Covid-19: alta em mortes faz secretários, governadores e prefeitos pedirem de toque de recolher até compra de vacinas

O Brasil já registrou 225.836 mortes pela Covid-19. Foram três recordes seguidos de média móvel diária de mortes, de sábado até segunda-feira

Mariana Fonseca

(Rovena Rosa/Agência Brasil)

Publicidade

SÃO PAULO – O Brasil já registrou 225.836 mortes pela Covid-19. A média móvel diária de mortes no país ficou em 1.223 nos últimos sete dias.

Foram três recordes seguidos de média móvel diária de mortes, de sábado (27) até segunda-feira (1º). A variação é de +16% em comparação com a média móvel diária de mortes vista 14 dias atrás. Temos 40 dias seguidos com média móvel de mortes acima de 1 mil.

Já em número de casos, a média móvel diária nos últimos sete dias foi de 56.011 novos diagnósticos. É uma variação de +23% em relação aos casos registrados há duas semanas.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Esses dados foram divulgados na noite de segunda-feira (2) por um consórcio de veículos de imprensa, com base em dados das secretarias estaduais de Saúde.

A tendência de alta em mortes e em casos, que não era vista desde 21 de janeiro, motivou que esses secretários pedissem medidas como um toque de recolher nacional e fechamento de bares, escolas e praias.

Governadores e prefeitos também estão se movendo: medidas de isolamento social foram decretadas nos estados, enquanto a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) lidera um consórcio para compra de vacinas contra a Covid-19.

Continua depois da publicidade

Secretários de Saúde pedem toque de recolher nacional

Na segunda-feira (1º), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou uma carta aberta à nação pedindo maior rigor nas medidas de restrição de atividades não essenciais.

Segundo a Agência Brasil, o Conass pediu a restrição total de circulação nas regiões onde a ocupação de leitos estiver acima de 85% e houver tendência de elevação no número de casos e mortes por Covid-19.

O conselho também defendeu a suspensão de aulas presenciais; a proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e similares em todo o país; o fechamento de bares e praias; e um toque de recolher nacional de segunda-feira a sexta-feira, das 20h às 6h, e durante todos os finais de semana.

O conselho pede o “reconhecimento legal do estado de emergência sanitária” e a viabilização de recursos extraordinários para o Sistema Único de Saúde (SUS), além da implementação de um plano nacional de comunicação, para reforçar a importância das medidas de prevenção.

Todas as medidas devem ser acompanhadas da adoção de trabalho remoto e do aumento da testagem contra a Covid-19, escreve o Conass.

“Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’, que reúna todos os poderes – a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do país – mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional”, finaliza a carta.

Prefeitos assumem compra de vacinas contra Covid-19

Segundo os dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa na segunda-feira, 6.770.596 pessoas receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19. O número equivale a 3,2% da população brasileira.

Governadores decretaram novas medidas de isolamento por todo o país. O estado de São Paulo, por exemplo, vê recorde de internações e de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e estuda ações mais restritivas à circulação.

Algumas regiões do estado já estão na Fase Vermelha do Plano São Paulo, atualmente a mais restritiva. Ela prevê manter em funcionamento apenas serviços considerados essenciais, como farmácias, mercados, padarias, açougues, postos de combustíveis e hospitais.

Já os prefeitos estão criando um consórcio para a compra de vacinas contra a Covid-19. A ideia é que os recursos para a compra venham do próprio governo federal, mas não está descartado o apoio de organismos internacionais e da iniciativa privada, de acordo com o site de notícias G1.

O interesse está em qualquer vacina que possua aprovação da Anvisa ou de organismos internacionais, mesmo que o imunizante não esteja no escopo do Ministério da Saúde.

É o caso da vacina contra Covid-19 dos laboratórios Pfizer e BioNTech. O imunizante teve seu registro definitivo aprovado pela Anvisa, mas negociações com o governo federal não avançaram.

Leia mais
SP poderá comprar doses de outras vacinas além da CoronaVac, diz Doria

O consórcio teve 100 manifestações de interesse em seu primeiro dia. O movimento é liderado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Os municípios devem fazer a adesão até sexta-feira (5).

A previsão é que a associação seja constituída legalmente até 22 de março, para então adquirir imunizantes contra a Covid-19.

Jonas Donizette, presidente da FNP, destacou ao G1 que “a orientação diante do cenário iminente de colapso da saúde é de que os prefeitos lancem mão de todos os instrumentos que têm para evitar a situação dramática de ter de escolher entre quem vai viver ou morrer”.

“Temos a palavra do ministro [da Saúde, Eduardo Pazuello] de que não faltaria dinheiro para a compra de vacinas. Se conseguirmos os recursos do governo federal, todas vão para o Programa Nacional de Imunização (PNI). Se não, os municípios que entrarem com cota de participação receberão doses proporcionais ao investimento que fizeram”, disse Donizette.

O presidente da FNP lembrou que, em caso de falha do PNI, municípios podem adquirir as doses e receber reembolso do governo federal.

Congresso conversará com governadores

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, vai se reunir com governadores nesta terça-feira, no horário do almoço. Segundo o G1, o encontro tratará do combate à pandemia.

Em curso gratuito, analista Pamela Semezzato explica como conseguiu extrair da Bolsa em um mês o que ganhava em um ano em seu antigo emprego. Deixe seu e-mail para assistir de graça.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.