Sentimento de risco geopolítico global piorou, mas ainda sem afetar economia, diz BBVA Research

Após início de conflito entre Israel e Hamas, indicadores de big data apontaram deterioração em vários países, incluindo o Brasil

Roberto de Lira

Soldados israelenses em um blindado segue em direção à fronteira sul com a Faixa de Gaza (Getty Images)

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O conflito no Oriente Médio desencadeado pelos ataques terroristas do Hamas contra cidadão israelenses desencadeou uma ampla reação nos índices de sentimento de risco geopolítico divulgados pelo BBVA Research.

As métricas de big data da empresa captaram uma acentuada deterioração dos indicadores de risco e de conflito geopolítico, não só dos países envolvidos e seus vizinhos, mas também de nações ocidentais, além de uma piora em índices de sentimento político e de protesto.

A única exceção é o índice de incerteza político-econômica, que se manteve até agora na zona neutra. Contudo, algumas das variáveis, como o preço do petróleo, começaram a subir em resposta ao conflito. “Em suma, a situação continua a ser de risco extremo em alguns países, com potencial para agravar-se, uma vez que a resposta terrestre esperada por Israel ainda é desconhecida”, afirma o relatório do BBVA Research.

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Segundo o relatório, Israel, Irã e Egito saltaram do nível neutro para a área de alto risco geopolítico, à medida que a cobertura crescente e o sentimento muito negativo deterioraram os seus índices durante a semana. A Arábia Saudita, que estava em nível baixo, também passou para o ponto de alto risco.

Entre os países europeus, algumas nações também viram o índice piorar, como a Turquia, que defende abertamente a criação de um Estado palestino e tenta mediar o conflito. O mesmo ocorreu com países que têm uma política clara de apoio a Israel, como a Itália e o Reino Unido. Espanha e França não foram exceção e os seus índices também entraram na zona de risco.

As tensões geopolíticas também foram percebidas por outros países, como a Argentina – a comunidade argentina em Israel é próxima de 100 mil pessoas. Brasil e Colômbia, que estavam na posição neutra do índice, subiram para um sentimento de alto risco. Na Ásia, China e Taiwan permanecem na área neutra, enquanto a Austrália entrou na área de risco.

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Os indicadores de risco geopolítico, de tensões políticas, de incerteza político-econômica, de protesto e de conflitos foram desenvolvidos a partir de um rastreador diário, com atualizações semanais, para monitorar protestos e conflitos para todos os países do mundo. O algoritmo identifica dados de notícias, emoções, organizações e eventos em todo o mundo, bem como o seu sentimento médio, utilizando técnicas de processamento de linguagem natural.