PF prende célula brasileira do EI que planejava ataque terrorista na Olimpíada; saiba mais

A operação foi realizada nesta quinta-feira (21) em 10 Estados brasileiros; Alexandre de Moraes, Ministro da Justiça, se pronunciou sobre a operação

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (21) dez brasileiros que estavam planejando um ataque terrorista durante a Olimpíada, no Rio de Janeiro, que acontece em 15 dias. a Operação, apelidada de Hashtag, foi organizada pela Divisão Antiterrorismo. A operação aconteceu em 10 estados brasileiros, um preso em cada estado.

Essa é considerada, até aqui, a maior ameaça aos Jogos Olímpicos. Foram emitidos mandados de prisão temporária para essas pessoas, além de dois mandados de condução coercitiva e 19 de busca e apreensão emitidos pela Justiça Federal de Curitiba.

O Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse em pronunciamento ainda nesta manhã que o contato dos presos com o Estado Islâmico era feito via redes sociais e, entre si, pelos aplicativos Telegram e Whatsapp. Os presos não se conheciam pessoalmente. 

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Essa é a primeira célula do EI identificada no Brasil, com líder localizado em Curitiba; os presos, todos brasileiros, passaram pelo mesmo roteiro que os terroristas envolvidos nos ataques anteriores de Orlando, Estados Unidos, Paris e França.

Moraes afirmou que eles foram recrutados pela internet, um deles jurou lealdade ao Estado Islâmico e passaram por atos preparatórios para o ataque.

O grupo recebeu ordem para iniciar treinamento de artes marciais e de tiro e foi “batizado” pelo Estado Islâmico, mas não houve nenhum contato além desse com o grupo terrorista, segundo o Ministro.

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Eles se intitulavam “Defensores da Sharia” nos grupos por onde se comunicavam, segundo monitoramento da Polícia Federal.

A investigação rastreou contato de integrantes do grupo com um vendedor de armas no Paraguai para compra de um fuzil AK-47, mas não se sabe dizer se a arma foi conseguida. Além disso, também trocavam vídeos de execuções do Estado Islâmico e comemoravam os ataques de Orlando e Nice. 

A PF não revelou o nome dos presos e detalhes do ataque para não atrapalhar as investigações, mas afirmou que um dos envolvidos é menor de idade. Em comunicado, a PF afirmou que as informações foram obtidas a partir de “quebras de sigilo de dados e telefônicos, revelaram indícios de que os investigados preconizam a intolerância racial, de gênero e religiosa, bem como o uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus objetivos”.

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Moraes afirma que essa é uma célula “amadora e sem nenhum preparo”.