Implantação do 5G impulsiona mercado de celulares usados; saiba motivos

Redução do poder de compra do brasileiro amplia busca por alternativas aos smartphones novos, que podem custar até R$ 15,5 mil

Estadão Conteúdo

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Os celulares usados ganham espaço em 2022, impulsionados tanto pelo desejo de um aparelho compatível com a nova internet 5G quanto pela redução do poder de compra do brasileiro, que busca por alternativas aos smartphones que podem custar até R$ 15,5 mil.

O preço médio de celulares foi de R$ 1.845 no Brasil em 2021, segundo a consultoria IDC (uma alta de 19,5% em relação a 2020), e os celulares com 5G mais baratos do mercado na atualidade são o Galaxy M23, da Samsung, e o Xiaomi Redmi 9, vendidos por até R$ 1,5 mil.

Mas em sites de produtos usados é possível encontrar aparelhos com 5G a partir de R$ 650, como o Moto G 5G, da Motorola.

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A OLX afirma que, dos mais de 40 mil anúncios de celulares na plataforma, metade já é de smartphones compatíveis com o 5G. Além disso, a gerente-geral Regina Botter diz que normalmente o preço de um celular “seminovo” na plataforma pode ser até 38% menor do que o de um novo.

“Um item pode ter três ou quatro vidas úteis. Em média, nossos consumidores têm R$ 4 mil em produtos que não utilizam mais e podem ser comercializados”, diz Botter. “Isso viabiliza tanto a compra de itens por preços menores para quem precisa quanto uma renda extra para quem tem algo a vender”.

Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas de mercado da IDC, diz que, além do interesse em buscar um aparelho compatível com a nova rede de internet móvel, o brasileiro precisa gastar menos, o que leva à procura de celulares usados.

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“A tendência de crescimento de vendas de celulares ‘seminovos’ tem a ver com o momento nacional. O brasileiro não tem renda o suficiente para comprar um smartphone novo, mas ele é um produto necessário”, diz Sakis. Segundo pesquisa da IDC, o faturamento do mercado de smartphones usados no Brasil foi estimado em R$ 2,8 bilhões em 2021, com expectativa de atingir R$ 5 bilhões em 2024.

Plataformas de usados

Listada na B3, a Allied Tecnologia (ALLD3) atua na distribuição de eletrônicos no Brasil e diz que o gasto médio na compra de dispositivos subiu de R$ 506, no segundo trimestre de 2021, para R$ 750 no mesmo período de 2022.

A empresa anunciou no fim do ano passado a aquisição da Brused, empresa de compra e venda de iPhones usados, e em junho lançou um novo portal de comércio eletrônico, o Trocafy, para vender produtos de todas as marcas.

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Assim como a Trocafy, a Trocafone compra celulares e faz uma reforma para revendê-los com certificação de qualidade e garantia. Guille Freire, cofundador e CEO da Trocafone, diz que deve ocorrer com o 5G o mesmo fenômeno que aconteceu com o 4G.

“Já passamos pela migração para o 4G no passado. O que acontece nessas mudanças é que a maioria das operadoras quer migrar a base de clientes para a nova tecnologia. Nesse momento, elas oferecem aos clientes a possibilidade de trocar celular 4G por 5G, e isso aumenta o número de aparelhos seminovos do inventário”, afirma Freire.