Governo de SP investiga outras 4 mortes por coronavírus na rede hospitalar em que primeira foi confirmada

Um hospital particular registrou cinco mortes que podem estar relacionadas à Covid-19. Uma delas está confirmada

Paula Zogbi

(Envato)

Publicidade

SÃO PAULO – Após confirmar a primeira morte por coronavírus em São Paulo, o governo do estado disse, em coletiva de imprensa na tarde de terça-feira (17), que investiga outras quatro mortes que podem estar relacionadas à doença em uma rede hospitalar particular que tem várias unidades na cidade de São Paulo. Na rede pública, segundo o governo, há um caso de morte com suspeita, totalizando pelo menos cinco em observação. Uma morte no Tatuapé, que vinha sendo divulgada como suspeita, foi confirmada como relacionada ao vírus influenza, e não coronavírus.

A vítima confirmada é um homem de 62 anos, com histórico de diabetes, hipertensão e hiperplasia prostática. Ele começou a ter sintomas no dia 10 de março, foi internado no dia 14 e veio a óbito no dia 16, última segunda-feira. Segundo o governo, como a infecção foi confirmada na noite de segunda-feira, seu caso não constava nas estatísticas oficiais antes da morte.

Não há informações mais detalhadas sobre os perfis dos demais mortos nessa rede particular, mas David Uip, infectologista que lidera o Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, disse que “pelo perfil do hospital, provavelmente eles tinham mais de 60 anos”.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Para o porta-voz, a confirmação do óbito “não muda nada” do ponto de vista das medidas adotadas contra a pandemia. “Isso cria conhecimento para medidas e providências que devem ser tomadas, mas não pode chegar à população como inesperado. Mortes vão acontecer”, disse ele, lembrando que é registrada uma média de 30 mil óbitos por influenza por ano. “Mas a maioria dos casos graves vai ser curada”, complementou, informando que 80% dos casos registrados oficialmente são leves.

O Secretário de Saúde do estado, José Henrique Germann Ferreira, disse que, como o óbito foi comunitário, ou seja, quando não é possível saber a origem da infecção, é possível que as medidas preventivas no estado sejam elevadas.

Até o momento, São Paulo é o estado mais afetado pela doença, com pelo menos 162 casos confirmados, sendo 154 na capital do estado, mais da metade de todos os registrados no país, e 1.777 suspeitos. São oito municípios no estado com casos confirmados.

Continua depois da publicidade

Estado de emergência

Mais cedo, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), havia decretado situação de emergência por conta do alastro do coronavírus. A medida, na prática, permite que a administração pública modifique algumas normas temporariamente.

É o caso de serviços públicos, em que haverá revezamento de servidores municipais para evitar aglomerações: parte deles trabalhará no período da manhã e parte à tarde. Funcionários com mais de 60 anos trabalharão de casa e estagiários serão dispensados. As medidas não valem para profissionais de saúde e segurança.

Por conta dessas mudanças, a população só poderá contar com serviços públicos se tiver hora marcada, já que o atendimento estará comprometido.

Também serão fechados museus, teatros, e centros culturais públicos municipais e suspensos os programas municipais que possam ensejar a aglomeração de pessoas, incluindo a Paulista Aberta aos domingos e feriados. Grandes eventos públicos serão remarcados e eventos privados que precisam de alvará são imediatamente cancelados.

Não há previsão, por ora, de fechamento obrigatório de bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, mas serão emitidas orientações de medidas de prevenção a esses estabelecimentos.

A população em geral será encorajada a evitar aglomerações e receberá instruções da Secretaria Municipal de Saúde, mas não há menção no decreto a reclusão obrigatória.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney