Mercado de carros no Brasil deve ficar estável em 2022, apesar de juros mais altos, diz Fenabrave

Entidade tem previsão mais otimista, com crescimento nas vendas de até 4,4%, se houver estoques

Equipe InfoMoney

(Divulgação/Pixabay)

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Apesar dos juros mais altos para financiamentos de veículos, a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, manteve as previsões oficiais da entidade e disse que o mercado deve encerrar 2022 no mesmo nível de 2021 – isto é, crescimento zero – ou, até mesmo, com crescimento de 4,4%, se houver veículos disponíveis.

Houve uma forte redução na queda nas vendas de automóveis e comerciais leves: de quase 25% entre janeiro e março deste ano para 5,1% no acumulado do ano até setembro, na comparação com os mesmos períodos de 2021.

Caso o cenário mais otimista se confirme, as vendas voltarão a passar de 2 milhões de carros de passeio e utilitários leves. Para isso, considerando as 1,4 milhão de unidades emplacadas de janeiro a setembro, elas teriam que somar 665 mil unidades no último trimestre, ou 222 mil carros por mês.

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Será necessário melhorar bastante o ritmo, já que o Brasil vendeu pouco mais de 194 mil veículos em agosto deste ano e 180 mil em setembro.

“A queda, em relação a agosto, foi explicada pela diferença de dias úteis (21 em setembro ante 23 em agosto). Nas vendas diárias, o setor teve um resultado superior a agosto e a curva de crescimento tem se mostrado consistente”, afirma José Maurício Andreta Junior, presidente da Fenabrave. As médias diárias de emplacamentos passaram de 8.446 em agosto, para 8.592 em setembro.

Tanto em agosto quanto em setembro, apesar de ritmo lento nas vendas, os números representam altas de mais de 25% na comparação com os respectivos meses em 2021.

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Ainda, considerando todo o setor (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e outros), setembro foi o primeiro mês de 2022 a registrar resultado acima do mesmo período do ano anterior, uma alta de 19,3%.

Juros altos

Durante apresentação dos resultados de setembro da Fenabrave à imprensa, Andreta Junior minimizou os efeitos na demanda causados pelo custo mais alto dos financiamentos e maior seletividade dos bancos nas concessões de crédito ao consumo.

“É óbvio que, se a Selic estivesse a 2% em vez de 13,75%, a gente estaria arrebentando de vender carro. Espero que aconteça no ano que vem. Mas não está afetando ainda o mercado”, disse o presidente da Fenabrave.

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Crise de peças

Andreta Junior ressaltou que o setor vem em tendência de retomada nos emplacamentos e que os números de automóveis e comerciais leves indicam um mercado que está atingindo o equilíbrio entre oferta e demanda.

“A crise de abastecimento arrefeceu um pouco e já não impede que o consumidor encontre o modelo desejado, salvo alguns casos pontuais. Os números refletem esse cenário”, disse o executivo no início de setembro.

A oferta de veículos, afetada no último ano e meio pela falta de peças nas linhas de montagem, está se normalizando, segundo ele, de forma que é possível prever uma regularização completa em 2023.

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A perspectiva da associação é de aquecimento das vendas de caminhões até março, com o movimento de antecipação de compras dos transportadores antes da chegada, imposta pela legislação ambiental, de caminhões menos poluentes, que possuem tecnologia mais cara do que a atual.

(Com Estadão Conteúdo)