Elétrico, Chevrolet Bolt vai custar R$ 175 mil no Brasil; vale a pena?

Preço é para a versão topo de linha; autonomia será de 383 quilômetros com uma carga

Equipe InfoMoney

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Apresentado pela Chevrolet no Salão do Automóvel de São Paulo no ano passado, o Bolt EV (primeiro carro elétrico da marca americana) finalmente teve suas vendas confirmadas no Brasil. 

Em versão única, topo de linha, o hatch começa a ser vendido em outubro pelo valor de R$ 175 mil. É caro, mas está na mesma faixa de preço de dois futuros concorrentes: o Renault Zoe, menor e mais simples, terá preço de R$ 149.990, enquanto o Nissan Leaf custará R$ 178.400. 

Mesmo nos EUA, o Bolt não é nada barato: a versão Premier, que será oferecida aqui, é tabelada em US$ 41.895, o equivalente a R$ 168.128. O preço no Brasil só não é maior devido às isenções oferecidas pelo governo, que zerou o imposto de importação e reduziu o IPI para veículos elétricos e híbridos.

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Com motor elétrico, sem combustão, o Bolt é um veículo pequeno mas muito potente. São 203 cavalos e um impressionante torque de 36,7 mkgf, disponíveis instantaneamente – ao contrários dos motores à combustão, que precisam atingir determinada rotação para atingir seu torque máximo.

Segundo a Chevrolet, o Bolt acelera de 0 a 100 km/h em apenas 6,5 segundos, números dignos de esportivos importados. 

A bateria é suficiente para uma autonomia máxima de 383 quilômetros, marca próxima à dos automóveis convencionais quando abastecidos com álcool. Em uma tomada normal, uma hora de recarga garantiria 40 km de autonomia. Já em carregadores especiais, 30 minutos seriam suficientes para um alcance de 145 km.

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O Bolt também promete um pacote tecnológico bem interessante, com painel de instrumentos digital e uma tela touchscreen de 10.2 polegadas no console central para o chamado Driver Information Center, que exibe o desempenho energético do carro e inclui as funções das centrais multimídia (navegação GPS, áudio, comunicações e configurações do automóvel)

Vale a pena ter um carro elétrico no Brasil?

Apesar do preço alto do Bolt, comparável à versão top de linha do SUV Chevrolet Equinox, bem maior e mais luxuoso, há algumas vantagens de custo-benefício para quem deseja este tipo de automóvel. 

Por causa da eficiência energética (e dos custos mais baixos da eletricidade em relação aos combustíveis) e da ausência de algumas necessidades típicas dos automóveis à combustão, como a troca de óleo, estima-se que o custo por quilômetro rodado de um elétrico represente um terço do gasto com um automóvel à gasolina.

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Em relação à legislação, sete estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte) já oferecem isenção ou alíquota diferenciada do IPVA, e o caminho deve ser seguido por outras federações. Em São Paulo, um veículo com valor venal de R$ 175.000 como o Bolt pagaria cerca de R$ 7.000 de IPVA em 2019. 

Também em São Paulo, veículos elétricos e híbridos são liberados do rodízio. E boa parte dos novos edifícios comerciais da capital já conta com vagas com postos de recarga, sem custos para os usuários. 

Tudo isso pode representar um grande incentivo para o perfil de comprador de veículos elétricos, cujo apelo, muito mais que o relacionado aos custos, ainda é o de possuir um automóvel “limpo”, que não emite fumaça nem monóxido de carbono. 

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Mas há desvantagens também

Por outro lado, algumas questões fundamentais para o brasileiro ainda vão criar muitas dúvidas nas cabeças dos futuros consumidores.

A autonomia relativamente baixa e a falta de infraestrutura de recargas torna qualquer viagem para outra cidade um desafio de planejamento – na prática, os elétricos ainda ficarão restritos aos grandes centros urbanos. 

Os serviços de manutenção também exigirão outro tipo de mão-de-obra. Apesar do menor número de componentes (e da maior padronização) da mecânica dos elétricos, para realizar qualquer manutenção será necessário ir muito além da oficina da esquina da sua casa.

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E sobram dúvidas a respeito do valor de revenda desse tipo de automóvel – algo ainda mais crítico levando em conta que as baterias de carros elétricos ainda possuem vida útil limitada a uma década no máximo, com perda de eficiência ao longo do tempo, exatamente como ocorre com a bateria do seu celular. 

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