Descontos em carros de até R$ 120 mil devem durar 1 mês “ou um pouco mais”, projeta Anfavea

Governo federal prevê que descontos devem durar até 120 dias, mas programa será encerrado antes se acabar o crédito de R$ 500 milhões destinado aos carros

Equipe InfoMoney

Publicidade

Simulações feitas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam que o programa do governo federal para baratear o preço dos carros de até R$ 120 mil deve durar em torno de um mês, um período bastante inferior aos quatro meses projetados pela gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A previsão do governo é que os descontos durem por até 120 dias, mas o programa será encerrado antes se acabar o crédito de R$ 500 milhões destinado aos carros de passeio (há também mais R$ 1 bilhão para a compra de caminhões e ônibus).

O governo reservou esse valor no Orçamento para reduzir o preço dos veículos entre 1,6% e 11,6% via créditos tributários (entre R$ 2 mil e R$ 8 mil, dependendo do modelo e da versão). Mas as montadoras podem conceder descontos adicionais aos clientes, caso queiram.

Masterclass Gratuita

Rota Liberdade Financeira

Aprenda a investir e construa um patrimônio do zero com o treinamento exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A Volkswagen, por exemplo, já divulgou os modelos e versões dos seus carros que ficarão mais baratos. Eles já estão em vigor desde esta terça (6) e valem para 11 versões de cinco modelos (Polo Track, Polo, Virtus, Saveiro e T-Cross). As maiores reduções serão do Polo MPI 1.0 (9,3%) e do T-Cross Sense (R$ 9 mil):

Modelo e versão  Preço atual  Preço com desconto  Desconto em reais % de desconto Tabela Fipe (maio)
NOVO POLO TRACK 1.0 MPI R$ 82.290 R$ 74.990 R$ 7.300 8,9% R$ 82.029
NOVO POLO 1.0 MPI R$  86.390 R$ 78.390 R$ 8.000 9,3% R$ 85.177
T-CROSS SENSE AT 1.0 R$ 116.550 R$ 107.550 R$ 9.000 7,7% R$ 113.355

A reportagem procurou também as outras 10 montadoras que comercializam carros que custam menos de R$ 120 mil: Caoa Cherry, Chevrolet, Citroën, Fiat, Honda, Hyundai, Nissan, Peugeot, Renault e Toyota, mas só uma delas respondeu até o momento, sem dar maiores detalhes.

Por meio de nota, a Nissan afirmou que “está avaliando os detalhes da medida para aplicar o mais rapidamente possível a redução dos preços nos modelos e versões que se enquadram nas medidas de incentivo anunciadas pelo governo”.

Continua depois da publicidade

A lista oficial do governo federal, com 11 montadoras e 32 modelos de veículos, foi divulgada apenas no dia 14 de junho. São ao todo 233 versões de carros que terão descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil do governo (veja no link abaixo).

Estoques lotados

O cálculo da Anfavea, de que os R$ 550 milhões devem durar em torno de um mês, leva em conta um desconto médio entre R$ 4,5 mil e R$ 5 mil por automóvel (dentro do bônus do governo, que vai de R$ 2 mil a R$ 8 mil). No caso da Volkswagen (a única marca que divulgou valores até o momento), os descontos variam de R$ 3,8 mil a R$ 9 mil.

Os R$ 500 milhões liberados patrocinarão a redução de preços de 100 mil a 110 mil carros de passeio, segundo o levantamento da Anfavea. Esse volume é praticamente o total de veículos enquadrados pela medida e que já estão nos estoques de montadoras e concessionárias.

Continua depois da publicidade

Em maio, as montadoras elevaram os seus estoques em 45,6 mil unidades, para 251,7 mil veículos — o maior patamar em três anos —, para atender um possível aquecimento do mercado devido aos descontos patrocinados pelo governo.

Algumas montadoras chegaram a alugar pátios para guardar carros. Do estoque total, 115 mil veículos (45%) se enquadram nas regras fixadas na Medida Provisória 1.175, de incentivo à indústria automotiva, que foi publicada nesta terça.

Concessionárias querem mais

“Este é um programa de curto prazo. Então, aqueles consumidores que tiverem interesse na aquisição do seu carro não podem pensar muito, demorar muito tempo, porque, de fato, esses recursos podem acabar”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

Publicidade

Leite afirmou que, se o governo não liberar mais recursos, a medida vai durar “bem menos” do que os 120 dias — “talvez um mês ou um pouco mais”. Sobre o impacto nas vendas de caminhões e ônibus, incluídos de última hora no programa federal, a Anfavea diz que ainda está fazendo simulações.

(Com Estadão Conteúdo)