Abimaq prevê clima favorável no Congresso para a derrubada do veto à desoneração da folha

Presidente da associação lembrou que projeto teve amplo apoio no Congresso e reforça que debate tem que ser concluído antes do fim do ano

Rikardy Tooge

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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, prevê um cenário favorável para a derrubada do veto à desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, anunciado pelo governo federal na noite de quinta-feira (23). No entanto, o dirigente lembra que o Congresso precisará correr contra o tempo para garantir a promulgação da proposta antes do recesso parlamentar.

“Precisamos da promulgação antes de 31 de dezembro para que a medida siga valendo no ano que vem”, explica Velloso. “Na votação deste ano, tivemos uma vitória muito tranquila, inclusive com o apoio da base do governo. Então, eu entendo que, sinceramente, não será difícil [derrubar o veto]”, prossegue.

Por outro lado, o presidente da Abimaq fez um aceno ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e afirmou entender o lado técnico da decisão. “Eu entendo que não foi uma decisão política. O ministro tem feito um bom trabalho para equilíbrio das contas, mas cabe a nós mostrarmos para ele e para a sociedade que a desoneração é benéfica para a economia”. Nos cálculos do governo, a desoneração custa atualmente algo em torno de R$ 9,4 bilhões por ano.

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Como contraponto, Velloso utiliza os dados do setor de máquinas, um dos beneficiados. Nos cálculos da Abimaq, enquanto o faturamento do segmento encolheu 7% em 2022, a geração de empregos cresceu 6,1%, para 290 mil funcionários. Para este ano, a despeito de uma projeção de queda de 10% no faturamento da atividade, o corte de empregos está perto da estabilidade, em 0,4%.

“A desoneração se provou anticíclica, estamos perdendo faturamento, mas seguimos garantido empregos”, acrescenta. “Estamos há quase 12 anos com esse sistema, já é algo natural para nós. Muitas empresas nasceram sem nunca recolher os 20% em folha.”

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br