos serviços essenciais, como padarias, supermercados e postos de gasolina. Também há suspensão de eventos esportivos, como o campeonato paulista de futebol, e religiosos, como cultos em igrejas.

“Há uma irresponsabilidade de quem participa de aglomerações neste momento da pandemia. Elas representam um crime para quem as promove”, alertou Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo, também na coletiva desta segunda-feira.

As polícias civil e militar estão apoiando as vigilâncias sanitárias na fiscalização. “É importante que as pessoas entendam que temos 15 dias de uma fase extremamente restritiva. Esperamos tirar cerca de 4 milhões de pessoas [de circulação na região metropolitana de São Paulo], com o objetivo de diminuição nos números da pandemia. A fiscalização é pedagógica, mostrando a importância de ficar em casa”, completou o vice-governador.

teletrabalho (home office) é obrigatório para atividades administrativas não essenciais em escritórios e em órgão públicos. Também não está autorizada a retirada de alimentos e produtos ao cliente no estabelecimento comercial, o chamado take away.

Há também toque de recolher entre 20h e 5h – não sendo permitida a circulação nesse intervalo. A ida às praias e aos parques também está proibida em qualquer horário. E continua a recomendação de uso de máscaras em ambientes internos e externos.

Para evitar aglomeração nos períodos de maior movimentação, como na entrada do trabalho, o estado também organizou um sistema de rodízio de horários. Trabalhadores da indústria devem entrar entre 5h e 7h, os do setor de serviços entre 7h e 9h e os do comércio entre 9h e 11h.

“Isso [rodízio] depende de os setores informarem seus funcionários e praticarem o escalonamento”, alertou Garcia. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) já teria anunciado uma proposta de organização, que está sendo negociada com o governo paulista. “Nós não podemos impedir as pessoas de usar o transporte coletivo, tanto que mantemos 100% da operação.”

As escolas privadas, públicas estaduais e públicas municipais terão aulas suspensas. A medida antecipa o recesso escolar de julho para o período entre os dias 17 de março e 1º de abril. As escolas poderão funcionar durante o período de validade do decreto da Fase Emergencial, mas em horário reduzido, entre 10h e 16h. Nas escolas públicas, a recomendação é de que apenas uma equipe fique em cada escola, para manter atividades essenciais e distribuir cartões-merenda para os responsáveis dos alunos – o crédito permanecerá sendo feito durante a pandemia.

Internações em UTIs batem recorde

Segundo Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde, 63 dos 645 municípios no estado de São Paulo atingiram ocupação total de unidades de terapia intensiva (UTI). No estado, o índice de ocupação de UTIs atingiu 88,4%. Na Grande São Paulo, a ocupação chegou a 90%.

São 10.224 pacientes internados em UTIs. O número é 63,9% maior do que o visto no pico da primeira onda de Covid-19. O estado de São Paulo atingiu 2.208.242 casos e 64.223 óbitos pela doença. Na comparação entre a semana epidemiológica mais recente e a anterior, o número de novos casos aumentou 24,2%. O número de internações subiu 19.8%. Por fim, os óbitos cresceram 28,2%. Ao mesmo tempo, o índice de isolamento social ficou em 50% no último domingo (14).

João Doria (PSDB), governador de São Paulo, também anunciou nesta segunda-feira (15) a abertura de um novo hospital de campanha, na capital de São Paulo. Localizado no bairro de Santa Cecília, o local terá capacidade para 180 leitos. 130 leitos serão de enfermaria, enquanto os 50 restantes serão unidades de terapia intensiva. O hospital cedido pela iniciativa privada abrigará 900 profissionais de saúde.

O hospital deve entrar em funcionamento nos próximos 15 dias. Esse é o 17º hospital de campanha anunciado neste mês para enfrentamento da Covid-19, segundo Doria. Gorinchteyn completa que havia 8.500 UTIs em funcionamento no pico da primeira onda, agora são 9.200.

João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, afirmou que já era esperado que os números de casos, internações e óbitos não apontassem tendência de queda, mesmo após dias de Fase Vermelha. “Quando as medidas mais restritivas começam, precisamos esperar cerca de duas semanas para averiguar algum resultado. Infelizmente, os dados atuais são de aceleração da pandemia.”

Mais doses da CoronaVac

Doria afirmou que mais 2 milhões de doses da CoronaVac serão entregues nesta quarta-feira (17). Essa é a vacina produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Nesta segunda-feira (15), o governo do estado de São Paulo entregou ao Ministério da Saúde um lote de 3,3 milhões de doses da CoronaVac. Assim, o total de entregas nesta semana chega a 5,3 milhões de vacinas.

Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, 5,2 milhões de doses serão entregues na próxima semana. Na outra, 8,4 milhões. No total, serão 22,3 milhões de doses entregues em março.

Todos os imunizantes serão usados no Programa Nacional de Imunização (PNI). Contando com a entrega desta segunda-feira, 20,6 milhões de doses já foram entregues desde o início do acordo de distribuição – firmado com o Ministério da Saúde em 17 de janeiro.

O acordo prevê o envio de 46 milhões de doses até o final de abril. Ainda, o Butantan deve entregar mais 54 milhões de doses até agosto deste ano, totalizando 100 milhões de doses da CoronaVac.

Doria afirmou que, após tais entregas, mais vacinas serão adquiridas especificamente para a imunização dos moradores do estado de São Paulo. A compra inclui vacinas do próprio Instituto Butantan e de outro laboratório em território nacional. Doria afirmou que só informará qual é o laboratório quando o acordo for firmado e o prazo de entrega definido.

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Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.