Plano SP: governo deve colocar estado na Fase Vermelha durante noite e finais de semana

Confirmação dos detalhes sobre nova reclassificação será passada durante coletiva de imprensa, às 12h45 desta sexta-feira

Allan Gavioli

Atividade turística foi um dos destaques dos serviços no semestre em São Paulo (Alexandre Schneider/Getty Images)

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SÃO PAULO – Em uma nova medida para tentar frear o avanço da pandemia pelo estado de São Paulo, a gestão de João Doria (PSDB), irá anunciar nesta sexta-feira (22) novas medidas de restrição para o Plano São Paulo pela terceira vez em 15 dias.

Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, desta vez o governo deve trazer regras mais restritivas de isolamento social. A partir da noite desta sexta-feira, todo o estado deve entrar na Fase Vermelha de restrições. A região só retoma à fase que estava na segunda-feira.

O Plano São Paulo é o programa de flexibilização de atividades imposto pelo governo do estado desde o início da pandemia. O plano está condicionado aos índices de novos casos, internações e óbitos por Covid-19 nas regiões do estado e permite a reabertura econômica das regiões de forma gradual.

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O programa divide o estado em regiões, e cada uma delas é classificada em uma fase. São cinco delas, que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (Vermelha) a etapas identificadas como controle (Laranja), flexibilização (Amarela), abertura parcial (Verde) e normal controlado (Azul).

De acordo com o jornal, a nova reclassificação funciona de forma diferente: a região passa o dia na fase em que estava normalmente e, após às 20h, entra na Fase Vermelha. Nos finais de semana e feriados, a Fase Vermelha perdura ao longo do dia inteiro.

Na fase vermelha, apenas serviços essenciais como padarias, mercados, farmácias e bancos podem operar. Bares, restaurantes e o comércio em si não poderão funcionar. A medida do estado visa endurecer o isolamento, ao fechar todos os serviços não essenciais durante a noite e durante os finais de semana para evitar aglomerações.

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A confirmação dos detalhes sobre a reclassificação será passada durante coletiva de imprensa, às 12h45 desta sexta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Doria já havia informado que a a próxima reclassificação seria hoje, adiantando a atualização após uma piora da pandemia no estado.

Reclassificação de regiões

Além disso, o governo paulista deve anunciar reclassificações para cada região do estado, seguindo indicadores regionais da pandemia. Essa é a fase nas quais as regiões se encontrarão para além de noites e do final de semana, quando estarão obrigatoriamente na Fase Vermelha.

Segundo o site UOL, ao menos três regiões devem entrar na Fase Vermelha: Bauru, Franca e Presidente Prudente. As regiões de Araraquara, Barretos e Campinas devem retroceder da Fase Amarela para a Fase Laranja, a segunda mais restritiva.

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Na última reclassificação do Plano São Paulo, apenas a região de Marília foi rebaixada oficialmente para a Fase Vermelha. Dez regiões estão atualmente na Fase Laranja. Outras seis, incluindo a Grande São Paulo, estão na Fase Amarela.

Piora da pandemia no estado

Os fatores que condicionam a atualização do Plano São Paulo são os números de internações, mortes, casos e a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Na terça-feira (19), Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, já havia adiantado que a piora nas taxas de ocupação de UTI poderia levar ao rebaixamento da Grande São Paulo, que inclui a capital, atualmente na Fase Amarela, e da região de Sorocaba, atualmente na Fase Laranja.

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“São regiões onde nós estamos observando essa pressão frequente sobre os leitos, especialmente de UTI. É possível sim que essas regiões, eu diria que é até provável, que sejam reclassificadas brevemente ao longo desta semana”, disse Menezes em entrevista a TV Globo. Menezes ainda explicou que a situação é preocupante, especialmente na região metropolitana, que concentra metade da população do estado e tem observado uma alta nas internações muito acentuada.

“A pandemia continua subindo no estado de São Paulo, em todas as regiões. O que nós estamos observando na região do município de São Paulo e na Grande São Paulo também está sendo observado na maioria das regiões do estado, um crescimento no número de casos e o número de internações aumentando progressivamente a taxa de ocupação dos leitos de UTI, que são aqueles necessários para os casos mais graves”, informou.

Na última quarta-feira (20), Jean Gorinchteyn, secretário estadual da saúde, falou sobre o momento delicado que São Paulo vivem em relação ao coronavírus. “São esses índices que mostram que algumas regiões precisam de uma atenção especial para continuar garantindo assistência à saúde”, afirmou o secretário.

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Gorinchteyn também afirmou que a piora dos indicativos da epidemia fez com que São Paulo registrasse a maior média diária de novos casos. Foram 11.300 na última semana, maior número registrado para esse indicativo desde o início da pandemia. Em comparação com a última semana de 2020, ainda de acordo com dados do governo do estado, os casos de Covid-19 aumentaram 77%; as mortes, 59%; e as internações, 28%.

A taxa de ocupação em leitos de UTI na Grande São Paulo também teve aumento significativo em números percentuais em pouco tempo. De 5 de janeiro até 19 de janeiro, a ocupação foi de 65% para 70,5%. A ocupação de leitos de UTI atualmente é de 69,1% no estado e de 70,1% na capital. Na cidade de São Paulo, quatro hospitais registravam 100% de ocupação dos leitos de UTI para tratamento da Covid-19 até a manhã desta sexta-feira.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.