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O Federal Reserve está prestes a se abster de cortar as taxas de juros por “um bom tempo”, após um relatório de inflação mais alto do que o esperado, de acordo com Mohamed El-Erian.
O Fed, em teoria, deveria estar aumentando as taxas agora, se realmente estivesse comprometido com a meta de inflação de 2%, disse El-Erian, presidente do Queens’ College, Cambridge e colunista da Bloomberg Opinion, em uma entrevista à Bloomberg Television nesta quarta-feira (12). Mas é mais provável que o banco central mantenha as taxas, tolerando uma inflação mais alta para proteger o crescimento econômico e o excepcionalismo dos EUA, acrescentou.
“Ao pé da letra, não é uma boa notícia para o Fed”, disse El-Erian, referindo-se ao relatório de preços ao consumidor de janeiro. “Eles vão tolerar uma inflação alta e continuar prometendo que tudo ficará bem, e acho que vamos pausar, o botão de pausa ficará ativado por muito mais tempo do que os mercados esperavam.”
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Os títulos do Tesouro caíram, elevando os rendimentos em todas as maturidades em pelo menos oito pontos-base após a divulgação dos dados.
Os swaps de taxas de juros mostraram que os traders estão precificando apenas uma redução de um quarto de ponto no restante de 2025, após o chamado índice de preços ao consumidor subjacente — que exclui custos de alimentos e energia — ter aumentado o máximo desde março.
El-Erian, ex-diretor executivo da Pimco, também criticou o presidente do Fed, Jerome Powell, e seus colegas por reagirem exageradamente aos dados econômicos e fornecerem orientações futuras confusas aos investidores, o que amplifica a volatilidade do mercado.
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“Este Fed não tem ancoragem estratégica”, disse ele. “Não houve uma orientação política futura significativa vinda deste Fed e esse é o grande erro.”
El-Erian acrescentou que os dados de inflação elevados não foram um “ponto fora da curva” porque são consistentes com outros dados econômicos. Além disso, o relatório mostra que empresas e consumidores estão muito mais sensíveis agora aos aumentos de custos reais e esperados.
“Esta é uma economia diferente”, disse ele.
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