Serviço de banda larga norte-americano chega ao Brasil prometendo 100% de cobertura

Hughes promete chegar a áreas remotas do país com alta velocidade, mas trabalhará com corte de velocidade por franquia

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Chega ao Brasil nesta sexta-feira, 1º de julho, o serviço de internet banda larga para residências da norte-americana Hughes. Carregando o título de primeiro lugar no ranking do relatório Measuring Broad America 2015 e intitulado o servidor que melhor cumpre a velocidade prometida, a companhia promete cobrir 100% da área brasileira e focar especialmente em pessoas que hoje não têm a possibilidade de acessar a internet com velocidade.

Na estreia, a HughesNet chega nos estados de São Paulo e Minas Gerais, com promessa de expansão para 21 estados até setembro. Depois, haverá mais duas fases de implementação: em 2018, a companhia já cobrirá mais de 90% do país; e em 2020 a cobertura chegará em 100% dos municípios.

“Existem dois eixos da exclusão digital”, comenta Rafael Guimarães, presidente da Hughes Brasil. “Algumas pessoas não têm acesso por falta de renda, independentemente da área em que vivem; mas outras vivem em áreas que oferecem uma infraestrutura de conexão precária, com qualidade muito inferior à que vemos aqui em Pinheiros, por exemplo”, explicou, em evento de lançamento no Instituto Tomie Ohtake. É essa segunda situação que a companhia pretende resolver.

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A possibilidade de oferecer banda larga via satélite com preço viável a esses endereços, de acordo com Rafael, existe por conta da tecnologia de banda Ka – uma faixa de operação na qual os satélites trabalham com custo mais baixo com o mesmo padrão por meio de otimização celular e reuso de frequência.

Clientes

De acordo com uma pesquisa da Ipsos encomendada pela própria Hughes, 54% das pessoas em áreas onde a companhia vai operar possuem conexões inferiores àquela prometida pelo satélite da HughesNet. O mesmo estudo mostrou que 43% das pessoas nessas zonas não possuem acesso à internet fixa.

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Os valores não serão dos mais baixos. Os planos residenciais sairão por R$ 249,90 na versão de 10 Mega, R$ 349,90 na de 15 Mega e R$ 449,90 na de 20 Mega. Mesmo assim, Rafael acredita que são valores compatíveis com seu público-alvo. “Verificamos na prática que há milhões de pontos de acesso onde as pessoas instalam tecnologia de rádio e têm custos muito mais altos, tanto de instalação como de mensalidade. Vimos pessoas pagarem 500 reais por mês por conexões de 1 Mps ou 500 Kps”, analisa o presidente.

Embora esteja em lançamento inicialmente em São Paulo, os grandes centros não são exatamente o foco principal da Hughes. “Não faremos marketing ativo para clientes que podem ter acesso à internet de qualidade de outras empresas. Vocês não vão ver propaganda nossa na televisão”, explica Rafael. “Não temos nada contra as pessoas de Pinheiros e elas terão acesso à nossa cobertura, mas não são o nosso foco”.

Franquia

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Recentemente, a Anatel e algumas empresas provedoras criaram polêmica com a possibilidade de corte de conexão de residências que ultrapassassem determinado limite de dados mensais. No debate, nomes como a Oi se posicionaram em outro sentido, que ainda assim não satisfez o consumidor: o uso do pacote completo não acarreta em cortes, mas sim em redução da velocidade de conexão. É com esses termos que trabalha a HughesNet.

“Trabalhamos de uma forma que fica impossível sem colocar limite de franquias: o excesso de uso de um cliente literalmente prejudica os demais usuários da mesma conexão”, argumenta Guimarães. “Vamos educar os clientes e trabalhar com a redução para continuar entregando a velocidade prometida”, garante.

Após uso de todo o pacote contratado, o cliente da HughesNet passa a navegar em uma conexão entre 500 Kps e 1 Mps, “que é a velocidade que nosso público-alvo consegue com a conexão contratada atualmente”, diz Rafael.

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Histórico

O Brasil será o primeiro país a receber o serviço de banda larga residencial da Hughes fora dos Estados Unidos, mas esse não é a primeira incursão da marca por aqui. Até este ano, a companhia já trabalhava com comunicação por satélite, vendendo seus serviços para empresas, governos e outras operadoras.

Esses serviços mais comerciais agora serão somados à opção de internet para companhias, cujos pacotes possuem alguns diferenciais – principalmente em velocidade de upload e horários escolhidos para uso de dados extras – e também já podem ser contratados pelo site da Hughes.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney