Com casos de Covid avançando, governo de SP anuncia novas medidas de combate à pandemia

Governo do estado proibirá desmobilização de leitos para Covid-19 e suspenderá cirurgias eletivas, segundo anúncio de João Doria

Allan Gavioli

Governador João Doria (Sérgio Andrade/Governo do Estado de São Paulo)

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (19), João Doria (PSDB), governador de São Paulo, anunciou que assinará um decreto para determinar a proibição do desmonte dos leitos criados exclusivamente para receber pacientes infectados com a Covid-19, tanto na rede pública quanto na privada do estado.

O governo paulista também suspendeu novos agendamentos de cirurgias eletivas e de doenças para casos que não são considerados emergenciais. O anúncio vem em um momento de alta de casos no estado de São Paulo, e principalmente na capital paulista.

Na última quarta-feira (18), a taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais municipais de São Paulo por pacientes com Covid-19 chegou a 48%. O número é o maior registrado desde o dia 10 de agosto, quando a ocupação nesses mesmos hospitais era de 50%.

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“Essa elevação da curva [de internações] promove a necessidade de medidas estratégicas. Dessa maneira, o governo assina hoje um decreto que determina a todos os hospitais públicos, filantrópicos e privados a não desmobilização de qualquer leito, seja ele de UTI ou de enfermaria, voltados para o atendimento do Covid-19. Assim como a não realização de novos agendamentos de cirurgias eletivas, para que dessa forma possamos garantir leitos para todos os pacientes com Covid”, disse Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde.

Ainda segundo o secretário, nesta quinta foi observado um aumento de 8% nas internações considerando a atual semana epidemiológica. Os dados, no entanto, ainda não estão fechados. A semana epidemiológica vai do dia 15 ao dia 21 de novembro.

Reavaliação do Plano SP

O governo de São Paulo também afirmou que vai mudar a forma de reavaliação do Plano SP, programa que coordena a retomada das atividades no estado em função do momento epidemiológico que cada região enfrenta.

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O Plano SP era reavaliado a cada 30 dias. Agora, será reavaliado a cada 14 dias. Segundo Patricia Ellen, secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, a mudança na reavaliação ocorre porque o intervalo de 30 dias é adequado para períodos de queda de casos, o que não está ocorrendo no estado.

“Foi uma medida de prudência. O período de um mês era adequado em uma curva descendente da pandemia. Mas como estamos com uma curva ascendente, vamos acompanhar em períodos mais curtos o andamento da curva epidemiológica. Avançamos quando é possível e retrocedemos quando necessário”, afirmou Patrícia.

Vacinas chegam em São Paulo

Na manhã desta quinta-feira, 120 mil doses da CoronaVac, vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, chegaram ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

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Ao comentar sobre as vacinas, Doria afirmou que, nos próximos 40 dias, dezenas de milhões de doses devem chegar ao Brasil.

“Recebemos hoje em Guarulhos 120 mil doses das primeiras 6 milhões de doses da CoronaVac. Ao longo dos próximos 40 dias, teremos o total de 46 milhões de doses da vacina. O Butantan, que completa 120 anos de existência nos próximos dias, está na corrida pela vida, e não na corrida pela vacina”, afirmou o governador.

Doria ainda disse que “São Paulo torce pela vacina do Butantan, mas também pelo sucesso das outras vacinas”. Afirmou que esse é um momento crucial para o Brasil. “Não podemos perder tempo com burocracia e discussões inúteis de ordem politica e ideológica enquanto brasileiros morrem”, enfatizou o governador.

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Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, reforçou as afirmações feitas por Doria e ainda lembrou que a vacina da Sinovac é o primeiro imunizante a chegar na América Latina.

“O fato de já termos a vacina presente por aqui já é um enorme avanço. Assim que os estudos clínicos forem finalizados, já poderemos submeter o registro à Anvisa. É um enorme orgulho para São Paulo e para o Instituto Butantan”, afirmou Covas.

Lockdown descartado

Gorinchteyn, secretário da saúde, disse que descarta a possibilidade de submeter o estado a um lockdown para frear os contágios, afirmando que os “países que tomaram essa decisão lá atrás se arrependeram”, citando países da Europa e Israel.

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“O governo descarta totalmente um novo lockdown. Isso não foi feito nem no começo da pandemia. Hoje, temos leitos disponíveis, respiradores e índices da saúde que não nos revelam qualquer necessidade de retroceder para medidas mais drásticas”, explicou Gorinchteyn.

Mais cedo também nesta quinta-feira, Bruno Covas (PSDB), prefeito da capital paulista e candidato a reeleição, também descartou um lockdown na cidade de São Paulo, dizendo que vê “estabilidade de evolução na pandemia”.

O prefeito reiterou, por duas vezes, que a cidade de São Paulo está em “estabilidade de evolução na pandemia” e que não vai flexibilizar nem retroceder, por enquanto, ações de quarentena. “Vamos mostrar que não há segunda onda na cidade”, disse Covas.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.