Biden eleva impostos de produtos da China — e taxação de carro elétrico vai a 100%

EUA ampliaram imposto de importação sobre veículos elétricos, baterias, semicondutores, painéis solares e aço e alumínio para até 100%

Maria Luiza Dourado

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O governo Biden anunciou nesta terça-feira (14) novas alíquotas de imposto de importação sobre US$ 18 bilhões em produtos chineses, sob a justificativa de “proteger os trabalhadores e as empresas norte-americanas” das “práticas comerciais desleais da China“.

As alíquotas vão subir para diversos produtos, de veículos elétricos e baterias de lítio a semicondutores e painéis solares, e em alguns casos vão quadruplicar, dos atuais 25% para 100%. Veja abaixo as principais mudanças:

Em resposta à ofensiva americana, o Ministério do Comércio da China disse em comunicado que o país está fortemente insatisfeito com a decisão norte-americana e tomará medidas firmes para defender seus direitos e interesses.

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Ação conjunta pró-indústria americana

A Casa Branca defende que o aumento das taxações é consonante e complementa os pacotes de investimento interno, aprovados pela administração Biden nos últimos três anos – o Pacote Bipartidário de Infraestrutura, a Lei dos CHIPS e da Ciência e a Lei de Redução da Inflação.

A estratégia consta em trecho do decreto de Biden, publicado hoje, na sessão específica sobre semicondutores. “O aumento da tarifa sobre semicondutores é um passo inicial importante para promover a sustentabilidade destes investimentos”.

Segundo a Casa Branca, a agenda de investimentos nos Estados Unidos da administração Biden-Harris já catalisou mais de US$ 860 bilhões em investimentos destinados a corporações, por meio de incentivos públicos inteligentes em indústrias do futuro, como veículos eléctricos (VE), energia limpa e semicondutores.

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“Com o apoio do Pacote Bipartidário de Infraestrutura, da Lei dos CHIPS e da Ciência e do Lei de Redução da Inflação, os investimentos estão criando novos empregos na indústria americana e de energia limpa e a ajudando comunidades que foram deixadas para trás a regressar”, diz em comunicado.

Além disso, os EUA procuram frear uma possível inundação de produtos ligados à energia limpa, como painéis solares e veículos elétricos, produzidos na China, já que o país tem subsidiado empresas do setor para incentivar a produção.

O site da CNBC cita uma fala da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em março, afirmando que “o excesso de capacidade da China distorce os preços e os padrões de produção globais e prejudica as empresas e os trabalhadores americanos, bem como as empresas e os trabalhadores de todo o mundo”. Na ocasião, a fala foi classificada como “infundada” pelo governo chinês.

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(Com Reuters)

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.