PMI industrial da Zona do Euro sobe para 48,8 em janeiro, em linha com projeções

Embora a produção e os novos pedidos às fábricas continuem contraídos, indicador sugere que o pior da crise do setor ficou para trás

Roberto de Lira

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O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da Zona do Euro avançou de 47,8 em dezembro para 48,8 em janeiro, na terceira alta mensal seguida, informou nesta quarta-feira (1) a S&P Global. Embora ainda abaixo da marca de 50,0 (que separa a expansão da contração), foi a leitura mais alta desde agosto de 2022. O dado veio em linha com o consenso Refinitiv (48,8).

Segundo a S&P Global, embora os volumes de produção e de novos pedidos às fábricas continuem em terreno deprimido, as taxas mais lentas de contração sugerem provisoriamente que o pior da crise do setor já passou. De fato, algumas partes da Zona do Euro até registraram uma expansão na produção em janeiro, de acordo com a pesquisa.

A atividade de compras continuou diminuindo, enquanto os prazos de entrega dos fornecedores permaneceram estáveis. Esses dois fatores ajudaram a reduzir as pressões de custos em toda a área do euro, com a inflação de insumos desacelerando para uma mínima de 26 meses.

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Segundo Chris Williamson, economista chefe da S&P Global Market Intelligence, embora os fabricantes da Zona do Euro tenham continuado a relatar queda na produção e deterioração das carteiras de pedidos em janeiro, o quadro é consideravelmente melhor do que as mínimos vistas nos últimos anos.

Para ele, não apenas a taxa de declínio da produção moderou por três meses consecutivos, mas o otimismo dos negócios sobre o próximo ano também aumentou nos últimos três meses.

“As preocupações com as restrições de fornecimento e os custos crescentes do gás deram lugar a um mercado de energia muito mais estável na Europa, embora em parte graças aos subsídios estatais e ao clima ameno”, comentou.

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“O levantamento das restrições do covid-19 na China continental aumentou a sensação de que o peso global da pandemia passou. Tudo isso ajudou a reduzir as pressões inflacionárias mais amplas e elevou a confiança de que o pior do aperto no custo de vida já passou”, disse Williamson.