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Cautela. Essa é a palavra de ordem para a economia em 2026, na opinião de Roberto Padovani. O economista-chefe do Banco BV afirma que as perspectivas para o próximo ano apontam para um cenário repleto de dúvidas, tanto na economia brasileira quanto no contexto internacional.
“A situação econômica do Brasil é boa, com emprego e renda em alta. Mas há riscos relevantes, pois o cenário global é uma incógnita. Nunca os Estados Unidos, a principal economia mundial, enfrentaram tanta instabilidade como neste ano, e não sabemos como será o próximo”, explica.
Padovani acredita que o país deve continuar crescendo, porém em ritmo menor, acompanhando a desaceleração global.
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A demanda mais fraca da China, a complexa transição energética na Europa e as incertezas sobre o ciclo de juros nos Estados Unidos devem afetar as exportações, atrair menos investimentos e manter o câmbio mais volátil, o que pode limitar o desempenho da economia doméstica.
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No campo fiscal, a trajetória ainda ascendente da dívida pública brasileira e o risco de descumprimento das metas contribuem para manter o risco elevado, restringindo a possibilidade de uma queda mais acentuada da Selic.
“Com isso, 2026 tende a começar com juros ainda altos, em níveis de 12%, o que impede uma expansão mais robusta do crédito e afeta diretamente setores dependentes de financiamento, como o automotivo”, diz o economista-chefe do BV.
Padovani também alerta para a possibilidade de choques externos, como uma correção mais brusca nos mercados acionários dos Estados Unidos, que poderia impactar o câmbio, reacender pressões inflacionárias e tornar o início de 2026 menos favorável para consumo e investimentos.
“Embora não haja sinalização de crise, o próximo ano deve ser marcado por um ritmo mais lento, juros ainda elevados e um cenário que exigirá maior cautela de consumidores, empresas e incorporadoras”, afirma.
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