Governo zerou imposto de arroz de fora do Mercosul devido a especulação, diz ministro

Brasil suspendeu leilão de compra após constatar que o bloco tinha reajustado os preços do cereal em até 30%; "se for querer especular, nós buscamos de outro lugar", disse ministro

Equipe InfoMoney

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (Foto: Pedro França/Agência Senado)
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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A especulação por parte do sócios do Mercosul motivou a decisão do governo de zerar o imposto de importação do arroz para países de fora do bloco, explicou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “Nós demos uma demonstração ao Mercosul de que, se for querer especular, nós buscamos de outro lugar”, disse em entrevista ao G1.

Segundo Fávaro, o Brasil ia comprar 100 mil toneladas dos vizinhos mas, pelos preços que estavam anunciando, a compra foi reduzida para 70 mil. Foi constatado que o bloco tinha reajustado os preços do cereal em até 30%. “Certamente, eles vão voltar para a realidade porque não é justo”, disse o ministro.

Fávaro contou que, após saber da especulação de preços no Mercosul, fez uma reunião de emergência, na quinta-feira (16), com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. “A decisão foi do presidente”, disse Fávaro, ao se referir à suspensão do leilão de compra na Conab e à isenção do imposto de importação do arroz.

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A intenção do ministério era comprar o cereal dos vizinhos para aumentar a oferta no mercado interno e evitar altas de preços ao consumidor após a tragédia no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional do grão.

Atualmente, a maior parte das importações de arroz no Brasil são intrabloco do Mercosul, nas quais a alíquota do tipo II que já é de 0%, mas há potencial para importação de outras origens, como a Tailândia. Em 2024, até abril, as compras de arroz da Tailândia já representam 18,2% do total importado.