Focus: Mercado espera corte da Selic nesta semana, com juros em 3,75% a.a. em 2020

Economistas consultados pelo Banco Central alteraram ainda projeções para crescimento do PIB e para a inflação

Mariana Zonta d'Ávila

Notas de real (Crédito: Shutterstock)

SÃO PAULO – Em meio à disparada das preocupações em relação ao impacto do coronavírus sobre a economia mundial, o mercado financeiro passou a projetar novos cortes na taxa básica de juros. Segundo o relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (16), a previsão para a taxa básica de juros ao fim deste ano caiu de 4,25% ao ano para 3,75% a.a. Houve ainda mudanças em relação à Selic em 2021 e em 2022.

Agora, economistas esperam que a taxa Selic suba para 5,25% ao ano em 2021, ante estimativa anterior de 5,50%. O espaço para elevação dos juros em 2022 também diminuiu, com a expectativa do mercado de que a Selic aumente para 6% ao ano, abaixo da taxa prévia de 6,50%.

Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para decidir o novo rumo da taxa básica de juros no país. A decisão sai na quarta-feira (18), após o fechamento do pregão, e a expectativa apontada pelo Focus agora é de um novo corte, de 0,25 ponto percentual, para 4,0% ao ano.

O movimento deve seguir o adotado por outros bancos centrais mundiais, em especial o americano. O Federal Reserve (Fed) já fez dois cortes extraordinários da taxa de juros do país.

Leia também:
Goldman Sachs corta previsão de crescimento do PIB dos EUA para 2020 de 1,2% para 0,4%
6 respostas sobre o que fazer com seu dinheiro agora

No início de março, o Fed reduziu as taxas de juros em 0,5 ponto percentual, para a faixa de 1% a 1,25%. E na noite deste domingo (15), o Fed anunciou mais um corte, desta vez de 1 ponto percentual, levando as taxas de juros de referência para o intervalo de 0% a 0,25%.

A autoridade monetária também aprovou um programa de estímulos (Quantitative Easing) de US$ 700 bilhões como proteção para a maior economia do mundo contra a pandemia da doença. Deste montante, US$ 500 bilhões serão usados na compra de títulos do Tesouro e US$ 200 bilhões, em hipotecas. Além disso, foi reduzida para zero a taxa dos depósitos compulsórios dos bancos.

Inflação e crescimento

De volta ao relatório Focus, economistas enxergam um crescimento ainda menor para a economia brasileira neste ano, com uma inflação mais baixa.

Para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção foi reduzida de 3,20% para 3,10% em 2020, e de 3,75% para 3,65%, no próximo ano.

O mesmo aconteceu com as perspectivas para a expansão do PIB brasileiro, cuja mediana das projeções recuou pela quinta vez consecutiva, desta vez de 1,99% para 1,68% neste ano, sem alterações para 2021, quando a atividade deverá crescer 2,50%.

No que tange às previsões para o mercado cambial, o relatório Focus revelou que a estimativa para o dólar em 2020 subiu de R$ 4,20 para R$ 4,35, e se manteve em R$ 4,20, em 2021.

Top 5

Entre os economistas que mais acertam as previsões, reunidos na categoria “Top 5” do relatório Focus, as estimativas para a Selic e inflação também foram reduzidas.

O grupo “Top 5 médio prazo” projeta a Selic encerrando este ano em 3,38%, ante expectativa de 3,50% ao ano. Já para 2021, a projeção foi mantida em 5,00% ao ano.

Com relação à inflação, o IPCA deverá ter alta de 3,01% neste ano e de 3,62% no próximo, segundo os economistas. Na última semana, as estimativas apontavam para altas de 3,16% e 3,73%, respectivamente.

Aproveite as oportunidades para fazer seu dinheiro render mais: abra uma conta de investimentos na XP – é de graça