Startup de biometria se torna mais novo unicórnio brasileiro, após cheque de R$ 625 milhões de General Atlantic e SoftBank

Empresa de tecnologia unico atende cerca de 800 clientes com soluções como biometria para autenticação de identidade e para assinaturas eletrônicas

Mariana Fonseca

Diego Martins, da unico (Divulgação)

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SÃO PAULO – A unico, conhecida anteriormente pelo nome Acesso Digital, tornou-se o mais novo unicórnio brasileiro. O negócio de proteção de identidade digital atingiu uma avaliação de mercado superior a US$ 1 bilhão após um investimento liderado pelos fundos General Atlantic e SoftBank. O aporte foi de R$ 625 milhões e também contou com a participação de Micky Malta, sócio do fundo Ribbit Capital, e do fundo Big Bets.

A nova rodada acontece menos de um ano depois do último aporte recebido pela unico. Em setembro de 2020, o General Atlantic e o SoftBank já tinham investido R$ 580 milhões no negócio. Somando uma rodada de R$ 40 milhões liderada pela Igah Ventures, o total captado pela unico é de R$ 1,245 bilhão.

Diego Martins, fundador e CEO da unico, afirmou em comunicado que o aporte coloca a empresa no caminho certo para se tornar uma big tech brasileira com inovação proprietária. O objetivo da unico é fazer a identidade digital se tornar a chave para conectar pessoas a serviços e transações do dia a dia.

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A Unico foi criada com o nome de Acesso Digital em 2007. A empresa atende cerca de 800 clientes com soluções como biometria para autenticação de identidade e para assinaturas eletrônicas. Assim, permite atividades como compras online, solicitação de crédito e contratação digital de funcionários.

Entre os clientes estão bancos, marketplaces e varejistas como B2W, Carrefour, Magazine Luiza e Vivo. A startup afirma que, de janeiro a junho de 2021, a solução de biometria facial unico|check evitou R$ 22 bilhões em prejuízos a empresas e pessoas e identificou uma fraude de identidade a cada 12 segundos.

“O Brasil vive uma transformação digital acelerada pela pandemia de COVID-19 e a unico tem um papel fundamental nessa transformação digital, protegendo os usuários das fraudes de identidade. Existe um futuro digital com autenticação de identidade instantânea, sem senhas e com segurança. Esperamos que a unico contribua para fazer esse futuro acontecer”, afirmou no mesmo comunicado Martin Escobari, copresidente, diretor-executivo e chefe para a América Latina da General Atlantic.

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Para Paulo Passoni, sócio do SoftBank Latin America Fund, o retorno do investimento feito em setembro de 2020 pelos fundos confirma o potencial do segmento. “Em meio a uma crise tão severa, nos traz confiança ver uma empresa que triplica de tamanho enquanto desenvolve tecnologia proprietária. O ecossistema e o pipeline da unico tornam a IDtech um celeiro de inovação dentro e fora do Brasil. Por isso, continuamos a investir e a acreditar nesse novo unicórnio”, afirmou Passoni no comunicado.

A Acesso Digital trocou seu nome para unico no final de 2020, como parte da estratégia de entrar em mais segmentos e de facilitar o reconhecimento em mercados internacionais. As aquisições são uma das formas de explorar novos mercados. A unico comprou as empresas dotBR (gestão de processos digitais); Arkivus (gerenciamento digital de documentos); Meerkat (análise de imagens); Vianuvem (venda online de veículos); e CredDefense (atenticação por biometria facial). A unico tem quase 700 funcionários.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.