Secovi-SP espera paralisação de obras da antiga faixa 1 do Minha Casa Minha Vida

Há cerca de 130 mil casas em construção e outras 30 mil cujas obras estão paralisadas, segundo entidade; programa foi substituído pelo Casa Verde e Amarela

Estadão Conteúdo

Publicidade

Boa parte das obras não concluídas — e que ainda estavam em andamento — da antiga faixa 1 do Minha Casa Minha Vida deve ser paralisada a partir de 2023 por falta de recursos. Essa faixa era voltada para famílias mais pobres, com renda de até R$ 2.400, e foi extinto pelo governo Jair Bolsonaro (PL). O governo também reformulou o programa, e hoje ele se chama Casa Verde e Amarela.

A previsão foi feita na quinta-feira (22) pelo economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Celso Petrucci. “Não vemos um risco de paralisação de obras. Nós vemos uma certeza, isso sim. Estamos muito tristes com isso que aconteceu”.

A previsão do Secovi-SP é feita por causa da proposta do orçamento federal de 2023 preparada pelo governo Bolsonaro, que conta com uma reserva de apenas R$ 34,2 milhões para o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que banca a construção de casas subsidiadas neste segmento.

Continua depois da publicidade

Petrucci estima que há cerca de 130 mil casas em fase de construção, além de outras 30 mil cujas obras estão paralisadas, e que o término dessas obras demandaria em torno de R$ 800 milhões.

Esses projetos foram lançados em gestões anteriores, mas foram interrompidas entre 2015 e 2016 por falta de dinheiro do governo. “Nós temos obras paralisadas que não foram retomadas e nem serão. E temos obras retomadas que agora serão paralisadas”, afirmou economista-chefe do Secovi-SP.

“Tem sido feito um diálogo forte com governo federal para que haja recursos que possam suprir ao menos as obras que foram retomadas”, disse Petrucci. “É muito triste isso. Ainda mais com verbas de orçamento exageradas para uma série de outras coisas. Deveria ter tido mais consciência e não paralisar novamente essas obras”.

Continua depois da publicidade