O mundo logo terá vacinas contra Covid-19. Mas as pessoas irão tomá-las?

Pesquisa do instituto Ipsos-MORI feita em 15 países mostrou que 73% dos adultos dizem estar propensos a se vacinarem contra a Covid-19

Mariana Fonseca

(Pexels)

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SÃO PAULO – Após meses de pandemia, potenciais luzes no final do túnel começaram a aparecer. A CoronaVac produziu 87% de resposta imune na fase 3 e chegou nesta quinta (19) a São Paulo. A vacina da Pfizer/BioNTech registrou eficácia de 95% na prevenção da Covid-19 em sua terceira fase. Resultados preliminares (ainda não publicados em periódicos) da vacina da Moderna mostraram 94,5% de eficiência na fase 3. Por fim, ainda na fase 2 de testes, a vacina Oxford/AstraZeneca induziu resposta imune em todas as faixas etárias.

O mercado financeiro encara com otimismo os resultados com esses testes clínicos. Mas ainda é preciso enfrentar diversos obstáculos: mais testagem, aprovação de entidades reguladoras, produção e distribuição em massa – e, por fim, convencer a população de cada país a se vacinar.

Uma pesquisa do instituto Ipsos-MORI com mais de 18 mil adultos em 15 países, realizada em outubro, mostrou que 73% dos entrevistados se dizem propensos a serem vacinados contra a Covid-19. O número representa uma queda de quatro pontos percentuais em relação ao resultado de três meses atrás.

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Os países que mais querem as vacinas

Desde agosto, a intenção de vacinação caiu em 10 dos 15 países pesquisados – incluindo o Brasil, com queda de sete pontos percentuais. Mesmo assim, o país está na lista de países com intenção de vacinação acima da média.

81% dos brasileiros declararam a vontade de tomar a vacina, atrás apenas da Índia (87%), China (85%) e da Coreia do Sul (83%). Reino Unido (79%), México (78%) e Canadá (76%) completam a lista. No outro extremo, os países com menor vontade de tomar a vacina são França (54%), Estados Unidos (64%), Espanha (64%), Itália (65%), África do Sul (68%), Japão (69%) e Alemanha (69%).

Globalmente, mais da metade dos adultos entrevistados (52%) se vacinaria em até três meses depois que a vacina contra Covid-19 se tornasse disponível para a população. 22% tomariam “imediatamente”; 14%, “em menos de um mês”; e 16%, “entre um e três meses”.

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Fora dos 52% que se vacinariam em até três meses, 11% tomariam “entre três e seis meses” e 10% tomariam “entre seis e doze meses”. Assim, completam-se os 73% que estão propensos à vacinação.

Especificamente no Brasil, 68% dos entrevistados afirmaram que se vacinariam em até três meses. Nos Estados Unidos, por exemplo, a porcentagem é de 40%.

Por que não tomar as vacinas?

Entre aqueles que não querem tomar a vacina contra a Covid-19, as razões são, principalmente, preocupação com efeitos adversos (34%) e com a rapidez dos testes clínicos (33%). Outras motivações são pensar que a vacina não será efetiva (10%) e que o risco de contrair a doença é muito baixo (8%).

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A preocupação com efeitos adversos é mais alta no Japão (62%) e na China (46%). Já brasileiros e espanhóis se preocupam mais com a rapidez dos testes clínicos (48% cada). A rejeição a vacinas em geral é mais alta na África do Sul (21%) e na Índia (19%). Por fim, o sentimento de que o risco de se contagiar pela Covid-19 é baixo é mais comum na China (20%) e na Austrália (19%).

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.