Resultados da vacina da Moderna podem ficar prontos em outubro, diz CEO

Empresa está estudando vender a sua vacina por um preço mais baixo durante a pandemia e reajustar o valor no futuro

Pablo Santana

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SÃO PAULO – Caso os testes em humanos feitos pela farmacêutica americana Moderna sejam positivos, o mundo pode contar com uma vacina contra o novo coronavírus em outubro, segundo o CEO da companhia, Stephane Bancel.

A companhia iniciou nesta segunda-feira (27) os estudos em humanos e pretende testar sua vacina em aproximadamente 30 mil pessoas em 87 lugares diferentes dos EUA. O objetivo central dos testes é aferir se duas doses da vacina são o suficiente para prevenir a Covid-19, infecção causada pelo SARS-CoV-2.

Embora a pesquisa esteja avançada, em entrevista ao site Business Insider, Bancel disse que o resultado dos testes dependem de duas variáveis ​​críticas para o desenvolvimento pleno do projeto: a rapidez com que os pesquisadores podem inscrever 30 mil voluntários; e se as equipes conseguem recrutar pessoas em áreas com altas taxas de infecção. 

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“O melhor cenário, se tudo estiver bem, pode ser outubro”, disse Bancel.

Bancel acrescentou que o cenário base, ou mais provável de acontecer, é que o resultado dos testes saiam perto do final de novembro. No pior cenário, os resultados serão aguardados até dezembro ou janeiro.

Ele pontuou que espera que os testes apontem para uma eficácia da vacina da Moderna de 75% a 80%. Reguladores americanos disseram que querem ver pelo menos 50% de eficácia.

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Mesmo se os resultados confirmarem a efetividade da vacina ainda neste ano, a população só conseguirá ser imunizada no segundo trimestre de 2021. Isso porque as empresas na linha de frente do desenvolvimento de uma possível vacina precisarão aumentar a produção para atender a população mundial.

Os principais players, como Moderna, Pfizer e AstraZeneca já começaram a aumentar suas capacidades de fabricação antes de saber se as vacinas funcionarão.

Em um cenário em que as vacinas em desenvolvimento dessas três farmacêuticas apresentem resultados clínicos satisfatórios e consigam uma rápida aprovação dos reguladores, Bancel acredita que elas possam chegar aos grupos que não são prioritários até abril ou no segundo trimestre de 2021.

“Essa linha do tempo pode ser adiada até o terceiro ou quarto trimestre do próximo ano, se qualquer uma das principais vacinas falhar em seus testes finais”, alertou.

Preço

O CEO afirmou que a companhia está considerando criar duas faixas de preço para sua potencial vacina contra o coronavírus. Um preço mais baixo durante a pandemia e um preço mais alto em situações nas quais a doença for considerada endêmica, ou seja, quando o aumento do número de casos for registrado com muita frequência em um determinado local.

Apesar da discussão, Bancel reforçou que a decisão final sobre o preço ainda não foi tomada. “É muito cedo para dizer uma quantia específica, mas vamos ser razoáveis ​​e responsáveis. Isso é uma pandemia”.

Outras empresas do mercado já delimitaram os seus preços – mesmo sem os resultados dos testes clínicos que irão garantir a segurança e eficácia da vacina para ser vendida -, a Pfizer fechou um acordo com o governo americano para vender 100 milhões de doses da sua potencial vacina por US$ 19,50 por injeção.

A corrida bilionária feita pelas empresas para produzir uma vacina eficaz contra o coronavírus tem feito as ações das companhia do setor de farmácia e biotecnologia saltarem.

Após anunciar os testes em humanos e uma nova rodada de financiamento, os papéis da Moderna subiram até 11% no pregão desta segunda-feira (27). No acumulado do ano, as ações da companhia subiram mais de 314%. 

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios