Governo não estimulará conversão de carros para GNV; preços subirão

Segundo Dilma Rousseff, motivo são problemas ocasionados entre oferta e demanda, que comprometem as termelétricas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O governo não estimulará mais a conversão de carros para a tecnologia de gás natural veicular. Por outro lado, os autos que já rodam com o combustível não sofrerão problemas de desabastecimento. As informações foram dadas na última terça-feira (18) pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em audiência pública na Câmara Federal.

O poder público havia incentivado, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, os motoristas a adotarem o kit GNV em seus automóveis. Ocorre que há forte risco de desabastecimento, por conta da alta demanda e da necessidade de utilização do gás em termelétricas nos períodos de estiagem, uma vez que as hidrelétricas ficam comprometidas.

Abastecimento e racionamento

Problemas do tipo foram sentidos no final de outubro, quando a Comgás, em São Paulo, e a CEG e a CEG-Rio, no Rio de Janeiro, tiveram seu volume diário de gás reduzido em 17%. Na capital paulista, entendimento entre a Petrobras, a distribuidora e grandes consumidores fez com que a malha de abastecimento fosse modificada. Na capital fluminense, por sua vez, decisão judicial obrigou a retomada do fornecimento.

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Dilma também garantiu que o modelo do setor elétrico pensado a partir do Governo Lula é de prever, para os próximos cinco anos, a demanda de energia, o que não permite um novo apagão. “Apagão de geração, do tipo que existiu no Brasil, é uma barbeiragem”, criticou. De qualquer maneira, especialistas do setor apontam que o risco de haver racionamento é alto entre 2009 e 2010.

Alta no preço

De acordo com a Agência Câmara, Dilma considera que seja possível manter a oferta de gás natural para o mercado industrial brasileiro, mas o preço do combustível deverá subir. Declarações concedidas recentemente apontam para um reajuste de 15% a 25% nos próximos dois anos.

A ministra disse que novas fontes de energia deverão ser encontradas. A compra no mercado exterior pode ser uma alternativa, mas os preços são maiores do que os praticados no Brasil. Segundo Dilma, além dos 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás importados da Bolívia, o País deve contar nos próximos anos com mais 34 milhões do Plano de Antecipação da Produção de Gás.