Powell diz que inflação segue muito acima da meta e Fed ajustará decisões à atividade econômica

Presidente do BC americano afirma que o objetivo é manter máxima empregabilidade com preços sob controle

Mitchel Diniz

O presidente do Fed, Jerome Powell

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O presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve), Jerome Powell, reafirmou o compromisso da autoridade  monetária em levar a inflação à meta de 2%, mas com o mínimo de estrago à economia. “Não teremos condições para um mercado de trabalho sustentável com a inflação elevada”, disse o chairman, após a decisão do Fed de interromper o ciclo de aperto nesta quarta-feira (14), após 10 altas consecutivas. Powell diz que o objetivo é manter máxima empregabilidade com preços sob controle.

“A inflação se mantém muito acima da nossa meta”, salientou Powell, observando que as pressões inflacionárias seguem altas, ainda que os preços tenham moderado em relação ao ano passado. “A inflação impões restrições de consumo, principalmente àqueles que tem menos acesso a itens essenciais”.

Por outro lado, o presidente do Fed reconhece efeitos da política monetária no setor imobiliário e em investimentos. A totalidade do impacto do aperto monetário, porém, ainda levará algum tempo para ser setindo, sobretudo na inflação. Powell diz que as decisões do Fed vão continuar se ajustando à atividade econômica.

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“Não estamos vendo muito progresso no núcleo do PCE. Precisamos ver esse núcleo descer definitivamente”, disse o chairman sobre o índice de despesas de consumo pessoal, principal indicador de inflação avaliado pelo Fed.

“Quando conseguirmos ver a inflação suavizando, saberemos que o aperto está funcionando”.

Segundo Powell, a pausa na ciclo de alta de juros diminui as chances do Fed errar por “apertar demais”.

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Nas projeções do colegiado (dot plot), que saíram junto com a decisão, o Fomc prevê juros na faixa de 5,6% ao final de 2023. Logo, haveria espaço para mais dois ajustes de 25 pontos-base na taxa.

Ao final de 2024, a projeção é de juros em 4,6% e de 3,4% em 2025.

Powell admite que o colegiado avalia mais aperto na política monetária este ano. “Pode fazer sentido que as taxas subam ainda mais, só que em um ritmo mais moderado”. Mas o chairman diz que não houve discussões sobre o que será feito nas próximas reuniões.

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“Vocês vão acompanhar os novos dados, verão dirigentes do Fed falando sobre eles e o mercado vai fazer seus julgamentos”. Segundo o chairman, nenhum dos dirigentes do BC americano prevê corte de juros para este ano. “Nem acho que seria apropriado”, disse.

Powell diz que o Fed esta bem perto do que pode ser suficientemente restritivo e que os riscos de fazer muito e de fazer pouco estão muito próximos. “A maioria dos participantes pensa que é razoável ajustar o ritmo para ser mais lento”.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados