IPCA-15 de junho sobe 0,69% frente maio, levemente acima do esperado; planos de saúde puxam alta

A expectativa do mercado, segundo consenso Refinitiv, era de uma alta ante maio de 0,62% e anual de 11,98%.

Equipe InfoMoney

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do Brasil, subiu 0,69% em junho na comparação mensal, ficando 0,10 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em maio (0,59%). O subitem de maior influência na taxa do mês foi planos de saúde, que subiu 2,99% e representou 0,10 p.p. no resultado de junho.

O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi de 3,04%. Já no acumulado do ano, o IPCA-15 tem alta de 5,65% enquanto nos últimos 12 meses, a taxa desacelerou para 12,04%, abaixo dos 12,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2021, o índice foi de 0,83%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A expectativa do mercado, segundo consenso Refinitiv, era de uma alta ante maio de 0,62% e anual de 11,98%.

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Os dados são divulgados um dia depois de o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixar a meta para a inflação em 2025 em 3%, interrompendo uma sequência sucessiva de cortes no alvo a ser perseguido pelo Banco Central em sua política monetária.

Alta de transportes e planos de saúdes

Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em junho. O maior impacto foi do grupo de Transportes, que subiu 0,84%, uma desaceleração em relação a maio (1,80%). O grupo respondeu por 0,19 p.p. no índice geral. Já a maior variação foi do grupo Vestuário (1,77% e 0,08 p.p.).

Outro destaque é do grupo de Saúde e cuidados pessoais (1,27%), que contribuiu com 0,16 p.p. no índice de junho, muito por conta dos planos de saúde, que sofreram reajuste de até 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio, com vigência a partir de maio de 2022 e cujo ciclo se encerra em abril de 2023. No grupo, influenciou também a alta de 1,38% nos produtos farmacêuticos, com impacto de 0,05 p.p. no índice do mês.

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Voltando para Transportes, a desaceleração do grupo se deu pela queda nos preços dos combustíveis (-0,55%), que haviam subido 2,05% em maio. Embora tenha sido registrado aumento em óleo diesel (2,83%), o etanol e a gasolina caíram 4,41% e 0,27%, respectivamente.

No lado das altas dos Transportes, destacam-se as passagens aéreas (11,36%), o seguro voluntário de veículo (4,20%) e o emplacamento e licença (1,71%). Também subiram de preço as motocicletas (1,66%), os automóveis novos (1,46%) e os automóveis usados (0,12%).

Já a variação positiva do ônibus urbano (0,32%) fica por conta do reajuste de 11,36% nas tarifas em Salvador (3,64%), em vigor desde 1º de abril, mas que só foi repassado a partir de 4 de junho. No subitem ônibus intermunicipal (1,34%), houve reajuste de 17% em Belo Horizonte (9,34%), vigente desde 16 de maio, e de 11,85% em Salvador (3,66%), em vigor desde 10 de junho.

Habitação

No grupo Habitação, que havia registrado a única queda de maio (-3,85%), a alta de 0,66% foi puxada pela taxa de água e esgoto (4,29%), influenciada pelos reajustes aplicados em três áreas: de 20,81% em Belém (11,41%), a partir de 28 de maio; de 12,89% em São Paulo (10,99%), a partir de 10 de maio; e de 4,99% em Curitiba (4,51%), a partir de 17 de maio.

Também colaborou para a alta o subitem gás encanado (2,04%), consequência do reajuste de 9,16% em Curitiba (7,98%), a partir de 18 de maio, e de 5,95% no Rio de Janeiro (3,28%), a partir de 1º de maio.

Ainda em Habitação, no lado das quedas, o destaque é energia elétrica (-0,68%). A partir de 16 de abril, passou a valer a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. Desde setembro de 2021, estava em vigor a bandeira Escassez Hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. As variações das áreas foram desde -3,42% em Brasília até 6,16% em Recife, onde houve reajuste de 18,77% nas tarifas, válido desde 29 de abril. Em 22 de abril, foram aplicados reajustes tarifários de 24,23% em Fortaleza (5,07%) e de 20,97% em Salvador (3,72%). Outro subitem que apresentou queda em junho foi gás de botijão (-0,95%).

O grupo Habitação, inclusive, é o único com queda no trimestre (-1,54%), puxado pelo resultado de maio (-3,85 %) influenciado pelo item energia elétrica.

Alimentação e bebidas desacelera

O grupo Alimentação e bebidas (0,25%) desacelerou após subir 1,52% em maio. O resultado teve influência dos alimentos para consumo no domicílio, que saíram de 1,71% em maio para 0,08%. O subitem leite longa vida , que havia subido 7,99% em maio, registrou 3,45% de alta em junho.

Além disso, houve quedas nos preços da cenoura (-27,52%), do tomate (-12,76%), da batata-inglesa (-8,75%), das hortaliças e verduras (-5,44%) e das frutas (-2,61%).

No campo de alimentação fora do domicílio, a alta também foi menos intensa na passagem de maio (1,02%) para junho (0,74%), principalmente por conta do resultado do item lanche, que registrou alta de 1,10%, frente à variação de 1,89% no mês anterior. Já refeição (0,70%) apresentou resultado acima do registrado em maio (0,52%).

Os demais grupos ficaram entre o 0,07% de Educação e o 0,94% de Artigos de Residência.

Em termos regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em junho. A maior foi em Salvador (1,16%), especialmente por conta da gasolina (4,25%) e do reajuste de 20,97% nas tarifas de energia elétrica (3,72%). Já a menor alta foi em Belém (0,18%), influenciada pela queda nos preços do açaí (-8,08%) e da gasolina (-1,70%).

Histórico da Inflação

histórico da inflação no Brasil

(com agência de notícias do IBGE)

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